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“Incêndios Urbanos e Industriais - Novas abordagens”

Setecentos bombeiros de todo o país em seminário nas Caldas

Mariana Martinho

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Setecentos bombeiros de todo o país, bem como duas dezenas de representantes de entidades como a Autoridade Nacional de Proteção Civil, autarquias, associações do setor, empresas e forças de segurança marcaram presença no passado sábado no seminário “Incêndios Urbanos e Industriais - Novas abordagens”, que decorreu no grande auditório do Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha. A iniciativa, que contou com o apoio da Autoridade Nacional de Proteção Civil, da Liga dos Bombeiros Portugueses e da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha, contou com vários painéis ao longo de todo o dia.
Painel da sessão de abertura

Na sessão de abertura José Ferreira, presidente da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), começou por referir que o seminário abordava uma temática que “a todos muito interessa”. Como tal, “a escola tem vindo a investido nesta área, não só através da disponibilização de uma infraestrutura de elite para a formação de bombeiros, com a construção de um campo novo de treinos, bem como aposta em novos produtos formativos e pedagógicos”.

O responsável também apontou que “um dos fatores de sucesso” na abordagem da problemática dos incêndios urbanos e industriais passa pelo “conhecimento, que deve ser aprofundado”, de forma a aperfeiçoar os conhecimentos/técnicas através da comunidade científica e dos países, originando uma doutrina.

“Este saber é fundamental para a localização e organização dos meios no combate aos incêndios, bem como para a segurança”, explicou, adiantando que “Portugal tem uma média de cinco dezenas de mortos anualmente nesta área”. Destacou também que até ao dia 20 deste mês houve registo de 3872 ocorrências em incêndios urbanos e 563 em incêndios industriais.

“Estes números habitualmente estão associados a perdas de habitações e paralisação de empresas, o que acresce o desemprego, despesas das seguradoras, situações sociais delicadas e perdas irreparáveis”, frisou, caracterizando como “uma panóplia de ingredientes que obrigam à atuação dos bombeiros através de uma intervenção técnica altamente especializada e de elevado rigor”.

Mário Cerol, representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, também participou na sessão, salientando que “de facto os bombeiros não tratam só de incêndios florestais também combatem incêndios urbanos”. Frisou que estes profissionais, “querem sempre mais e melhor formação, e ainda aprender novos conhecimentos técnicos e científicos nesta área tão importante”.

José Oliveira, representante da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), disse que “a área de segurança contra o incêndio é de grande importância para a entidade”. Recordou que a ANPC “tem vindo a registar nos últimos anos cerca de oito ou nove mil ocorrências relacionadas com esta área de segurança contra o incêndio”, sendo que “75% das ocorrências acontecem em habitações antigas, 15% em instalações industriais e 5% em instalações comerciais, hoteleiras e restauração”.

Outra nova realidade são os incêndios em prédios de voluto, sendo “um dos problemas que começam acontecer hoje em dia, nos centros históricos afetando por vezes prédios vizinhos”. Também explicou que a entidade encontra-se a “monitorizar e a trabalhar na evolução do regime jurídico nesta área, com particularidades a serem trabalhadas no futuro”.

Durante a sessão de abertura, Tinta Ferreira, presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, manifestou que os “bombeiros na sua vida e na sua ação são muito misericordiosos, cuidando com generosidade”. No entanto, “isso hoje em dia não chega, é preciso saber e conhecer”, por isso “a importância de um encontro desta natureza”.

“Os possíveis incêndios em centros urbanos é um problema que também nos afeta enquanto cidade”, afirmou.

Por fim, Adelino Mendes, em representação do secretário de Estado da Administração Interna, começou por afirmar que os dados divulgados pelo presidente da ENB revelam “a importância de termos estratégicos para combater este tipo de acidentes graves”.

“Estas matérias são prioritárias no âmbito da ação do governo, o que leva à tomada de decisões concretas”, explicou o representante, admitindo que “estamos a falar de acidentes com um potencial de consequências bastante grave”. Portanto, “isso deve obrigar à estratégia de uma intervenção concertada e bem coordenada”, começando desde logo pela “prevenção”.

Aliás, Adelino Mendes informou que “o governo está a concluir uma estratégia nacional de proteção civil preventiva”, sendo necessário “atuar antes da resposta operacional”. Também apontou que existe um conjunto de tarefas, no âmbito desta proteção civil preventiva, que é necessário investir, bem como na área dos incêndios urbanos e industriais.

O representante admitiu que é necessário intervir nas questões da regulamentação, certificação dos edifícios, na aplicação das medidas de alta proteção e na formação dos agentes de proteção civil neste tipo de incêndios. “É necessário fazer um adequado planeamento para a prevenção nestas ocorrências, através de simulacros, de modo a prepararmo-nos para as possíveis necessidades de intervenção”, destacou Adelino Mendes, apelando aos responsáveis, que “aprofundem a oferta formativa dentro desta área da segurança contra os incêndios em edifícios”.

Para o responsável, os projetos de reabilitação urbana são “uma oportunidade histórica para a melhoria da resiliência dos edifícios aos incêndios e para o nível de risco potencial de acidentes possa diminuir”. Além disso, é necessário continuar a investir na formação de competências e na capacidade de resposta operacional para este tipo de ocorrências”.

“Esta problemática traz consequências gravosas para a proteção civil, e por isso, não podemos descurar dos equipamentos nem das capacidades operacionais para podermos dar uma resposta eficaz, em situações de emergências”, concluiu.

Mariana Martinho

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