O lançamento, em 2006, da marca “Peniche Capital da Onda”, surtiu efeito e revolucionou o concelho. Estima-se que os mais de cem mil visitantes que passam anualmente por Peniche durante a etapa do Mundial de surf representem um impacto económico local superior a dez milhões de euros.
Do ponto de vista desportivo, matematicamente são vários os surfistas que chegam a Peniche com possibilidade ainda de vencer, mas os que têm maior vantagem e se apresentam nesta penúltima prova do circuito mundial com grandes aspirações de arrecadar o título mundial, seja agora ou na última etapa em Oahu, no Havaí, entre 8 e 20 de dezembro, são o havaiano John John Florence, de 23 anos, e o brasileiro Gabriel Medina, de 22.
John John tem 48.150 pontos, mais 2.700 do que Medina (45.450). O vencedor de cada etapa leva 10 mil pontos. O finalista derrotado 8 mil e os semifinalistas 6.500. Quem atinge os quartos de final leva 5.200. Os eliminados na quinta, terceira e segunda fase ganham, respetivamente, 4.000, 1.750 e 500 pontos.
Antes de Peniche realizou-se a etapa de Hossegor, em França, e a vantagem de John John diminuiu de 4.200 para os 2.700 pontos, uma vez que o havaiano ficou-se pela semifinal, enquanto que o brasileiro foi finalista vencido. Quem ganhou a prova francesa foi o havaiano Keanu Asing, que apenas tem 18.750 pontos e está no 21º lugar do ranking da Liga Mundial de Surf, cujos dez primeiros são os seguintes: 1º – John John Florence (Havaí) – 48,150; 2º – Gabriel Medina (Brasil) – 45,450; 3º – Matt Wilkinson (Austrália) – 38,250; 4º – Jordy Smith (África do Sul) – 35,700; 5º – Kolohe Andino (Estados Unidos da América) – 32,150; 6º – Julian Wilson (Austrália) – 30,900; 7º – Filipe Toledo (Brasil) – 30,650; 8º – Kelly Slater (Estados Unidos da América) – 30,150; 9º – Adrian Buchan (Austrália) – 29,700; 10º – Adriano de Souza (Brasil) – 29,400.
Apesar de contar com onze etapas, o ranking leva em conta apenas os nove melhores resultados. Se o descarte fosse hoje, Medina e John John teriam o mesmo desconto, um 13º lugar, o que não causaria alterações na pontuação.
Estar a analisar o desempenho dos dois principais favoritos em anos anteriores na etapa de Peniche não serve para antecipar a sua possível prestação na edição de 2016, isto porque é imprevisível o seu comportamento perante as ondas que lhe aparecerão para dominar. Ainda assim, apenas por curiosidade, recorda-se que o brasileiro caiu nos quartos de final em 2015 e na terceira fase em 2014, enquanto que o havaiano foi eliminado na terceira fase em 2015 e foi semifinalista em 2014.
Medina foi campeão do mundo em 2014. No ano passado o título foi para outro brasileiro, Adriano de Souza. O Brasil procura o terceiro título consecutivo e Medina o segundo na sua carreira. O surfista do país irmão foi o primeiro atleta a conquistar um mundial para o Brasil.
Naturalmente que o brasileiro pretenderá em Peniche fazer melhor do que havaiano, até porque este jogará em casa na última prova.
Por sua vez, John John o melhor que até agora atingiu foi o terceiro lugar em 2014.
Outras praias são alternativas
O site Surftotal citou declarações de responsáveis da Liga Mundial de Surf, proferidas durante a prova em França, que caso Supertubos não ofereça as ondas pretendidas, as alternativas passam pela Nazaré e Foz do Arelho.
Contudo, no caso da Nazaré, poderia ser incompatível com a prova de ondas gigantes que atualmente está a decorrer, para além da ondulação não ser semelhante à de Supertubos, o que também não acontece com a Foz do Arelho, as ondas também não terão a dimensão.
É, pois, de aceitar como mais prováveis alternativas aquelas que foram indicadas num aviso emitido pela capitania do porto de Peniche, que informou a navegação que no período compreendido entre os dia 18 e 29 de outubro, entre as 08h00 e as 20h00, está prevista a realização do Campeonato do Mundo de Surf «Meo Rip Curl Pro Portugal 2016», na praia de Supertubos ou em alternativa na praia do Pico da Mota ou praia da Almagreira, ambas em Peniche, ou praia do Bom Sucesso, em Óbidos. Não é feita qualquer referência à Foz do Arelho.
Em qualquer caso, “toda a navegação deve assegurar uma vigilância cuidada, mantendo o devido resguardo de segurança”.
Francisco Gomes
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