A dádiva, no valor de cerca de mil euros, é um equipamento respiratório utilizado por bombeiros quando precisam de agir em atmosferas potencialmente tóxicas, com baixo teor de oxigénio. O aparelho pesa cerca de dez quilos e é concebido para permitir ao utilizador respirar o ar proveniente de uma garrafa (ou garrafas) de alta pressão.

A entrega do equipamento decorreu na passada segunda-feira, no salão nobre da associação humanitária. O comandante da corporação, Nelson Cruz, destacou que esta oferta era prioritária porque são aparelhos respiratórios de circuito aberto, trabalham com ar comprimido e são fundamentais para que “possamos entrar numa habitação quando está contaminada pelos fumos em caso de incêndio”. Revelou que sem estes aparelhos respiratórios não é possível o bombeiro “entrar num incêndio urbano, industrial ou em alguns incêndios em veículos em que não haja muita ventilação”. “É regra fundamental que ninguém, no combate a incêndio, entre numa edificação saturada de fumaça, temperaturas elevadas e gases, sem estar com equipamento de proteção respiratória”, disse o comandante, acrescentando que era um equipamento necessário porque nesta altura do ano a maior ocorrência que existe são incêndios urbanos.

Os aparelhos são dispendiosos, com o custo de cerca de mil euros e têm uma vida útil de dez anos. A 31 de dezembro de 2017, dos 22 aparelhos pertencentes a esta corporação, 12 irão terminar o seu prazo de validade. Até ao final do ano os bombeiros das Caldas precisam de adquirir 12 aparelhos respiratórios, gastando 12 mil euros. “Temos feito algum investimento nesta área e vamos continuar a fazê-lo de forma faseada”, referiu o responsável.

Nelson Cruz recordou que o Rotary Club das Caldas ofereceu há cerca de um ano dois monitores de sinais vitais aos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha para equipar as suas ambulâncias de socorro. “Têm sido muito utilizados e são requisitados no âmbito hospitalar e têm feito um serviço de excelência”, sublinhou o comandante.

Abílio Camacho, presidente da associação humanitária, agradeceu ao clube caldense pela iniciativa e referiu que os Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha vivem “permanentemente de mão estendida”. “Temos muito cuidado com a qualidade de equipamento e material que damos aos bombeiros para eles poderem desempenhar um bom papel em segurança”. Com um orçamento anual de 2 milhões de euros, têm uma despesa mensal de mais 100 mil euros, pelo que precisam do apoio da comunidade para a aquisição de material.

O dirigente fez uma visita guiada aos rotários, mostrando as obras que fizeram nas instalações e as viaturas novas que adquiriram. “Nós nunca paramos para que os Bombeiros possam ter tudo para desempenhar o seu papel da melhor forma”, disse.

Joaquim Monteiro, presidente do Rotary Club das Caldas, entregou o novo aparelho respiratório aos bombeiros, sublinhando que “é com prazer que o clube ajuda esta instituição que merece todo o nosso respeito pelo trabalho que faz na comunidade”.

Marlene Sousa