Segundo a acusação, entre os dias 20 e 26 de dezembro de 2016, a arguida introduziu-se em diversas residências na região Oeste, designadamente nos concelhos de Peniche (Porto de Lobos e Atouguia da Baleia), Caldas da Rainha (Tornada) e Alcobaça (Feteira, Macalhona e Alcobaça) e do seu interior retirou anéis, medalhas, fios, brincos e pulseiras em ouro e em prata, duas estatuetas de bronze, telemóveis, relógios, moedas, alfinetes de gravata, malas de senhora, uma caixa de música, um estojo de maquilhagem, cobertores e toalhas. A arguida apoderou-se ainda de duas chapas de matrícula, que usava para não ser detetada. O valor global ronda os dois mil euros.
Na bagageira do veículo que conduzia, bem como no interior da sua residência e na de sua filha, a mulher tinha
também um computador portátil e um monitor, que se suspeita terem sido retirados de outras habitações.
O método que utilizava para assaltar as casas era basicamente repetido: Escolhia vivendas antigas e não novas com receio destas terem alarme e serem protegidas por cães, e atacava quando não estava ninguém no interior, a qualquer hora, estudando bem os locais antes de atuar. Escalava vedações, por vezes com recurso a um escadote, e subia até janelas partindo os vidros com um martelo para entrar nas vivendas.
Apresentando grande destreza para a idade, a mulher não se intimidava com os obstáculos que lhe apareciam pela frente e chegava a escalar dois metros para penetrar no interior das casas, sempre na ausência dos moradores. Estava referenciada como a principal assaltante ao interior de residências que operava na região.
Fazia dos assaltos o seu modo de vida, não se conhecendo outra fonte de rendimento, após ter sido operária fabril. Com três filhos adultos e sendo inclusive já avó, a detida é natural da aldeia da Murteira, no Cadaval. Divorciada, a mulher atuaria sozinha.
No dia 22 de dezembro, pelas treze horas, foi denunciada por populares que viram-na a assaltar uma residência no concelho de Peniche. Foi detida pela GNR mas o tribunal deixou-a em liberdade no dia seguinte com termo de identidade e residência.
Voltou a ser apanhada em flagrante cerca da meia-noite de dia 26 de abril, na casa de emigrantes, no concelho de Alcobaça.
No desenrolar da investigação levada a cabo pela GNR de Caldas da Rainha e dirigida pelo Ministério Público, a mulher foi sujeita a interrogatório judicial no Tribunal de Leiria e verificando-se a existência de perigo de continuação da atividade criminosa ficou em prisão preventiva na cadeia de Tires até ao julgamento.
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