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Escultor caldense acusa direção do CCC de “falta de respeito”

Marlene Sousa

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Escultor natural das Caldas da Rainha, atualmente a residir em Londres, João de Brito Vidigal enviou para o presidente da Câmara das Caldas, para a Assembleia Municipal e para outras entidades, um documento a expor uma “desagradável situação” pela qual passou no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha (CCC).
Direção do CCC diz que sempre teve atitude profissional e que mantém a mesma disponibilidade em dar corpo à proposta apresentada

“Falta de incompetência, de respeito e consideração”, são as palavras que utiliza em relação ao comportamento que os responsáveis pelo CCC tiveram com ele ao longo de um ano por causa de duas exposições, uma no âmbito do projeto “Familiarte” e a outra intitulada “Sinestesia Quotidiana”, que nunca se realizou.

Escreveu uma carta há cerca de um mês com a sua reclamação, mas só enviou para as entidades e comunicação social no dia 4 de janeiro para se “desviar do barulho das luzes de Natal e fim de ano”.

O escultor alega que há cerca de um ano atrás foi convidado a reunir-se com o diretor do CCC, Carlos Mota, a fim de “ser marcada uma exposição do meu trabalho”. “No fim da reunião ficaram marcadas duas exposições: uma primeira mais pequena no Café Concerto, em abril de 2016, e a segunda na Galeria, em novembro de 2016”, apontou.

Segundo o queixoso, a primeira teve “algumas questões negativas que anteviam os males de que a segunda viria a padecer”. “Na semana anterior à inauguração da primeira, em consulta ao website do CCC, tomei conhecimento da data em que a mesma abriria portas. Sendo este o problema principal nesta exposição, não foi o único”, disse.

“A realização da exposição nestes moldes só foi possível com uma despesa pessoal quatro vezes superior à prevista inicialmente. A falta de respeito comigo é enorme não só pela omissão da data ou incompetência na gestão da programação como pelo facto de eu ter que descobrir online, no website do CCC, o dia em que inaugurava a minha exposição”, referiu.

Segundo o escultor, “a responsabilidade destes factos nunca foi assumida pelo CCC, nem tão pouco explicada ou justificada. Todos os custos agravados resultantes deste funcionamento foram acartados por mim (tais como bilhetes de avião Londres-Lisboa comprados em cima do acontecimento e impressões de materiais expositivos com cariz de urgência) sem que houvesse a mínima abordagem ao assunto por parte do CCC”.

“As peças foram levadas para o CCC para serem montadas no dia seguinte pela manhã. Ao deixá-las, fui informado que a exposição já não iria ser no Café Concerto mas sim na entrada do CCC. Esta mudança teve implicações que mais uma vez mostram a desconsideração pelo trabalho artístico”, sublinhou, adiantando que “as peças foram escolhidas para a exposição dado o espaço em que viriam ser apresentadas”.

Data da exposição “Sinestesia Quotidiana” foi mudada três vezes

A exposição veio a ser instalada no Café Concerto por “forte insistência minha, que demonstrou a falta de condições de exposição na entrada do CCC”.

De acordo com João de Brito Vidigal, já os problemas que marcaram a segunda exposição “Sinestesia Quotidiana”, “excedem largamente os limites da razoabilidade”.

“Numa exposição marcada com um ano de antecedência são trocadas, unilateralmente pelo CCC, as datas por três vezes: a primeira vez nove meses antes da inauguração em novembro, a segunda três semanas antes da inauguração alterada para setembro, a terceira cinco semanas antes da inauguração realterada para novembro, sendo que desta última alteração unilateral resultou o fim desta colaboração”, contou.

“Em novembro de 2016, após todos os benefícios da dúvida, todas as oportunidades concedidas, toda a disponibilidade para levar a cabo uma exposição que tinha sido marcada com um ano de antecedência, o fim da minha paciência tinha chegado”, sublinhou. Acrescentou que escreveu “um e-mail incisivo ao diretor, onde não só não acusou a receção do mesmo, como não mostrou respeito nem tão pouco se dignou a responder nem a este e-mail nem ao anterior a ele dirigido. Recebi, contudo, o contacto da coordenadora com escusas primárias e sem vontade de resolver o assunto que por aqui terminou”.

“Esta forma de trabalhar e agir é uma incúria e uma injúria para o património público, para a Câmara, para a cidade, para os cidadãos e para todos quantos padecem deste tratamento negligente e incompetente e não têm, infelizmente, a força de o denunciar”, frisou.

Direção do CCC responde

Em declarações ao JORNAL DAS CALDAS a direção do CCC, respondeu à reclamação de João de Brito Vidigal sublinhado que “no decorrer dos contactos estabelecidos sempre procurámos ter uma atitude profissional e de respeito pelo artista e sua obra”.

Alega que ficou “surpreendida pela forma como apresenta agora o assunto, com referências que não nos parecem justas para com o CCC, que ao longo de mais de oito anos de trabalho e de enquadramento de dezenas e dezenas de exposições e projetos nunca registou qualquer situação anómala ou similar”. Alega que “entende e respeita” a forma apaixonada como “o artista se refere ao seu trabalho e por isso o CCC sempre se mostrou disponível para receber a exposição “Sinestesia Quotidiana” do escultor João Brito Vidigal, mas dentro das capacidades técnicas e financeiras da nossa estrutura para que o objetivo final correspondesse ao profissionalismo do artista”.

A direção referiu ainda que “tal como no início das conversações mantemos a mesma disponibilidade em dar corpo à proposta apresentada”.

No âmbito do Projeto Familiarte que regularmente colabora com o CCC, os responsáveis pelo CCC dizem que “foi aceite a proposta de agendamento de um projeto com o escultor João Brito Vidigal que se apresentou no Café – Concerto do CCC e que incluía uma oficina pedagógica de 1 a 30 de abril de 2016, tendo tido o apoio técnico do CCC”.

Segundo documento enviado pelo CCC, “esta proposta também continha uma oficina pedagógica que infelizmente não se concretizou por falta de inscrições interessadas. Num segundo momento, dadas as características do trabalho artístico do autor e da sua argumentação teórica, mantivemos o interesse em organizar uma outra exposição com mais amplitude de forma a mostrar um projeto mais abrangente do artista na sua terra natal”.

Segundo a direção do CCC, “como todos os projetos que decorrem no CCC, as questões financeiras e organizativas têm sempre que estar equacionadas perante a vontade de querer apresentar este ou outro projeto qualquer”.

Diz que “lamentavelmente por lapso e dado o fluxo intenso de informação fornecido aos nossos serviços foram produzidos objetos informativos onde constava erradamente a data da exposição (que carecia desde o início da concordância das partes e do orçamento final de todas as envolventes para haver uma autorização definitiva), e detetado o erro não nos foi possível corrigir os materiais de divulgação porque estes estavam associados ao conjunto de outros eventos previamente acertados, além dos custos que uma alteração implicava”.

Tendo em conta as exigências técnicas para a realização da montagem apresentada, os responsáveis sublinham que vieram a “verificar que era muito mais complexa do que era espectável no início das conversações”. Por estas razões solicitaram uma nova reunião para “necessária reavaliação, do qual não conseguimos concretizar, nem obtivemos resposta ao pedido de agendamento que propusemos”.

Marlene Sousa

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