Luminárias de São José, é o nome desta procissão, cuja origem se perde no tempo. As imagens de São José e de Nossa Senhora percorrem a aldeia do Carvalhal na companhia da banda local – a Sociedade Filarmónica Carvalhense. O trajeto é iluminado por cascas de caracóis, que a população vai reunindo ao longo do ano. Para acendê-las há uma técnica. “Lavamos as cascas, colocamos um pavio no interior, pomos azeite ou óleo e acendemos. Quando há muito vento é difícil”, relatou uma habitante.
Para além de espalhadas pelas ruas, as cascas de caracóis também são usadas pelos habitantes para iluminar as suas casas. São usados garrafões, cabaças e outras invenções, que deixam orgulhosos os moradores e satisfeitos os muitos visitantes e quem assiste à procissão.
“Vim cá só por ter ouvido que isto existia. Fiquei surpreendido e gostei”, contou um dos fiéis que acompanhou o evento. “Sem dúvida que torna a aldeia mais bonita”, acrescentou uma moradora. “Dá muito trabalho mas fazemos com muito amor e carinho”, desabafou outra residente.
Organizado pela Irmandade do Santíssimo Sacramento do Carvalhal, o evento religioso iniciou-se com a celebração da eucaristia, onde foi explicada que a iluminação da aldeia com as cascas de caracóis tem um significado.
“A luz que está exatamente nos caminhos, nos edifícios, nas escadarias, é Jesus Cristo”, descreveu o padre José Luís Guerreiro.
Não se sabe ao certo quantos caracóis foram usados mas terão sido milhares. Nem todos servem. Só os maiores, as chamadas caracoletas, para colocar o pavio que alumia.
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