Da comissão instaladora fazem parte o ex-candidato presidencial Paulo Morais, o vocalista dos UHF, António Ribeiro, o presidente da Associação Portuguesa de Direito ao Consumo, Mário Frota, o criador do banco de livros escolares através do Facebook, Henrique Cunha, e os caldenses Teresa Serrenho, ex-mandatária nacional da candidatura de Paulo Morais e dirigente do movimento cívico “Viver o Concelho”, e Luís Serrenho.
O aumento da participação dos cidadãos na resolução dos problemas crónicos do país é um dos objetivos da “Frente Cívica”, associação cuja escritura foi efetuada nas Caldas.
“A associação vai ser um despertador na sociedade portuguesa, porque há muita gente que anda a dormir ou tem medo”, disse o ex-candidato presidencial Paulo Morais e presidente da comissão instaladora. Por isso, a “Frente Cívica” pretende ser uma plataforma de “participação permanente”, de “escrutínio entre eleições” e de proposta de soluções e sua implementação”. “A participação dos cidadãos tem sido esgotada no ato de votar e deixa sem escrutínio os seus representantes durante muito tempo. O que falta em Portugal é uma participação cívica permanente”, referiu.
A forma de intervenção poderá ser diferente em cada caso, conforme o tema em causa e as soluções apresentadas. “Para além de uma profunda identificação do problema e juntando conhecimento à Frente Cívica, queremos soluções e preconizar a sua implementação”, indicou Paulo Morais.
Antes da sua constituição, a “Frente Cívica” organizou quatro encontros de cidadãos em Lisboa, Porto, Coimbra e Faro e fez uma “auscultação dos que são os maiores problemas da sociedade portuguesa”. Feita essa síntese ficou em condições de constituir a associação que tem 515 sócios fundadores.
As parcerias público-privadas (PPP) rodoviárias e as suas “rendas milionárias”, é já um dos temas a trabalhar em janeiro.
“A corrupção é também um dos principais problemas”, diz Paulo Morais, que fez deste tema um lema da sua candidatura presidencial. “Todos aqueles que estão desassossegados, que queiram agitar o atual estado de coisas aproximem-se e ajudem-nos a combater o medo de falar, participar e exprimir opiniões”, sublinhou.
“A incapacidade para resolver o problema dos incêndios florestais, a falta de apoio e abandono dos idosos, a não reutilização de manuais escolares e a falta de pontualidade dos portugueses nas reuniões” são outros dos temas que vão marcar a sua atividade nos próximos meses.
“Não vamos resolver todos os problemas do país em dois anos, porque são crónicos, uns têm décadas, outros têm séculos, o objetivo será começar a trabalhar e evoluir na tendência da sua resolução”, adiantou o impulsionador desta associação.
Paulo Morais garantiu que o objetivo não é “candidatarem-se a nada”. “Não é um partido nem vai concorrer a eleições. Vai apenas contribuir para a denúncia e normalização da vida política em Portugal”, revelou.
O fato da escritura ter sido feita nas Caldas deveu-se a que “uma das pessoas mais marcantes desta associação ser das Caldas”, disse o ex-candidato a presidente da República, referindo-se a Teresa Serrenho, que foi mandatária nacional da candidatura de Paulo Morais e é também presidente do Movimento Viver o Concelho.
“Frente Cívica” é uma associação sem fins lucrativos. Os sócios têm de pagar uma quota, que reverte para o funcionamento da associação. Além desse recurso, aceitará apenas pequenos donativos que não comprometam a independência e irá candidatar-se a financiamentos internacionais para alguns projetos.
Nos próximos meses, a associação vai desdobrar-se em encontros mais pequenos para discutir problemas concretos que serão divulgados na página do Facebook e no blogue da “Frente Cívica”. “Temos neste momento centenas de pessoas que estão connosco em todo o país e iremos alargar este grupo. Teremos uma rede de pensamento coletivo que nos ajudará encontrar as soluções para cada caso”, acrescentou o responsável.
Marlene Sousa
0 Comentários