“Não é necessário um processo prolongado, queremos que as coisas avancem o mais rápido possível e é mesmo uma questão de vontade politica”, adiantou Bruno Dias, referindo-se à integraçãode todos osprecários da função pública de norte a sul do país já em 2017.
Considerando os trabalhadores do CHO o “epicentro das lutas que se tem vindo a desenvolver”, o deputado disse que não sabe se serão os primeiros a serem integrados no quadro da função pública. “É imprevisível porque há aqui o cruzamento das questões da opção política com processos administrativos”, defendendo que entrem para o quadro “todos os trabalhadores precários sem mais demoras”.
Quanto ao processo deintegraçãodos trabalhadores prometido pelo Governo, Bruno Dias acredita que é “uma questão que vai ser decidida pela mobilização das pessoas”, considerando que “a luta tem que continuar”. Recordou o início da luta dos precários do CHO que reivindicavam os salários em atraso. “Resolvido o primeiro problema dos salários em atraso vamos continuar a lutar para avançar para as questões centrais que é um emprego com direitos, estabilidade e confiança para avançar para o futuro”, afirmou Bruno Dias.
O deputado comunista reuniu-se nas Caldas com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e com o Movimento Precários do CHO, no âmbito da sua campanha nacional “Mais direitos, Mais futuro. Não à precariedade”. “No nosso país existem pessoas e famílias inteiras que sobrevivem há anos, até mesmo décadas, neste carrocel da precariedade. Respondem a necessidades permanentes das empresas e serviços mas têm menos direitos e menos salário”, afirmou.
Bruno Dias apontou que “o PCP, que sempre defendeu a integração dos precários, era criticado porque dizia-se que não era possível quando hoje em dia está à vista que é mesmo viável e que é uma questão de vontade política”. Sublinhou que não é bom para as empresas de subcontratação que “estão a ganhar vantagens e benefícios com a exploração da precariedade”.
Bruno Dias considera que para cada necessidade permanente tem que haver um “posto de trabalho efetivo e um vínculo estável com direitos até para valorizar os serviços públicos e também pela segurança que dá aos próprios utentes”.
Vítor Fernandes, do PCP das Caldasda Rainha, revelou que tinham como objetivo fazer uma visita ao Hospital das Caldas e reunir com o conselho de administração do CHO mas por questões de agenda não foi possível, ficando já agendado para daqui a um mês. “Independente destes problemas há outros com o hospital das Caldas que queremos conhecer e aprofundar”, disse Vítor Fernandes.
Precários do CHO entregaram petição na Assembleia da República
Os precários em regime de outsourcing no CHO entregaram, no passado dia 14 de fevereiro, na Assembleia da Republica, uma petição com 1500 assinaturas pela sua integração nos quadros.
Segundo Carla Jorge, porta-voz do Movimento Precários do CHO, a “petição propõe a integração direta nos quadros do CHO de todos os trabalhadores precários e foi promovida pelo movimento”.
Carla Jorge declarou que foram solicitadas reuniões com todos os grupos parlamentares para o mesmo dia com o objetivo de “contar a história dos precários” mas só obtiveram confirmação dos Verdes, Partido Comunista e do Bloco de Esquerda.
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