Numa visita à cidade, o cabeça de lista, José Carlos Faria, e Vítor Fernandes, que se recandidata à Assembleia Municipal, acompanhados por Lino Paulo, membro do grupo de trabalho do PCP sobre património habitacional, verificaram que existem quatro blocos de edifícios abandonados, em más condições e a desmoronarem-se nas Caldas. “Não se pode aceitar que tenham passado estes anos todos, incluindo o mandato atual, sem uma solução à vista”, disse José Carlos Faria, perante a degradação cada vez maior dos blocos de prédios abandonados.
A pior situação é a degradação dos imóveis inacabados na zona da entrada das Caldas (em frente ao edifício da EDP, perto da ESAD.CR).
De acordo com o candidato, “é vergonhoso aquela situação arrastar-se há anos” num “ambiente inteiramente degradado, com inúmeros fogos abandonados”, e com drogados “a irem para lá injetarem-se e dormir”. A tudo isto soma-se, acrescenta José Carlos Faria, a falta de limpeza e má imagem e impacto que dá às pessoas que entram nas Caldas da Rainha. Os comunistas caldenses defendem a implosão daquele bloco de prédios inacabados até porque “foi ilegalmente licenciado, e construído em cima de uma linha de água”.
Alega que sempre defenderam “intervenções nas entradas da cidade e de facto qualquer uma delas não tem nada atrativo”.
O bloco de prédios junto ao Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha (CCC) é, segundo os candidatos da CDU, outra “aberração da autarquia”. “Eram para terem sido acabados quando o CCC foi inaugurado”, sublinharam, recordando que a concelhia caldense do PCP sempre foi contra essa construção, defendendo para aquele local um espaço verde.
Os comunistas criticaram ainda o bloco de prédios inacabados na Cidade Nova, que estão em degradação e que apesar de estarem isolados há quem “tenham arrombado a madeira e entrado para os apartamentos inacabados”.
José Carlos Faria diz ter detetado, durante a visita, que “os prédios do Viola nas Ruas Fonte do Pinheiro e Dr. Carlos Manuel Saudade e Silva, que é uma situação mais antiga, estão vandalizados e cheios de lixo, com mau cheiro, em que toxicodependentes e outras pessoas entram e dormem lá”.
O candidato desafiou a comunicação social a abrir a porta do prédio do Viola numa das entradas na Rua Fonte do Pinheiro e “entrar e ver como aquilo está”. “É um perigo para a saúde pública, com tanta contaminação. Se algum jovem ou criança for para lá brincar pode ter acidentes gravíssimos”, apontou.
O bloco de prédios junto à Escola D. João II também foi referenciado pelos elementos da CDU, que recorda que “alguns apartamentos estão habitáveis e outros inacabados, o que dá uma má imagem à zona e que também causa transtorno às pessoas que investiram e compraram lá apartamento e que nunca mais vão ver a construção dos edifícios toda acabada”.
“Executivo da Câmara das Caldas tem sido mole na resolução dos problemas”
O cabeça de lista da CDU à Câmara das Caldas disse que o executivo da Câmara tem tido uma atitude de “passividade” e até de “estagnação num conjunto de aspetos”. “Não basta justificar que não é da nossa capacidade e que por exemplo a situação dos prédios abandonados é culpa da banca”, sublinhou, acrescentando que “a autarquia tem que ter uma atitude proactiva e reivindicativa nos melhores interesses dos cidadãos e não pactuar com estas situações inaceitáveis até para a saúde pública”.
“Isto é da exclusiva responsabilidade política da autarquia. O resto são desculpas”, notou.
José Carlos Faria defendeu que a autarquia crie uma comissão e que faça um levantamento exaustivo dos prédios abandonados e que “não deixe arrastar a situação que é de facto um pântano”.
Vítor Fernandes foi mais longe e acusou os órgãos do Município das Caldas de serem “moles em relação a muitas questões que já podiam ter sido resolvidas”. Em relação aos blocos de prédio inacabados, o deputado municipal considera que o facto de serem posse da banca não significa que não haja uma “capacidade de iniciativa de negociar com os bancos com uma solução à vista, ou pelo menos desde logo saber o que é que pensam fazer”.
Os elementos do PCP também visitaram algumas fábricas, como as antigas instalações do Bordalo Pinheiro e da Secla, que “estão ao abandono, cheios de lixo, numa cidade que se diz que quer ser da cerâmica e que tem que ter em conta o seu passado histórico”.
Lino Paulo, ex-candidato do PCP à Câmara de Sintra, que acompanhou a visita, declarou à imprensa que “o bloco de prédios em cima da linha de água está em situação muito degradável e é uma questão de proteção civil”. “Não custa nada ao município notificar o proprietário ou banca e a proteção civil”, considerando que é uma “prova de desleixo”.
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