Apresentando grande destreza para a idade, a mulher, residente no Bombarral, não se intimidava com os obstáculos que lhe apareciam pela frente e chegava a escalar dois metros para penetrar no interior das casas, sempre na ausência dos moradores, e furtava joias, relógios, telemóveis, peças cerâmicas, cobertores, toalhas, entre outros artigos, inclusive um computador e uma televisão.
No passado dia 22, pelas treze horas, foi denunciada por populares que viram-na a assaltar uma residência em Peniche. Foi detida pela GNR mas o tribunal deixou-a em liberdade no dia seguinte com termo de identidade e residência.
Voltou a ser apanhada cerca da meia-noite de dia 26, na casa de emigrantes, em Alcobaça, pelo Núcleo de Investigação Criminal das Caldas da Rainha da GNR.
Fazia dos assaltos o seu modo de vida, não se conhecendo outra fonte de rendimento, após ter sido operária fabril. Com três filhos adultos e sendo inclusive já avó, a detida tinha casa na aldeia da Murteira, no Cadaval, de onde é natural, mas ocupava há pouco tempo outro imóvel no concelho vizinho do Bombarral.
Apesar de aparentar ser uma pessoa idónea, alguns habitantes na sua terra-natal não ficaram surpreendidos com a sua detenção, já que há poucas semanas souberam que ela tinha sido apanhada a assaltar uma residência em Chão do Sapo, no Cadaval. “Uma rapariga viu-a a entrar pela janela e chamou a GNR. Transportava consigo no carro um escadote e um martelo”, contou um popular.
O método que utilizava para assaltar as casas era basicamente repetido: Escolhia vivendas antigas e não novas com receio destas terem alarme e serem protegidas por cães, e atacava quando não estava ninguém no interior, a qualquer hora, estudando bem os locais antes de atuar. Escalava vedações, por vezes com recurso ao escadote, e subia até janelas partindo os vidros com o martelo para entrar nas vivendas. Depois de furtar o recheio que estava à mão, saía por portadas laterais.
Acabou algumas vezes por ser apanhada em flagrante pela GNR, mas depois de presente a tribunal saía sempre em liberdade com termo de identidade e residência. Agora o Tribunal de Alcobaça determinou a sua prisão preventiva na cadeia de Tires.
Foram realizadas duas buscas domiciliárias onde foram recuperados diversos objetos furtados, para além de dois carros utilizados nos assaltos e várias chapas de matrícula que usava para não ser detetada.
Divorciada, a mulher atuaria sozinha e é suspeita de também ter assaltado casas na região do Algarve, lesando os respetivos proprietários em milhares de euros em artigos.
É indiciada da prática de 17 crimes, entre os quais furtos no interior de residência, abastecimentos de viatura com fuga sem pagar, furto de chapas de matrícula e circulação com chapas de matrículas falsas.
Francisco Gomes
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