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Festival de Literatura de Viagens em Óbidos

Mariana Martinho

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Viagens escritas, faladas, ilustradas, por livrarias, por terra, céu e mar e até à mesa, foram algumas das propostas da edição zero do Latitudes - Festival de Literatura de Viagens, em Óbidos. Este primeiro encontro de literatura e viajantes, que recebeu nomes sonantes da literatura e das viagens, como também atraiu pessoas aos lançamentos de livros, exposições, oficinas e conversas aos finais de dia, terminou na segunda-feira passada, com um balanço “muitíssimo positivo” e voltando assim em 2018 com programa que deve ser alargado a dois fins de semana e a mais parceiros.
Apresentação do Latitudes

O primeiro festival de literatura de viagens Latitudes, que decorreu no âmbito do programa da vila literária, classificada pela Unesco, em 2015, como Cidade Criativa da Literatura, arrancou na passada sexta-feira

Ao longo de quatro dias, segundo José Pinho, da Ler Devagar, o “Latitudes teve um programa muito intenso, com muitas iniciativas sobrepostas, o que ultrapassou completamente as nossas expectativas, num balanço muitíssimo positivo”. Já Celeste Afonso, vereadora da cultura da Câmara de Óbidos sublinhou que “o Latitudes teve a capacidade de encontrar um conjunto de temas que foram muito para além das viagens. Por isso, tivemos conversas que surpreenderam pelos temas e os Urban Sketchers que foram parceiros fundamentais para este Latitudes”.

“Para o ano zero e orçamento zero correu muito bem”, afirmou o mentor do projeto, adiantando que a ambição é que “o próximo Latitudes poderá ser alargado a dois fins de semana”. Além disso, pretende alargar as parcerias, para que possa ser incluído no programa “um congresso de literatura de viagens, que já obriga a outra logística e custos”, e continuar apostar no lançamento de novas obras, como foi o caso desta edição com o livro “Oi? 24 arrepios sobre o Brasil”, de Luís Brito e “Ninguém Sabe Onde Está – Crónicas 2000-2015”, de Luís maio.

Desta edição destacam-se também outras “ramificações” que serão para aprofundar em edições futuras, relativamente à participação dos coletivos Urban Sketchers e do Grupo do Risco.

Segundo a vereadora da cultura, ”temos projetos pensados para o próximo ano numa outra dimensão enquanto encontro internacional de ilustradores e um projeto conjunto dos dois grupos que se propõem desenhar Óbidos e a lagoa”.

Em relação às catorze ilustrações sobre a vila que integraram a exposição inaugural do festival, Celeste Afonso explicou que “poderá dar lugar a um livro, parceria entre Óbidos Vila Literária e a editora Abysmo, que juntará as ilustrações e as frases que estiveram no pensamento do ilustrador enquanto as desenhava”.

Latitudes inaugura com aguarelas de André Carrilho

Em edição zero, o Latitudes abriu as portas com um percurso da comitiva pela exposição de catorze aguarelas de André Carrilho, que resultam de uma residência artística que o cartoonista foi convidado a realizar em Óbidos e que estão espalhadas pelas catorze livrarias da vila.

Uma delas, denominada Labirinto, foi inaugurada durante o roteiro.

Instalada nos antigos armazéns da EPAC, a décima quarta livraria de Óbidos contou com um investimento total de cerca de cinquenta mil euros, sendo a “livraria alfarrabista maior de todas da vila”.

Aberta durante os fins de semana, a Labirinto contém mais de cinquenta mil livros expostos em prateleiras “de forma a fazer um labirinto”.

Segundo José Pinho, “alguns dos livros foram comprados a um euro e a trinta cêntimos, outros foram adquiridos de algumas livrarias que encerraram”.

Em edição zero, a inauguração do Latitudes ficou também marcado pelo lançamento do Prémio “Viagens & Vantagens da Via Verde”, em que os melhores textos que serão escolhidos por um júri e os prémios entregues na primeira edição oficial do Latitudes.

Segundo Francisco Esteves, gestor de produto da empresa “Via Verde”, “o prémio é dirigido à literatura digital e tem como objetivo principal promover o turismo e incentivar quem de melhor produz literatura de viagem em Portugal”. Além disso, o concurso será aberto a candidaturas de “’bloggers’ que escrevam sobre viagens”, e o regulamento será publicado em setembro deste ano.

Durantes os quatro dias o “Latitudes — Literatura e Viajantes” contou com um programa se desenvolveu em tornou de lançamentos de livros, conversas com autores, conferências, oficinas de escrita e viagens pela gastronomia e música.

Nas viagens ilustradas, o festival juntou dois coletivos, os Urban Sketchers de Portugal e de Espanha e o Grupo do Risco, que durante os quatros dias ocuparam a Galeria do Pelourinho para o lançamento dos livros “Portugal by Urban Sketchers” e “Porto by Urban Sketchers”. A par do lançamento dos livros, os Urban Sketchers, que se dedicam a desenhar o que observam, desenharam as paisagens de Óbidos e a partilhar os desenhos com o público.

Nelson Paciência, presidente dos Urban Sketchers Portugal, explicou que “entrámos no Latitudes de uma forma um bocadinho estranha, pois queríamos ir mais além do aquilo que fazíamos, dando a conhecer a todos aqueles que ainda não nos conhecem as histórias que temos para contar através dos desenhos, que é emprestar os nossos olhos a alguém que não foi ao mesmo sítio que nós”.

Já o Grupo do Risco esteve envolvido nas conversas em torno das obras “Expedição Ilha do Príncipe 2016”, Expedição Marrocos 2015, e Viagem à Costa do Marfim, de Mário Linhares e Ketta Cabral. Ambos coletivos de ilustradores, anunciaram também o lançamento de um projeto em conjunto, no âmbito do Latitudes, onde ambos se propõem em desenhar Óbidos e a lagoa, o que poderá resultar na edição de um livro, na próxima edição do festival.

As viagens ilustradas ainda contaram com uma conversa em torno do livro de André Carrilho, “Inércia” (Abysmo) na Livraria da Adega. Acompanhado com Jacinto Gameiro e Cristina Norton, o autor falou sobre a obra e “a paixão” que tem ao desenhar aquilo que observa.

A “Inércia” reúne cerca de oitenta ilustrações, que retratam paisagens de três continentes por onde viajou em 2012,

Colaborador de vários jornais e revistas portuguesas, André Carrilho explicou que a obra surge de um momento de reflexão sobre o “valor da imagem e do desenho, em relação à fotografia, onde comecei a perceber que o desenho podia ser aplicado de uma maneira oposta em relação à fotografia”. Mais tarde, para compensar “tudo aquilo que o desenho não podia transparecer, surge a escrita como uma mais valia para a memória”, através de posts nas redes sociais.

A obra surge assim da junção entre a escrita e os desenhos, que “juntos acabaram por fazer um conjunto coerente”.

Sobre a residência artística que foi convidado a realizar em Óbidos, afirmou que “tentei encontrar recantos no percurso da muralha, que fiz de noite e de dia, que fossem interessantes para desenhar sem estar influenciado por mais nada. É como eu faço em todo o lado”.

No que diz respeito às viagens faladas, o Latitudes contou com diversas momentos como foi o caso da conversa entre os jornalistas Paulo Moura e Cândida Pinto, ou ainda da obra “Se fosse fácil era para os outros”, entre Rui Cardoso Martins, Altino Barradas, Isabel Lucas e Manuela Correia. Já nas viagens escritas, o Latitudes, que apostou na edição própria em parceria com a editora Abysmo, o destaque foi dado para o lançamento do livro “ “Oi? 24 arrepios sobre o Brasil” de Luís Brito (Abysmo), “Ninguém Sabe Onde Está — Crónicas 2000-2015” de Luís maio (Abysmo) e ainda “Portugal Saído das Sombras – Da Revolução de 1974 até ao Presente” de Neill Lochery (Editora Presença), que numa conversa com Guilherme d’Oliveira Martins defenderam que o país vai ficar mais só e a frente atlântica mais frágil, com a saída do Reino Unido da União Europeia.

O programa teve também oficinas de escrita com Alexandre de Sousa e José Santos, onde os participantes aprenderam a calcular a latitude e longitude através de mapas e compassos, bem como elaboraram poemas a partir dos nomes de vários locais. Também houve outra oficina, “A poesia voa de balão”, onde alunos das escolas de Óbidos contaram a história do inventor Bartolomeu de Gusmão e leram poemas de um futuro livro colaborativo intitulado “O Padre Voador”.

O festival terminou com uma tarde de convívio entre o público e os participantes que se juntaram à iniciativa, nos jardins Espaço Ó.

FOLIO decorre de 19 a 29 de outubro

O FOLIO — Festival Literário Internacional de Óbidos, que é já uma referência de destaque no mundo da literatura, regressa à vila de 19 a 29 de outubro e terá como tema as “Revoluções, revoltas e rebeldias”. Dentro dessa temática, a vereadora da cultura adiantou que “estamos a construir um programa muito interessante e alguns dos convidados que passaram pelo Latitudes são pessoas que estarão connosco no FOLIO”.

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