Q

Previsão do tempo

13° C
  • Thursday 17° C
  • Friday 15° C
  • Saturday 15° C
13° C
  • Thursday 17° C
  • Friday 15° C
  • Saturday 15° C
14° C
  • Thursday 17° C
  • Friday 15° C
  • Saturday 16° C

Câmara das Caldas não agrava taxas aos munícipes

Francisco Gomes

EXCLUSIVO

ASSINE JÁ
A Assembleia Municipal das Caldas da Rainha aprovou as taxas a aplicar em 2017, dando seguimento as deliberações tomadas pela Câmara ao nível do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), agravação de IMI para prédios degradados, devolução do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS), Derrama e cobrança da Taxa Municipal de Direitos de Passagem (TMDP).
A Assembleia Municipal das Caldas da Rainha aprovou as taxas a aplicar em 2017

“A nossa proposta este ano é de manutenção dos impostos. Faço notar que já temos o maior índice de devolução fiscal de Leiria e do Oeste”, manifestou o presidente da Câmara na última reunião da Assembleia Municipal. Tinta Ferreira justificou a opção como “fator de atratividade de pessoas e empresas”.

Foi fixada a taxa de 0,30% a aplicar aos prédios urbanos, com majoração de 10% aos 49 prédios degradados identificados ou, no caso do centro histórico os imóveis degradados cujos proprietários foram objeto de notificação para efeitos de demolição e que não tenham dado cumprimento. São imóveis que “fazem perigar a segurança de pessoas e bens”.

É aplicada uma redução da taxa do IMI em função do número de dependentes, nos casos de imóvel destinado a habitação própria e coincidente com o domicílio fiscal do proprietário. Com um dependente a cargo, a redução é 5%, com dois é 7,5% e com três é 10%.

“Caso a redução do IMI social não fosse tão efetiva admitiríamos aumentar a redução do IMI familiar, mas a castanhada que levámos impede-nos de ser mais arrojados, porque assim é difícil ter receitas”, comentou Tinta Ferreira.

Quanto à participação do Município no IRS relativa aos rendimentos de 2017, foi aprovada uma devolução aos munícipes de 2,00%, ficando a autarquia com 3,00%. Tal como na Câmara, onde o assunto mereceu o voto contra do CDS, também na Assembleia houve divisão. Houve 29 votos a favor e três contra.

Para Tinta Ferreira, “muito beneficiário desta medida não é gente rica. É classe média, a quem temos de dar um conforto porque faz girar a economia local”.

Em relação à Derrama, foi aprovada por unanimidade a aplicação de uma taxa de 0,75% (metade do que é possível) para as empresas cujo volume de negócios em 2016 ultrapasse 150 mil euros. Haverá isenção durante três anos para empresas que venham a fixar a sua sede no concelho das Caldas e que mantenham no mínimo três postos de trabalho.

Sobre a TMDP, que tem a ver com encargos relativos à implantação, passagem e atravessamento de sistemas, equipamentos e recursos das empresas que oferecem redes e serviços de comunicações eletrónicas acessíveis ao público, foi fixada por unanimidade a taxa de 0,25%.

Edgar Ximenes, do MVC, comentou que “mantemos a posição que tomámos no ano anterior e votaremos favoravelmente”, considerando ser “uma questão de bom senso, porque a realidade económico-financeira condiciona”.

Para Vítor Fernandes, do PCP, o IMI familiar “carece de alguma justiça”, defendendo que “devia ser considerado para além o número de dependentes, o rendimento de cada agregado familiar, porque pode haver um agregado que tenha apenas um dependente e tenha uma situação financeira pior da que tem três”. Assim absteve-se.

Votou contra a devolução do IRS aos munícipes, explicando que “a verba de 5% [valor máximo possível] é uma contrapartida por parte dos sucessivos governos ao corte de transferências para as autarquias”.

Também não votou a favor da majoração aos edifícios degradados por achar que a lista de imóveis devia ser maior do que aquela descrita.

Manuel Nunes, do PS, acha que a devolução do IRS podia ser 3% em vez de 2%, enquanto que João Diniz, do CDS, disse votar a favor do IMI familiar e contra a devolução do IRS. Sobre a lista dos edifícios degradados, disse ser “incompleta”, pelo que se absteve.

António Cipriano, do PSD, declarou que a Câmara Municipal “mantém uma proposta de baixos impostos e de não onerar excessivamente as pessoas”.

Para Emanuel Pontes, do MVC, devia haver para os prédios degradados repetentes “uma majoração diferente”, enquanto Pedro Seixas, do PS, interrogou a autarquia que diligências toma junto dos proprietários para mudarem a situação. Tinta Ferreira respondeu que os proprietários são notificados para tomar medidas. A lista de prédios teve onze abstenções e 21 votos a favor.

Dívida de 4.6 milhões de euros a fornecedores

As contas da Câmara das Caldas estão equilibradas, segundo o presidente da autarquia, que revelou que a dívida a fornecedores atinge 1.3 milhões de euros e os empréstimos rondam os 3.3 milhões de euros, fazendo com que a dívida total atinja os 4.6 milhões de euros, números dentro dos valores controláveis, assegurou Tinta Ferreira.

Segundo descreveu, este ano a receita previsível é menor, “por força de termos menos fundos comunitários e por causa do IMI social automático, que isenta contribuintes com propriedades de habitação inferior avaliadas em cerca de 60 mil euros e rendimentos anuais inferiores a 16 mil euros”.

“A receita total previsível é de 28.7 milhões, quando no ano anterior era de 30.1 milhões”, indicou Tinta Ferreira, na abordagem ao relatório que resume a atividade municipal durante este verão, onde, apesar da contenção “tivemos muitas iniciativas”.

Questionado sobre dois processos judiciais em curso em que são pedidas indemnizações à Câmara no valor de dois milhões de euros, foi explicado que um dos casos tem a ver com o proprietário de terrenos no Nadadouro que se queixa de terem ficado inviabilizados na sequência de obra camarária. A Câmara ganhou o processo em tribunal, mas o homem contestou. O outro caso diz respeito a um pedido de devolução de compensações a propósito da construção do centro comercial Vivaci e do Sana Hotel. Em ambos os casos aguarda-se a decisão do tribunal.

O dinamismo do projeto das Hortas Urbanas, implementado próximo do Colégio Rainha D. Leonor no âmbito do orçamento participativo, foi elogiado por Edgar Ximenes, que lamentou, no entanto, a existência de “problemas de abastecimento de água”, pedindo uma solução. Tinta Ferreira respondeu que a situação está a ser estudada, embora a solução pudesse ser “não irem todos ao mesmo tempo abastecer”.

Vítor Fernandes questionou sobre a legalidade da esplanada que está a ser construída pelo restaurante-bar Maratona na Praça 25 de abril, “com estruturas em espaço público”. Tinta Ferreira esclareceu que o projeto apresenta “características de inovação arquitetónica e pareceu-nos uma boa sugestão. Pagam pela ocupação do espaço público e dá vivência à praça”.

Jaime Neto, do PS, defendeu que a Câmara deve elaborar um estudo para requalificação da zona junto às Hortas Urbanas até ao centro da cidade, em especial na avenida junto à delegação do Ministério do Ambiente (próximo do Cencal), que está “muito degradada, cheia de ervas e ratos”. Tinta Ferreira respondeu que “o orçamento é o que é e não estica, e temos de definir prioridades, e mesmo assim já substituímos a canalização desde a Rua Vitorino Fróis até à Zona Industrial, onde a estrada tem novo pavimento e há passeios”.

Foi aprovada a transferência de dez mil euros para a junta de freguesia do Landal, parte da compensação atribuída pelos moinhos eólicos pelo seu funcionamento. A Câmara recebe 30 mil. A verba para a junta de freguesia servirá para melhorar os caminhos circundantes ao parque eólico, que passam por várias zonas da freguesia.

Medidas de apoio aos dirigentes associativos

A Assembleia Municipal ratificou a aprovação da Câmara de propor ao Governo e à Assembleia da República um conjunto de medidas que defendem a atividade dos dirigentes associativos, de modo a facilitar a sua função e não sejam criados obstáculos ao seu trabalho, ao ponto de os desmotivar e os levar a abandonar o associativismo.

Entre elas, conta-se legislação que simplifique o licenciamento dos cafés e bares das associações, que permita a isenção de IMI relativamente aos imóveis das associações e sua legalização, e que adote legislação que proteja o trabalho associativo voluntário, nomeadamente no que à responsabilização pessoal da eventual violação, involuntária, de normas fiscais e na área económica diga respeito.

Uma das situações que foram lamentadas por António Cipriano, do PSD, diz respeito ao fato de “se se vender um café a uma pessoa que não seja associada está sujeita a coletividade a uma coima por parte da ASAE”. Pedro Marques, do PSD, relatou outra situação: “Um patrocinador ofereceu um carro de 20 mil euros para o Caldas Sport Clube fazer um sorteio. Para o fazer, tinha de pagar ao Estado 45%, nove mil euros em imposto de selo”.

“Este documento é extremamente importante para as associações. Corremos o risco de não haver dirigentes associativos”, alertou Abílio Camacho, presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro.

Manuel Nunes, do PS, considerou o rol de propostas “uma demagogia”, porque “isso não vai ser discutido por ninguém”. “Serve para dizer que andam a defender a associações, mas é uma medida eleitoralista, porque sabemos que não vai ter nenhum efeito”, manifestou, argumentando que deviam constar propostas mais efetivas e melhor sustentadas.

João Diniz disse ter dúvidas sobre a “discriminação positiva perante empresários que pagam impostos e têm tudo legalizado”.

Para Jaime Neto, do PS, o documento deveria ser enviado a outras autarquias do Oeste para “ganhar dimensão crítica”, podendo a Câmara das Caldas assumir “um papel de liderança”.

“O que é que a Câmara vai fazer a seguir? Vai elaborar um projeto-lei e entregar a um partido político? Vamos criar uma comissão para ir à Assembleia da República reunir com os grupos parlamentares para os sensibilizar para o movimento associativo”, interrogou Vítor Fernandes.

Tinta Ferreira confessou estar longe de imaginar que o documento suscitasse polémica, porque pensava ser consensual na Assembleia Municipal, já que a aprovação na Câmara foi por unanimidade (votos do PSD, PS e CDS). “O contributo municipal para o tecido associativo do concelho não é inferior a um milhão de euros por ano”, apontou, refutando a acusação de demagogia. Justificou a proposta porque “verificámos recentemente as dificuldades que as associações têm para promover eventos”.

“Acho bem que o documento seja enviado às Câmaras do Oeste”, declarou, concluindo que “podemos não conseguir nada, mas ao menos fizemos alguma coisa”.

Apesar das dúvidas manifestadas pelos deputados sobre a exequibilidade e eficácia das medidas propostas, seriam aprovadas na Assembleia Municipal com trinta votos a favor e uma abstenção.

Francisco Gomes

(0)
Comentários
.

0 Comentários

Deixe um comentário

Últimas

Artigos Relacionados

“Flash mob” comemorou 30 anos da EB de Santo Onofre

Um “flash mob” com a participação de cerca de uma centena de pessoas para assinalar os 30 anos da Escola Básica de Santo Onofre foi o momento alto do Dia Aberto daquele estabelecimento escolar, que decorreu no passado sábado.

dji 0226 0161

PSP intervém em jogo de futebol

O Comando Distrital da Polícia de Leiria da PSP transmitiu que no final de um jogo de futebol do escalão júnior realizado no passado sábado no Campo Luís Duarte, nas Caldas da Rainha, o juiz da partida “comunicou ao comandante do policiamento” ter existido uma “suposta tentativa de agressão ao árbitro” por parte do treinador de uma das equipas.