Garantiu a substituição de alguns equipamentos e a reabilitação do bloco operatório no hospital das Caldas.

Quanto à passagem do CHO a entidade pública empresarial, o governante disse que o processo “está na UnidadeTécnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial, que está agora a trabalhar ativamente no CHO”.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, lamentou na quinta-feira, nas Caldas da Rainha, que o processo de passagem do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) de uma unidade do setor público administrativa para entidade pública empresarial (EPE) “se tenha atrasado tanto” e que, depois de anunciado “há cerca de um ano, não esteja ainda concretizado”.

O governante, que já tinha estimado que o processo estivesse concluído em janeiro deste ano não quis adiantar novas datas, explicando apenas que o processo do estatuto de EPE, dotado da autonomia necessária o seu pleno funcionamento, encontra-se “na UnidadeTécnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial – UTAM que faz essa avaliação”. “Não digo data, porque não quero enganar. Está na UTAM que terminou agora o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA), cujo decreto lei de aprovação na qualidade de EPE vai ser publicado este mês e agora está a trabalhar ativamente no CHO”, explicou.

Adalberto Campos Fernandes reuniu no dia 13 de julho no Museu do Hospital e das Caldas com a administração do CHO, um elemento da comissão de utentes do Hospital das Caldas e os presidentes dos três concelhos onde se localizam as unidades hospitalares deste centro – Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche.

No final da reunião de cerca de três horas sublinhou aos jornalistas que “independentemente da alteração do estatuto que se deseja com uma atenção redobrada vamos procurar garantir que o CHO chegue ao inverno com melhores condições internas, não apenas de motivação dos profissionais, mas também da retoma do investimento e da substituição de alguns equipamentos”.

Adalberto Campos Fernandes anunciou “um conjunto importante de investimentos” como a “remodelação das urgências não só da unidade hospitalar das Caldas como estava previsto, mas também obras na urgência do Hospital de Torres Vedras”.

Revelou que também vai avançar a reformulação da farmácia do CHO na unidade das Caldas.

O governante anunciou ainda a reabilitação do bloco operatório no hospital das Caldas da Rainha.

O ministro da Saúde disse aos jornalistas que foi uma “belíssima reunião, de três horas e meia” com a “atitude interventiva, cooperante e muito responsável das autarquias”.

Ana Paula Harfouche, presidente do Conselho de Administração do CHO, expressou no final do encontro satisfação pelos investimentos anunciados pelo ministro, sublinhando que as “urgências de Torres Vedras é outra área a intervir. “É um processo que vai começar agora, mas que está muito mais atrasado, porque o das Caldas começou há 18 meses”, apontou.

Sem especificar valores do investimento revelou que a remodelação das urgências de Torres Vedras “será muito similar à do serviço das Caldas da Rainha”, orçado em 1,7 milhões de euros.

A requalificação da farmácia, disse ainda a responsável, “irá permitir retomar a preparação dos tratamentos de quimioterapia”, que havia sido suspensa por falta de condições.

A administradora adiantou ainda ter já agendada para o mês de agosto uma reunião com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo para avançar com a formulação dos respetivos projetos, que serão depois objeto de candidatura a fundos.

Já o presidente da Câmara das Caldas disse no final da reunião que só ficará “satisfeito se aquilo que foi anunciado pelo ministro for concretizado”.

No entanto, sublinhou que a reunião foi importante para “fazer o ponto de situação dos aspetos no CHO que consideramos ser menos positivos”.

Tinta Ferreira adiantou que o encontro permitiu aos autarcas presentes insistir na concretização daquilo que já está anunciado e prometido há muito tempo, como as obras de remodelação das urgências do Hospital das Caldas, contratação e médicos e enfermeiros, resolução da situação dos precários e aquisição de novos equipamentos. “Foram dadas as garantias de que haverá uma maior atenção para que os prazos não voltem a derrapar”, afirmou o autarca.

Recorde-se que o ministro recebeu a 4 de julho a Comissão de Utentes do CHO, que se fez representar por Vítor Dinis, Sandra Lindinho e Maria Almeida, a quem comunicou esta visita às Caldas.

Vítor Dinis, porta-voz da Comissão de Utentes, expressou satisfação com a visita do governante, que foi “sensível às diversas questões colocadas e esclareceu derrapagens nomeadamente à passagem do CHO a EPE, comprometendo-se que tudo iria fazer para que não se voltasse a repetir”.

Segundo Vítor Dinis, o ministro garantiu que “a partir de agora iria estar mais atento às questões do CHO” perspetivando a possibilidade “de a curto prazo serem resolvidas algumas das situações pendentes”.

O porta-voz da comissão de utentes adiantou ainda que no encontro Adalberto Campos Fernandes deu a oportunidade aos autarcas dos concelhos das Caldas, Peniche e de Torres Vedras de “explanarem todas as preocupações e darem sugestões em relação ao CHO”.

Revelou ainda que o ministro antes de encerrar a reunião mostrou-se “absolutamente disponível para os autarcas em relação a questões relacionadas com o hospital”.

A comissão de utentes acredita que até finais de setembro a EPE entre em vigor.

Marlene Sousa