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Crónica

Casal caldense viaja pelo mundo

Joana Oliveira e Tiago Fidalgo

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Foi a 23 de janeiro, quase 11 meses depois de termos partido à aventura, que apanhámos o nosso primeiro voo, entre Dili e Darwin, na Austrália. E por entre receios e nervoso miudinho, conseguimos: atravessámos o norte australiano, o seu deserto árido e quente.
Fotografia tirada junto a um dos muitos sinais de perigo de cangurus

À chegada jamais poderíamos prever o que nos esperaria, mas é destas novidades que se faz a nossa viagem. No outback australiano descobrimos um país muito verde, fruto das recentes chuvas típicas da época, mas ao mesmo tempo um cenário desértico, avermelhado, plano e sem fim. Descobrimos depressa que o céu parecia palpável e que era talvez o mais bonito que alguma vez tínhamos visto. E também as estradas infinitas no horizonte e cor-de-laranja fizeram o nosso encanto, ao longo de vários dias, onde as temperaturas médias estiveram sempre acima dos 40 graus e onde andar à boleia foi um verdadeiro desolo.

As pessoas, diferentes, pouco acolhedoras, fizeram dos nossos dias, os dias mais duros desta viagem, por entre a sede que muitas vezes sentimos e os pedidos de ajuda negados. Mas foi também nas pessoas, nas que menos esperávamos, que encontrámos consolo. Foi perante aquelas a quem a história da vida foi injusta, que tivemos sorrisos, ajuda, amizade: os arborigenas, ou indígenas. Na verdade, pouco se sabe sobre estes fora da Austrália, pouco se fala ou desenvolve. Mas nós chegámos-lhes perto. Estas, as pessoas realmente nativas, sofreram muito. E sofrem ainda hoje. Sao pretas. Têm pelos. Comportam-se de uma forma diferente. Andam descalças. São livres. E não aceitam, nem conseguem desculpar aquilo que os famosos e bravos brancos fizeram quando cá chegaram. Não obstante o genocídio, roubaram crianças, roubaram terras, roubaram vidas. E hoje, são ainda vítimas de racismo perante a sociedade que aqui habita, tirando claro raras exceções daqueles que lhes dedicam a vida. E esta é, na verdade, a verdadeira história da magnífica Austrália, que de magnífico tem pouco. Mas foram eles, os aborígenes, que por várias vezes nos deram boleia e que sempre chegaram perto para conversar, pelas ruas desertas das cidades fantasma do norte. E sim, estão desfasados da sociedade, desfasados do mundo em que as obrigam hoje a viver.

E foi então assim, que com pequenas ajudas e muitas histórias conseguimos fazer 2500 quilómetros em sete dias, com estradas de longas distâncias sem iluminação, rede telefónica ou estações de serviço, com muitos cangurus e muitos destes infelizmente apanhados pelos carros. E vimos também muita vida selvagem, parte dela tão perigosa, como cobras, aranhas, centopeias, sapos; tudo venenoso e, até, letal. Por fim, não menos letal, são os crocodilos, que rezam as lendas de rua, todos os anos matam locais.

Por agora, chegámos à costa e é por ela que vamos descer até Melbourne! Por aqui os encantos são outros, e a vida também. Mantém-se apenas o custo de vida, que é desmedidamente elevado. Fácil para quem por aqui vive, difícil para quem por aqui viaja!

Pode acompanhar mais sobre esta volta ao mundo de dois caldenses em omundonamao.wordpress.com!

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