Recebida recentemente por públicos europeus, a banda regressou a Portugal para atuar no dia 13 de abril no Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha.
Com uma presença cada vez mais vincada, era essencial perceber junto dos elementos da banda como foi o seu percurso até aqui. Estivemos por isso à conversa com Pedro Zina, o baixista de Cave Story.
Recuar ao início de tudo para percebermos um pouco mais do que possibilitou este sucesso era essencial e a verdade é que esta foi uma banda que começou com a junção de três elementos que já tinham projetos musicais antes deste. Uma realidade como esta pode ser uma grande vantagem e, por outro lado, um desafio ainda maior na habituação a outro projeto. Os três elementos de Cave Story vinham de projetos bastante diferentes mas que em nada impossibilitou o bom funcionamento como banda, muito pelo contrário – este fator acabou mesmo por funcionar como algo importante para o crescimento como banda, colmatado com uma facilidade de trabalho visível nos momentos em que se juntavam para ensaiar.
“As coisas começaram a surgir de forma muito natural e entusiasmante e cedo percebemos que iriamos continuar sempre à procura desse entusiasmo”, relatou. Porquê “Cave Story”? O nome surgiu “de um videojogo japonês que jogávamos na altura”.
“Uma das pessoas que nos incentivou e ajudou desde início foi o grande realizador e DJ caldense, Eduardo Morais. Não é fácil para uma banda fazer-se ouvir no seu começo e o Edu ajudou-nos, entre outras coisas, por exemplo, a arranjar os primeiros concertos fora das Caldas”, referiu.
No EP Spider Tracks, segundo o músico, “procurámos explorar diferentes sonoridades e isso é evidente nas várias músicas, ainda por cima foi gravado num espaço de tempo mais disperso”. Com tudo para dar certo, surge posteriormente o primeiro LP, “West”, que ficou marcado por ter sido “gravado em take direto num curto espaço de tempo e tem por isso um conceito mais definido e uma maior coerência entre músicas”.
West” foi descrito como “um novo enfoque nas cadências e ritmos pós-punk”, onde o “indie rock do trio desabrochou para uma pop orelhuda”.
Uma digressão por Espanha, França, Suíça, Alemanha, Áustria e Itália foi uma experiência que Pedro Zina garante ter corrido muito bem. “Fomos sempre bem recebidos e os concertos ótimos”, sublinhou, acrescentando que alguns públicos ficaram surpreendidos com o facto de o trio ser português. Para Pedro Zina isto significa que “a Europa está a precisar de olhar para a música nova que se faz em Portugal e as bandas portuguesas têm que cada vez mais se fazer ouvir além-fronteiras”.
Embora já sintam frutos destas viagens enaltece que “há sítios que vamos sem dúvida voltar, mas queremos também chegar a novas cidades e países”. No top dois de locais onde tenham gostado especialmente de tocar encontramos nomes como Toulouse e Santiago que “correram de forma maravilhosa”. Quanto ao local onde não foram e querem ir, ficámos a saber que “gostávamos muito de fazer uma tour pela Grécia, fazia todo o sentido porque a capa do nosso “West” é o Partenon em Atenas”.
O concerto no CCC foi visto como um bocado um “welcome back” (bem-vindos) da digressão, que arrancou sem primeiro pisarem o palco do centro cultural caldense. Visto deste prisma, para alguns dos espectadores presentes e que conheciam a banda de atuações em Lisboa, foi quase necessário ir lá fora para ganhar notoriedade cá dentro. A banda tinha “boas expectativas” sobre a atuação “em casa”. Em palco com “Cave Story” estiveram os seus convidados: Manuel Simões, João Costa e Zé Sousa.
Questionado sobre o futuro da banda, garante que vão continuar com “mais discos e mais concertos”.
0 Comentários