Foi concebida na passada quinta-feira uma refeição pelos alunos do terceiro ano do curso de Técnicas de Cozinha/Pastelaria e servida pelos finalistas do curso de Técnicas de Serviço de Restauração e Bebidas, em que alguns dos convidados foram atletas olímpicos e elementos ligados ao desporto e à nutrição.

A ementa pedagógica foi composta por creme de cenoura assada e sementes, pescada escalfada com penne e legumes, peito de frango com crosta de frutos secos e aletria com frutas laminadas.

A carta de bebidas incluía sumos naturais de laranja e ananás, chá de gengibre e cardamomo e água mineral.

Estiveram presentes Inês Henriques, marchadora olímpica do Clube de Natação de Rio Maior, várias vezes campeã nacional, medalha de bronze individual e de ouro coletiva na Taça do Mundo em 2010 e 12º lugar nos últimos Jogos Olímpicos, Miguel Arraiolos, triatleta do Benfica e 44º este ano nos Jogos Olímpicos, António Moreira, professor de teoria de treino da Escola Superior de Desporto de Rio Maior, Diana Sacouto, “coach mental” com mestrado em psicologia do desporto e exercício, que integra o corpo técnico do complexo desportivo de Rio Maior, Ricardo Aurélio, gestor de comunicação da Desmor, empresa municipal na área de desporto de Rio Maior, Luís Lalanda, professor de uma disciplina na EHTO que incute prática desportiva aos alunos, Joana Mendes, professora de nutrição da EHTO, o chef Ramiro Ferreira, docente do curso de padaria avançada na EHTO e que está a desenvolver um projeto de alimentação saudável com o complexo desportivo de Rio Maior, e o diretor da EHTO, Daniel Pinto.

Foram também estes os intervenientes numa conferência sobre alimentação saudável que teve lugar a seguir ao almoço no auditório da escola.

Diana Sacouto vincou a “importância da alimentação na performance” dos atletas, admitindo que, sobretudo os mais novos, quando chegam ao complexo desportivo de Rio Maior, levam o seu tempo para se adaptarem a novos hábitos alimentares. Deixou no entanto a ideia de que também é importante que a comida não perca sabor.

Reconheceu a importância da mentalização dos atletas para a realidade dos sacrifícios, concordando que o recente elogio do futebolista campeão europeu Eder à sua “coach mental” veio tornar mais recetiva esta orientação, que agora é mais procurada.

Por sua vez, Inês Henriques assegurou que “se não tivermos uma base alimentar adequada não temos rentabilidade e resultados”. E alertou: “Se perdermos um quilo mas perdemos força não vale a pena”.

Por isso, “se não tivermos os nutrientes necessários não temos energia”. Mas “cada qual conhece o seu corpo e tem de procurar adaptá-lo”, afirmou, desmistificando também a ideia de “não comer antes de fazer exercício físico”. “Eu tomo o pequeno-almoço e vou treinar”, revelou.

O chef Ramiro Ferreira revelou que está a desenvolver um projeto de alimentação associada à prática desportiva, nomeadamente pães dietéticos e barras energéticas, tudo à base de produtos naturais, para responder às necessidades dos atletas e que são para serem consumidos “antes, no meio e depois do esforço”.

E, sem receio, afirmou que o pão “deve fazer parte da alimentação dos atletas”.

Na próxima quinta-feira prosseguem as ementas pedagógicas na EHTO, com o projeto “Raízes”, com os produtos de eleição a serem coco, abacaxi e rum. A ementa, aberta à população, será composta por gel de rum, cur de abacaxi e brunesa de malagueta, peixe espada com arroz de tomada, carré de borrego ao caril, cuscuz e legumes, e crepe de chocolate com avelã, abacaxi caramelizado e lascas de coco.

Francisco Gomes