A CoopCASA - Cooperativa para a Ação Social e Artística, promoveu no passado sábado à tarde uma conferência sobre Cidadania e Responsabilidade, onde foram debatidos vários fatores que levam à participação cívica e democrática, como foi o caso do Orçamento Participativo (OP), “uma ferramenta da democracia participativa” e a Economia Social, “ solidariedade e voluntariado como exemplos de participação cívica”, no auditório da Biblioteca Municipal. Ainda foram refletidos os futuros caminhos para uma participação mais ativa no concelho de Caldas da Rainha.
Projeto financiado pelo Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, a CoopCASA, fundada em 2014 e sedeada em Caldas da Rainha, foi a responsável pela iniciativa que decorreu em duas partes, sendo que o primeiro painel contou com a presença de Hugo Oliveira, vice-presidente da Câmara da Caldas da Rainha e de José Lacerda, responsável pelo projeto CoopCASA, juntando 27 pessoas na sessão. Para moderação, a iniciativa contou com a presença de José Luiz de Almeida e Silva, dirigente da mais antiga cooperativa cultural das Caldas da Rainha – a Cooperativa Editorial Caldense.
O vice-presidente, responsável pelo OP desde 2014, confessou que “não estou satisfeito com a participação e estamos a trabalhar na possibilidade de alterar o sistema do orçamento para aumentar a participação ativa dos cidadãos, através de sessões participativas”.
Para o autarca, “existe um grande défice de participação”, adiantando “que devemos estimular a participação e aproveitar essa verba disponibilizada pela Câmara para novas ideias ou soluções para a comunidade”, como é o caso das “Hortas urbanas”.
Liliana Silva, representante da CoopCASA, explicou o que consiste o projeto, as atividades programadas e desenvolvidas pelo Projeto Cidadania e Responsabilidade até à data, bem como divulgou as ações que a CoopCASA vai promover pela cidade.
José Lacerda disse que o “conceito cidadania é fundamental para o futuro”, sendo que “neste momento vivemos um momento de charneira e de crise social, onde verifica-se uma ausência de valores sociais”.
O segundo painel contou com a presença de Eduardo Graça, presidente da CASES – Cooperativa António Sérgio para a Economia Social, sendo uma das personalidades responsáveis pela promoção e dinamização da Economia Social em Portugal, bem como representante das duas organizações da economia social com maior número de voluntários.
Começou por dizer que “ que o projeto CoopCASA já fez muita coisa bem-feita e estruturada, como por exemplo esta iniciativa tem informações importantes para as comunidades onde se inserem”. “Este género de redes são o futuro do desenvolvimento do país”, salientou, explicando o conceito de “economia social, o setor cooperativo e social”. Nesse setor encontra englobado as misericórdias e as IPSS, que no período de três anos (2010 e 2013) cresceu de 55 mil para 61 mil entidades.
Para falar sobre voluntariado e solidariedade, esteve presente José Siqueira de Carvalho, presidente da direção do Banco Alimentar do Oeste, que explicou o conceito dos bancos alimentares e os projetos que esta instituição desenvolve. Apontou que no último ano a instituição conseguiu recolher a nível nacional “27.800 toneladas de alimentos”.
O Banco Alimentar Oeste, instalado há dez anos na estação de comboios das Caldas da Rainha, apoiou 61 instituições em 2015, com cerca de 650 alimentos, equivalentes a mais de novecentos mil euros e uma média mensal de 10.500 pessoas carenciadas. Contou com 35 mil voluntários, distribuídos pelos diversos pontos de recolha, com decréscimo nos últimos anos.
Cristina Rodrigues e António Cipriano representaram a Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha e falaram das áreas de intervenção e valências da instituição, que conta com 150 funcionários.
Tem 67 utentes contratualizados para o serviço na residência a idosos, 56 utentes do acordo da cooperação e segurança social e 18 apartamentos residenciais.
Para encerrar a sessão, Tinta Ferreira, presidente da Câmara Municipal, referiu que “este tipo de sessões fora da área política promove a democracia participativa no município, onde as pessoas podem dar as suas opiniões”. Apontou também que “temos de evoluir no país para diminuir o desinteresse das pessoas nos assuntos da comunidade. Felizmente nas Caldas da Rainha, temos um tecido associativo forte e participativo, que resulta também graças ao funcionamento do município”.
Mariana Martinho
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