Q

Previsão do tempo

11° C
  • Thursday 12° C
  • Friday 14° C
  • Saturday 12° C
12° C
  • Thursday 13° C
  • Friday 14° C
  • Saturday 12° C
13° C
  • Thursday 14° C
  • Friday 14° C
  • Saturday 11° C

A “Treta” voltou às Caldas da Rainha pondo 600 pessoas a rir

Mariana Martinho

EXCLUSIVO

ASSINE JÁ
Zezé (José Pedro Gomes), das "Conversas da Treta", voltou às Caldas da Rainha. Agora, com o seu novo companheiro de divagações, o Júnior - filho do saudoso Toni (António Feio) – interpretado pelo ator António Machado, um "hipster" com as suas próprias ideias feitas sobre o mundo que o rodeia, em “Filho da Treta”.
1- A peça "Filho da treta" pela dupla José Pedro Gomes e António Machado

Na passada sexta-feira à noite, este novo espetáculo que dá continuação às conversas de sucesso e que fez recordar as “Tretas” celebrizadas pela dupla durante dez anos, conseguiu pôr as cerca de 600 pessoas que encheram o grande auditório do CCC a rir às gargalhadas.

Foram quase duas horas sempre a rir e que teve direito a piadas sobre as Caldas, como a loiça e o falo, e ainda com diversas referências a António Feio.

Com um simples cenário onde duas cadeiras no centro do palco se destacaram, Zezé, o cavalheiro lisboeta, entrou em palco, com Júnior, o coprotagonista de “Filho da treta”, “herdeiro ‘hipster’” do seu antecessor, que vinha numa bicicleta. Ao som das músicas “La bomba” e “Gangnam Style” e apenas com luz a revelar os seus rostos, os dois atores começaram por interpretar uma chamada telefónica dos passatempos televisivos.

“O sr. Zezé quer ganhar mil patacas em barras de ouro?”, perguntou o Júnior, entrando assim no tema dos “passatempos televisivos”. Rapidamente, cheio de boa disposição e aludindo ao período em que José Pedro Gomes esteve em estado de coma, no início deste ano, com uma pneumonia atípica, Júnior disse “quando dormes, dormes pesado, até parece que estás em coma”.

Para ironizar a situação, Zezé disse para “dormir estou cá eu, campeão distrital de sesta. Um mês e tal de papo para o ar”, recordando que o “teu pai (Toni) era a única pessoa que dormia mais no bairro, ele foi-se deitar em 2010 e ainda não acordou”.

Disseram uma piada, mais outra e eis que Zezé e Júnior debateram temas da atualidade como os tuk-tuk nas cidades, a guerra entre taxistas e Uber, até sobre a vinda do Papa Francisco a Portugal. “Por acaso gostava de ter vistos os pastorinhos a serem ‘canalizados’”, ironizou o Júnior.

O espectáculo teve diversas referências a António Feio ao longo de toda a sessão, e sempre de forma divertida e de homenagem como Toni gostava de estar em palco, ao lado de José Pedro Gomes. “Eu e o teu pai sermos hermanos em décimo sétimo grau”, afirmou Zezé. Já Júnior apontou que “se contar o tempo todo que tive com o meu pai dava para aí uma semana”, ao que Zezé respondeu “se fosse fazer conta ao tempo em que ele se lembrava de ti, nem dava um fim-de-semana”, levando o público a dar gargalhadas.

Num texto crítico e atual, os humoristas abordaram o tema das tatuagens, em que Zezé afirmou que “não gosto nada dessas coisas, já comi mas não gostei, sabe a borracha”. Brincaram com as ciclovias, os impostos e a fraude fiscal. “Pouca vergonha nem fuga ao fisco, nem trabalho, nem nada”, gracejou Zezé, que “continuo a polir a ponta do sapatinho de verniz com ‘cuspe’”.

Foram algumas das piadas que arrancaram facilmente muitas e deliciosas gargalhadas, daquelas que dão dores de barriga. Rapidamente, Zezé e Júnior mudaram de assunto, desta vez sobre as startups e outras “’modernices”.

“Aqui a ideia de negócio ou vai correr muito bem e faz-te o tipo mais rico do mundo, ou corre muito mal, obriga-te a viver para dentro da caixa de areia de um gato”, explicou Júnior, adiantando que “hoje em dia pagas para trabalhar, e é assim no mundo inteiro. Por isso, não vou trabalhar, vou ter uma startup”.

Fizeram piadas sobre o crowdfunding, core business, target, até das off shores, em que “qualquer dia o meu nome (Zezé) está nos Panamás, como é o caso de Ricardo Salgado”. Não perderam a oportunidade para falar sobre os vegetarianos e vegans, em que Zezé afirmou que “quem me tira uma entremeada frita ao pequeno-almoço, tira-me tudo”.

Para além disso, a conversa entre as duas personagens passou pelo mundo virtual, em torno do “novo e velho telemóvel”, e todo o avanço da tecnologia. Impressionado com a moda dos selfie sticks, Zezé conversou com o Júnior sobre a “Era do tipo eu”, em que engloba as redes sociais, as selfies, os Pokémons, os conhecimentos e encontros online, bem como as aplicações (app).

“Antigamente, a vida era uma selva. Agora, a vida é uma ‘selfie’. Só vivemos aquilo que fotografamos”, explicou Júnior, o que para o Zezé “não tem jeito nenhum. Agora a realidade é toda superficial”. Não perderam a oportunidade para falar mal sobre o galo de Barcelos, criado pela artista Joana Vasconcelos e colocado em Pequim, e segundo Júnior, o próximo será colocado aqui nas Caldas.

“Não é bem um galo, mas sim um galo todo empenhado com dois sacos”, explicou o filho do Toni, fazendo referência aos falos das Caldas.

Sem rodeios e com muito humor, também não foram esquecidas as receitas gourmet, que para o Zezé é “roubar em francês”, passando pelos estudantes de Erasmus, “tudo ciganos”, as famílias homossexuais, as “barrigas de alguidar” e igualdade de género protagonizada por Catarina Martins.

Através do diz que diz entre as duas personagens que conversam como amigos, surgiu a questão dos conflitos e dos refugiados, em que o Zezé referiu que “se fosse refugiado levava loiça das Caldas”. Houve ainda referência ao Festival da Canção, em que Zezé explicou ao Júnior que para ser candidato ele teria que ter “um casaco com dez números acima do teu, deixar crescer o cabelo para o despentear e passar a música toda a tentar acertar com os dedos”.

Neste espetáculo também houve espaço para um rápido momento alusivo à queda do Banco Espírito Santo, do Banif e a todas as complicações da Caixa Geral de Depósitos, em que Zezé admitiu que foi “lesionado por todos da banca”.

Apesar do anos de vida que os distancia, Zezé e Júnior deram um espetáculo cheio de aplausos e muitas gargalhadas por parte do público de várias gerações,

(0)
Comentários
.

0 Comentários

Deixe um comentário

Últimas

Artigos Relacionados

Novo lar altera trânsito em Atouguia da Baleia

A entrada em funcionamento do novo lar (Estrutura Residencial para Pessoas Idosas) em Atouguia da Baleia, no concelho de Peniche, que completa, a par do Centro de Saúde e do Jardim Infantil, o quarteirão de equipamentos sociais na vila, vai levar a alterações no trânsito.

Trocar papel velho por plantas

Trocar papel velho por plantas vai ser possível na Junta de Freguesia de Alfeizerão, no dia 21 de março, no âmbito da campanha de recolha de papel.

papel