Quem percorre os pequenos Centros Comerciais da cidade percebe que existem dezenas de lojas vazias à espera de um novo dono, uma situação que nunca antes foi vivida. Como tal, o JORNAL DAS CALDAS questionou o presidente da Associação Empresarial das Caldas da Rainha Óbidos e Oeste (ACCCRO), Paulo Agostinho, quais seriam as estratégias para contrariar esta tendência.
Primeiramente, Paulo Agostinho alertou que “os centros comerciais são espaços privados de negócios, com investidores e uma administração privada, que têm como missão a gestão e dinâmica dos mesmos”. Por isso, sublinhou que “não cabe a nenhuma outra entidade qualquer intervir na gestão e na estratégia desses negócios”.
“A ACCCRO conhece a realidade dos diversos pequenos centros comerciais da cidade, mas não tem, nunca teve e não terá no futuro qualquer intervenção na gestão ou na definição das estratégias que esses ou quaisquer outros negócios privados devem implementar”, explicou.
Mesmo assim, relatou que a ACCCRO “tem sempre definidas diversas estratégias de apoio à gestão das empresas, também porque é essa uma das suas tarefas”. Deu como exemplo o projeto conjunto de investimento, no âmbito do “Comércio Investe” protagonizado pelo IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, em que “quinze empresas do centro da cidade das Caldas da Rainha investiram para modernizar as suas empresas e conseguir enfrentar os novos desafios com melhores e mais competências e ferramentas”.
No âmbito do “Comércio Investe”, o presidente da ACCCRO referiu que “só foram aprovados em Portugal 21 projetos conjuntos, sendo um deles nas Caldas da Rainha, o que reforça o trabalho que estamos a desenvolver no apoio às empresas”.
“A associação tem apresentado as medidas e as estratégias, mas caberá sempre às entidades a decisão de investirem nas suas competências”, frisou Paulo Agostinho, acrescentando que a ACCCRO tem realizado “inúmeros projetos no espaço público, sendo o projeto de Natal das Caldas da Rainha o mais emblemático, que tentam trazer mais dinâmica e tornar a cidade mais apelativa e confortável como local de destino dos consumidores, e desta forma trazer mais público para a cidade, o que acaba por beneficiar todo o tecido empresarial”.
Questionado sobre o que deve ser feito para contrariar esta tendência nos pequenos centros comerciais, Paulo Agostinho declarou que “o boom da construção levou a que muitos projetos imobiliários nos centros das cidades, e podemos constatar esta realidade espelhada em todo o pais, contruíssem pequenos centros comerciais, a maioria sem quaisquer condições para os negócios que neles investiram, que têm muitas dificuldades de sobrevivência dado que a oferta de espaços comerciais é já muito superior à procura”.
“Este panorama é também o resultado da total ausência de estratégias da maioria das autarquias, que unicamente viram nestes projetos mais um meio de rendimento para as Câmaras Municipais”, afirmou o responsável, adiantando que “existem projetos realizados em algumas cidades que conseguiram inverter o ciclo negativo destes espaços comerciais, através do posicionamento da área de negócios dos mesmos e assim tornarem-se alternativas credíveis para determinados nichos de mercado de consumo”.
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