O leque de escolhas é alargado. Os cursos são muitos e variados e, na hora de escolher, a perspetiva de emprego é um dos critérios a ter em conta pelos jovens estudantes.
Com o objetivo de ajudar os estudantes a escolherem o curso certo, o JORNAL DAS CALDAS dá a conhecer as profissões que serão destaque no futuro e áreas com mais saída em termos de emprego para técnicos e recém-licenciados, segundo o Guia do Mercado Laboral 2017, lançado pela consultora de recursos humanos Hays.
Tecnologias da informação, programador de informática, chefe de cozinha, especialista em marketing digital, técnico comercial, são as funções que movimentam o mercado de trabalho em 2017.
Este estudo foi elaborado pela consultora Hays após a realização de um inquérito junto de centenas de empresas a atuar em Portugal.
Em linha com 2016, os perfis comerciais, de engenharia e de tecnologias da informação ocupam as principais posições nas prioridades de recrutamento para 2017.
A área de marketing e comunicação merece, no entanto, um claro destaque em termos de subida nas intenções de recrutamento, estando agora nos 16% – mais três pontos percentuais do que no ano anterior, mais próxima do que qualquer outra área alguma vez esteve do tradicional top 3.
A nível regional, importa destacar a procura pronunciada por engenheiros, perfis de tecnologias da informação e perfis de logística na região Norte, que é bastante mais elevada do que a média nacional. Já na região Centro, os perfis comerciais perdem a liderança que têm a nível nacional para os perfis de engenharia, que atingem 43% das intenções de recrutamento. No que diz respeito às empresas com sede na região Sul, e pela primeira vez desde que são efetuados estes inquéritos, os perfis de marketing e comunicação ocupam o top 3, ultrapassando os de engenharia.
O estudo da consultora Hays não deixou de referir, ainda, que a procura por perfis comerciais e de engenharia parece estar a decrescer ligeiramente um pouco por todo o país, comparativamente ao ano 2016, contrastando com o aumento na procura por perfis de tecnologias da informação e de marketing e comunicação.
Segundo o Guia do Mercado Laboral 2017, “esqueça tudo o que tem como certo relativamente a dinâmicas de recrutamento em Portugal, porque aproximam-se tempos interessantes e desafiantes”. A Hays questionou largas centenas de empregadores e mais de dois milhares de candidatos sobre as suas perspetivas e ambições para 2017 e os resultados “fazem adivinhar momentos de mudança na atração e retenção de talento no nosso país”.
As boas notícias são que 73% dos empregadores a atuar em Portugal pretendem recrutar este ano. “Os números são ainda mais inspiradores nas regiões Norte e Centro, onde esta percentagem ascende a uns surpreendentes 80% e 83%, respetivamente. Segundo a publicação da Hays, “trata-se de um claro indicador do dinamismo do mercado português e das inúmeras oportunidades de carreira que estão a ser criadas por empresas com planos de crescimento ambiciosos”.
Mais de 2600 candidatos e de 840 empregadores aceitaram participar no inquérito nacional, ajudando a consultora a traçar um panorama do mercado de trabalho português e dos desafios que esperam os portugueses no futuro.
O estudo mostra que 73% dos trabalhadores não estão satisfeitos com as perspetivas de progressão na carreira e 71% considera mudar de emprego em 2017. Importa recordar que, historicamente, o interesse numa mudança de emprego tem-se mantido na casa dos 70%, habitualmente com valores acima dos 75%. No entanto, após o recorde inédito de 83% atingido em 2014, nos últimos anos temos vindo a assistir a uma diminuição no interesse em novos projetos profissionais, que culmina em 2017 com o valor mais baixo de sempre: 71%.
O que os trabalhadores mais valorizam na hora de aceitar um emprego é, acima de tudo, a oferta salarial, seguida de um bom ambiente de trabalho, de um plano de carreira e de uma boa cultura empresarial. Os benefícios mais apreciados são o seguro de saúde, a formação/certificações e o automóvel para uso pessoal (e não só profissional).
Já as empresas olham, sobretudo, para as competências técnicas, para a proatividade e para a capacidade de trabalhar em equipa, não descurando a capacidade de trabalho e os valores de quem contratam.
O que os empregadores mais odeiam ver numa entrevista de emprego é a arrogância/antipatia, comentários depreciativos sobre as anteriores chefias, falta de transparência, falta de motivação para o projeto, incapacidade de explicar funções e experiência, falta de pontualidade, ausência de objetivos pessoais e profissionais, sobrevalorização de competências, entre outros.
O estudo da consultora Hays conclui que Portugal é um dos cinco países onde as empresas têm mais dificuldade em encontrar os recursos de que necessitam. Turismo, tecnologias da informação e engenharias são as áreas com maior escassez.
É importante que os pais sensibilizem os filhos, procurando orientá-los para aquilo que parece ser o mais estável, mas sem nunca forçar a iniciar uma formação académica com a qual não se identificam, nem têm qualquer tendência, independentemente das saídas profissionais que tenha.
Marlene Sousa
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