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1,8 toneladas de cocaína a caminho da Nazaré

Agência americana antidroga e Polícia Judiciária juntas na apreensão de droga

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A apreensão de 1,8 toneladas de cocaína em alto mar, a norte dos Farilhões, ao largo de Peniche, a menos de vinte milhas da costa, que estava a ser transportada pela embarcação “Onda Nazarena” com destino ao porto da Nazaré e que levou à detenção de cinco pessoas suspeitas de tráfico de droga, a 20 de agosto de 2015, resultou de uma operação oculta da Polícia Judiciária (PJ) e da Drug Enforcement Administration (DEA), agência norte-americana de combate ao narcotráfico.
Droga foi detetada a bordo do “Onda Nazarena” (foto Carlos Tiago)

Em videoconferência, com a imagem desfocada, a voz distorcida e com nome de código, dois inspetores da PJ contaram na semana passada ao coletivo de juízes do Tribunal de Leiria como se desenrolou a operação. Segundo referiram, a PJ foi contactada pela DEA com o objetivo de “desmantelar uma organização internacional” de tráfico de droga e “identificar” suspeitos de uma rede, para tentar chegar “o mais alto possível” [cargo da rede].

De acordo com a agência Lusa, os inspetores adiantaram que os americanos adquiriram a droga a alegados traficantes no sul da América, também numa operação encoberta. O produto estupefaciente foi depois transportado para Portugal num “voo comercial normal”.

A PJ ficou na posse da droga cerca de cinco dias, data em que iria fazer o transbordo para o barco onde estavam os suspeitos, em alto mar.

O veleiro onde seguiam os inspetores encobertos contatou, em alto mar, o barco dos arguidos, para fazer o transbordo de 63 fardos de cocaína, o que se veio a concretizar.

Depois do transbordo, a embarcação oculta afastou-se e no regresso à Nazaré o barco dos arguidos foi intercetado, e levado para o porto de pesca de Peniche, onde foi feita a revista ao barco.

“Uma ação encoberta desta natureza não é normal ser revelada em termos processuais. O que se passou é que a droga é transportada desde a América do Sul pelas autoridades americanas, é entregue à PJ, que a teve guardada em sítio desconhecido, arranjou uma embarcação e entregou-a a estes pescadores. Isto do ponto de vista técnico e até ético tem muitas questões”, referiu aos jornalistas o advogado dos pescadores, Carlos Melo Alves.

O jurista adiantou que esta revelação coloca em causa se “ainda assim estes pescadores cometeram o crime de tráfico”.

O advogado considera ainda que “foram violados vários princípios da ordem jurídica portuguesa”. Perante os novos factos, o juiz determinou que se realizem novas alegações.

Na primeira sessão do julgamento os arguidos, em prisão domiciliária com vigilância eletrónica, prestaram depoimento, à exceção do mestre, de 49 anos, o único que se encontra em prisão preventiva. Três dos cinco arguidos admitiram terem sido abordados para o transporte de “pacotes”, que iriam receber em alto mar e levar para o porto da Nazaré, em troca de dez mil euros. O mestre receberia quinze mil euros. Asseguraram desconhecer o conteúdo, apesar de admitirem que pudesse ser algo ilegal, afirmando estarem arrependidos. O estupefaciente seria destinado a uma organização criminosa galega.

Numa conferência de imprensa com os responsáveis do combate ao tráfico de droga de Portugal e Espanha, em setembro de 2015, a Polícia Judiciária referiu que a droga valeria no mercado mais de 60 milhões de euros.

O julgamento prossegue no dia 6 de abril. Os arguidos são o mestre da embarcação “Onda Nazarena” e outros quatro pescadores, um dos quais espanhol, com idades entre 29 e 63 anos.

O barco, com 10,36 metros de comprimento, construído em 2005 e matriculado na Figueira da Foz, foi apresado numa operação articulada entre a Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, e o Cuerpo Nacional de Polícia, de Espanha, com a localização e abordagem ao pesqueiro a serem feitas com o apoio da Força Aérea e da Marinha.

O mestre era o proprietário, em conjunto com outro sócio, que desconheceria o carregamento que estava a ser transportado.

A tripulação que ia na embarcação não era a habitual. Geralmente quem seguia no barco, para além do mestre, era o seu filho e mais um pescador. Na ocasião o filho do mestre estava ausente, alegadamente por doença. A bordo encontravam-se outros três pescadores residentes em Atalaia e Ribamar, na Lourinhã, e um espanhol.

Na sequência desta intervenção, as autoridades espanholas desenvolveram uma operação policial na Galiza, Astúrias e Madrid, tendo detido dez elementos pertencentes à organização criminosa, que possuía estreitas ligações a organizações colombianas que se dedicam à introdução de elevadas quantidades de cocaína na Península Ibérica com o objetivo de abastecer os mercados clandestinos da Europa.

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