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Património Histórico lança cronologia sobre a cerâmica das Caldas no século XX

Mariana Martinho

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Integrado no programa “Caldas Cidade Cerâmica” foi lançado o livro “Cronologia da Cerâmica das Caldas no século XX. Um enquadramento”, edição da associação Património Histórico - Grupo de Estudos, Molda 2016. A obra foi apresentada na tertúlia realizada pelo PH, na passada quinta-feira, no café Capristanos.
Cláudio Oliveira, Isabel Xavier e João Bonifácio Serra foram os oradores da tertúlia

Faz referência a “cinco décadas de informação e de referência, que permitiu acompanhar as oscilações da indústria e da produção cerâmica nas Caldas até 2008”.

Além do livro apresentado, também foi divulgado parte do material que irá integrar o catálogo sobre a obra pública de Ferreira da Silva.

A obra teve como base um trabalho publicado pela revista “Cerâmicas” de julho de 1990, no âmbito da exposição “50 anos de Cerâmica das Caldas 1930/1980”, cuja orientação pertenceu a João Bonifácio Serra e Paula Cândido. Essa base intitulada “Cerâmica caldense 1927-1977: subsídios para uma cronologia” foi transcrita e atualizada para inserir nesta investigação, que também foi estendia até ao restante século XX.

Para obter mais informações sobre os períodos de tempo acrescentados, de 1905 a 1927 e de 1977 a 2008, o coautor do livro, Cláudio Oliveira, recorreu aos jornais regionais existentes na altura.

“Porquê o início em 1905 e o fim em 2008?”, salientou o investigador, esclarecendo que “considerámos apropriado balizar o início e o fim da cronologia em dois momentos marcantes para a história da cerâmica caldense: em 1905 morre Rafael Bordalo Pinheiro (janeiro) e Manuel Mafra (dezembro), onde se fecha um ciclo dos momentos áureos da cerâmica caldense e inicia-se uma nova conjuntura que termina em 2008, com o encerramento da Secla”. Nesse sentido, são “momentos funestos, desventurados, dolorosos mas significativos”

“Ao longo da obra é possível identificar momentos onde houve “um novo despertar da cerâmica nas Caldas”, como no final da década de 1970, prolongando-se pelos anos 1980, com a fundação de diversas empresas, a instituição do Museu da Cerâmica, a fundação do Cencal e, no final da década, com a Escola Superior de Arte e Design. Além disso, também destaca uma fase de estabilização na década seguinte e os sinais da crise, com o encerramento de fábricas, como o caso da Secla.

Durante a apresentação, Cláudio Oliveira destacou alguns momentos importantes na cerâmica caldense como “monumentos a Rafael Bordalo Pinheiro”, em que houve uma subscrição para ser erguido um monumento ao artista, que mais tarde viria a ser inaugurado no Parque D.Carlos I a 15 de maio de 1927. Também salientou a “polémica dos Fumos”, artigo que propõe a alteração das chaminés dos fornos de louça e pão, e onde identifica “as espessas nuvens de fumo” que circulam na vila.

Outro dos momentos históricos evidenciados foi a “Feira a Cerâmica (1979-1997)”, que surge na sequência da Expo-77, e que foi considerado um dos acontecimentos que “parece ter despertado a cidade, novamente, para a realidade da cerâmica, ganhando um vigor que é muito evidente na década de 1980”. Igualmente sublinhou “os empolgantes anos 80”, com a criação do Centro de Formação Profissional de Caldas da Rainha, que iniciou atividade nas instalações da Secla, com 10 alunos, a criação oficial do Museu da Cerâmica em 1983 e a fundação de fábricas e unidades artesanais.

Mais tarde, nos anos 90, segundo o coautor da obra, “contam com um ritmo semelhante, pelo menos nos seus primeiros anos”. Faz referência também ao protesto dos trabalhadores da Secla em 1998, o conflito laboral nas Faianças Subtil em 2001, e sobretudo ao ano 2005, em que fechou a Pastoret (antiga Eurosecla) e a Barrarte. No fim de 2005 fecha a Le Faubourg (ex-Subtil) com 215 trabalhadores.

O historiador também destacou que no início de 2006 a Secla pretendeu reduzir a semana de trabalho para três dias e no ano seguinte, fechou a Cerâmica A. Santos, deixando no desemprego 135 trabalhadores.

Com o encerramento da Secla a 30 de junho de 2008, uma das mais importantes fábricas de faianças, abre-se um momento de reflexão sobre o estado da cerâmica local.

Este trabalho “incompleto” procura ser mais um recurso disponível a quem se interessa e estuda a cerâmica na região, e “um documento de suporte a futuras investigações”.

“Certamente será melhorado e reforçado com outras fontes e dados”, frisou o investigador, adiantando que “uma cronologia tem sempre a sua especificidade. Não é um trabalho interpretativo e de análise, mais uma recolha factual de informações com base em fontes identificadas”.

Para o autor, “esta investigação permitiu-me fazer uma revisão histórica das Caldas da Rainha, nas últimas décadas e assim ter um maior entendimento da realidade até 2008”.

Catálogo sobre a obra pública de Ferreira da Silva

O programa “Caldas da Rainha Cidade Cerâmica” também vai lançar brevemente a publicação de um catálogo com a obra pública de Ferreira da Silva, que irá contemplar obras presentes em todo o país.

Na tertúlia organizada pelo PH, Isabel Xavier, presidente da associação PH, disse que o trabalho de investigação está concluído, e que “contém fotografias das obras do artista em espaço público, existentes desde o Gerês até Alcácer do Sal”. Durante a sessão a responsável divulgou fotografias dos painéis do artista “espalhados a nível nacional”, que irão integrar o catálogo.

Para a historiadora, a “oportunidade de realizar um estudo sobre a obra do Ferreira da Silva em espaço público foi um trabalho muito interessante, pois descobrimos outros locais no território português com painéis belíssimos de várias épocas do artista”. Há dois textos inseridos na obra, um sobre os “temas mais recorrentes” nas peças do artista, como é caso do círculo, e outro “As quatro estações”.

A obra, segundo a historiadora, será “muito grande e vai surpreender as pessoas” e contém vários estudos de João Bonifácio Serra e de outros autores sobre Ferreira da Silva, fotografias de João Martins Pereira das peças do artista e ainda documentos e testemunhos de pessoas que conviveram de perto com o artista.

João Bonifácio Serra, comissário do projeto, também sublinhou que “esta cronologia é um importante trabalho de investigação e um auxiliar das obras públicas, em todas as suas fases e épocas de Ferreira da Silva”. Também fez uma breve viagem pelos catálogos de cerâmica nas Caldas, durante os anos 80 e 90, o que permite “existir hoje um conhecimento sólido e de referência sobre o centro cerâmico das Caldas”.

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