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“Comércio tradicional das Caldas tem que colocar as novas tecnologias ao serviço dos negócios”

Marlene Sousa

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Na nona tertúlia da associação Património Histórico - Grupo de Estudos, subordinada ao tema “Mudanças no tecido empresarial”, que decorreu no passado dia 18, no Café/Restaurante Capristanos, ficou a mensagem que no futuro todas as compras serão feitas através de portais online.
Paulo Agostinho, Hélia Silva, Rui da Bernarda e Isabel Xavier na tertúlia “Mudanças no tecido empresarial”

Os empresários caldenses Hélia Silva, Paulo Agostinho e Rui da Bernarda, que foram oradores desta conferência, defendem a premência do comércio tradicional adotar as novas tecnologias e abraçar o digital para poderem sobreviver.

Com a evolução tecnológica, aqueles que não se moldarem às novas tendências e aos novos negócios digitais arriscam-se a “fechar portas”.

Paulo Agostinho, presidente da ACCCRO- Associação Empresarial das Caldas da Rainha e Oeste, e responsável pela loja de noivas “Zelu”, falou sobre o futuro do comércio dito “tradicional”, numa era onde tudo o que é “digital impera”. Mas para Paulo Agostinho, isto não é o fim do comércio tradicional, se estes “empresários souberem diferenciar e colocar as novas tecnologias ao serviço da evolução dos seus negócios”.

“Para beber um café eu tenho que me deslocar ao espaço físico, mas para comprar um vestido de noiva eu não preciso de vir ao comércio físico”, disse o presidente da ACCCRO, acrescentando que “hoje em dia qualquer pessoa pode comprar um produto online e estar em casa no outro dia”.

Paulo Agostinho admitiu que, de acordo com as estatísticas, esta evolução tecnológica vai criar dois milhões de empregos, mas vai acabar quatro milhões de empregos na Europa”.

De acordo com este responsável, nos últimos 50 anos a vida mudou muito. Deu como exemplo o mercado de vestidos de noivas que tem fatores externos que condiciona o negócio. “A taxa de natalidade está em queda e a forma de constituir família mudou. Os casamentos nas últimas três décadas desceram cerca de 60% e isto influencia o tecido empresarial, apontou, revelando que em 2016 houve onze casamentos na Igreja das Caldas.

Recordou o centro do comércio tradicional das Caldas há cerca de 30 anos, onde as “pessoas faziam filas para as lojas”. “Antigamente as Caldas tinha em termos de comércio uma grande influência no triângulo entre Leiria, Santarém e Torres Vedras. Vinham do norte a sul do país para comprar calçado na sapataria Félix na Rua das Montras. Tínhamos o Ferro Velho e a Green Hill, e as Caldas era frequentada por muitas pessoas que iam às termas”, lembrou, questionando: “Quem é que hoje vem às Caldas?”

Na sua opinião como empresário, Caldas da Rainha nos últimos 20 anos não teve estratégia nenhuma. Alegou que o comércio não está aberto até às 21h00 ou ao domingo, porque não há “procura”.

O dirigente disse ainda que Caldas da Rainha tem 27 mil habitantes, o concelho 51 mil e “temos uma oferta total de 600 estabelecimentos comerciais” que têm “capacidade para uma população de 160 mil pessoas”.

Para que o comércio tradicional se possa diferenciar da concorrência digital os retalhistas “têm de procurar oferecer experiências mais personalizadas que aproximem cada vez mais estes negócios dos seus públicos-alvo, com o objetivo de conquistar a sua lealdade”. Por exemplo, o vestido de noiva tem um serviço “pós-venda”.

Hélia Arte Floral com muitas encomendas online

Helia Silva responsável pela Hélia Arte Floral revelou que teve que entrar na corrida do digital, e moldar-se às novas tendências para sobreviver.

Recordou o tempo que as pessoas iam à loja e compravam, revelando afirma que “o consumidor continua a existir só que há mais concorrência com os hipermercados que têm um marketing ativo, têm estacionamento grátis onde não multados”.

Para esta empresário, a nova tecnologia não é o fim do retalho tradicional, mas sim uma forma de os “empresários se poderem diferenciar, evoluir e aproveitar novas oportunidades de negócio”.

“Temos que aproveitar esta mudança e ser pró-ativos na Internet para não fecharmos portas”, disse, acrescentando que no seu negócio de florista teve que ligar-se ao digital para ter

Deu o exemplo do dia da mãe, onde maioria dos clientes foram emigrantes, que fizeram a encomenda online para “ser entregue ao domicilio às mães”. “Hélia Arte Floral criou as condições para que as pessoas possam encomendar as flores através da Internet e nós entregamos em casa”, disse, acrescentando que as “soluções tecnológicas que exploram as possibilidades criadas pelas novas tecnologias de gestão estão a criar uma nova oportunidade de negócio à escala global”. Recorda que no dia da mãe teve que ter uma pessoa só na Internet a “tratar das encomendas”. Alega que não faz mais volume de negocio porque ainda não “tem toda a estrutura montada na Internet”. No entanto afirma que está a “criar as condições necessárias para poder trabalhar online”.

Rui da Bernarda vai abrir loja online

O empresário caldense Rui da Bernarda, responsável pela Mercearia Pena, Café/Restaurante Capristanos, entre outros negócios, considera que as compras online em Portugal estão em “franco crescimento e por isso mesmo será para a Mercearia Pena mais um canal de distribuição”.

Revelou o novo projeto digital que se chama “Awaked” (negócio de café) – “The best coffee delivered to your door”.É uma marca que se pretende internacionalizar. “Vamos começar com os países de língua oficial portuguesa e com os países onde temos emigrantes com o chamado mercado da saudade”, apontou o empresário. Além da loja online com entrega ao domicílio vão ter também um espaço físico, ao lado da Mercearia Pena, com o objetivo de “contrariar aquilo que normalmente acontece no online, onde as empresas criam uma marca e um site e não estão fisicamente em lado nenhum, e nós queremos aumentar a confiança com o espaço físico”. O novo projeto do empresário caldense será lançado no próximo mês.

Rui da Bernarda falou ainda do outro projeto que se trata da abertura de um restaurante no Espaço Turismo das Caldas onde vai ser parceiro dos chefs da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, Luís Tarenta e Jorge Guilherme, e um empresário do Norte ligado ao fornecimento de carnes.

O restaurante ao cimo da Praça da Fruta fechou no início deste ano. O espaço tem agora nova concessão e os empresários garantem um novo restaurante de qualidade com alguns produtos da Mercearia Pena.

Nesta iniciativa Rui da Bernarda falou das suas empresas e como se tem adaptado às “novas tendências” e à “diferenciação”, revelando que o segredo do sucesso “são os pequenos pormenores”.

Partilha da opinião dos outros oradores que a concorrência e a corrida ao digital é uma oportunidade de os “empresários evoluírem fazendo a diferença de forma a cativar os clientes”.

Tem como estratégia produtos tradicionais portugueses, qualidade, serviço ao balcão, comércio tradicional (Rua) e serviço personalizado. Aposta no café, bacalhau, charcutaria, doçaria, frutos e legumes secos.

A tertúlia foi moderada pela presidente da direção da associação Património Histórico, Isabel Xavier. A décima tertúlia terá lugar no dia 22 de junho, pelas 18h00 no Café/Restaurante Capristanos. O painel será composto por três jovens ligados à produção artística – Pedro Mendonça, editor da revista Três, André Rocha, da DAR – Design Advanced Resources, e Paulo Sellmayer, responsável pela Caldas Design Week.

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