“Há situações de atraso nas entregas de correspondência que chegam a atingir duas semanas”, denunciaram à agência Lusa vários carteiros afetos ao Centro de Distribuição Postal (CDP) das Caldas da Rainha, queixando-se de “exagerada extensão de alguns giros, impossíveis de completar dentro do horário”.
De acordo com os profissionais, que pediram o anonimato por “receio de retaliações por parte da administração”, as horas extraordinárias previstas para o ano de 2016 “já foram esgotadas” e os carteiros “não conseguem entregar a correspondência dentro do horário”.
A situação afeta a distribuição nos concelhos das Caldas da Rainha e Óbidos, onde os carteiros dizem tentar “selecionar a correspondência mais prioritária, como as reformas ou contas de água e eletricidade” para ser entregue com maior brevidade, enquanto “milhares de cartas vão ficando para trás”, dada a situação de “exaustão dos carteiros, muitos dos quais entraram em esgotamento e estão de baixa, por não conseguirem aguentar a pressão e as reclamações das pessoas”.
À Lusa, os trabalhadores afirmaram que “nalguns casos houve três giros fundidos em apenas um”, aumentando a extensão e juntando percursos urbanos e rurais, tendo o mesmo carteiro que efetuar a distribuição de “mota e a pé”, ou noutros casos “de carro e a pé”.
O aumento do número de reclamações gerado pelos atrasos nas entregas do correio levou a comissão de trabalhadores a realizar um plenário cujas conclusões “foram transmitidas às chefias e à administração, mas infelizmente sem ter sido comunicada qualquer intenção de resolver os problemas” aos trabalhadores.
A manter-se “este acumular de trabalho, [os trabalhadores] vão solicitar audiências aos grupos parlamentares para denunciar a situação, tanto nas Caldas da Rainha como noutras zonas do país”, acrescentaram os carteiros, que admitem no próximo plenário a realizar em janeiro “avançar com algumas formas de protesto e denúncia junto da população que esta a ser mal servida”.
O JORNAL DAS CALDAS apurou que os “atrasos significativos na entrega de correspondência no concelho pelos CTT de Caldas da Rainha” já motivaram uma declaração do presidente da Câmara na reunião do executivo. Tinta Ferreira revelou que a edilidade continua a receber queixas de munícipes que pedem a impressão de segundas vias da faturação da água, que chega atrasada às residências, situação que “tem vindo a causar incómodos às pessoas e prejuízos aos Serviços Municipalizados das Caldas da Rainha”.
Contatada pela Lusa, a empresa negou “quaisquer atrasos como os que referem [os carteiros], já que os padrões de entrega estão perfeitamente em linha com o que é normal nesta altura do ano”.
Segundo os CTT, no CDP existem “41 carteiros para 40 giros” e a empresa admite que têm sido “registados alguns casos de absentismo”, sendo que as ausências previstas, como férias ou formação, por exemplo, “têm sido resolvidas dentro do plano normal de contratação”.
Já as ausências não previstas, como os casos de doença, “têm tido substituição assegurada com recurso a trabalhadores de outros locais, contratação a termo, apoio dos operacionais da CTT Contacto e também ao trabalho extraordinário”.
A empresa sublinha ainda que “esta é uma altura do ano em que aumenta sempre o número de objetos distribuídos”, nomeadamente as encomendas expresso, mas considera ter-se “organizado de forma eficiente para que toda a correspondência e todas as encomendas continuem a ser entregues atempadamente”, não prevendo a contratação de mais carteiros
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