A petição foi lançada no arquipélago das Berlengas, que segundo Ricardo Vicente, elemento do PLP, “é um dos locais mais ameaçados pela indústria petrolífera”.
Os visitantes das Berlengas foram os primeiros subscritores desta petição, cuja apresentação contou com a modelo e atriz Sónia Balacó, que corroborou os receios do PLP de que “os riscos ambientais desta atividade são muito elevados”. O movimento considera que em alternativa Portugal “deve dar total prioridade à produção de energias renováveis”.
Os signatários da petição (online em https://penichelivredepetroleo.wordpress.com) indicam ainda que os contratos “foram negociados e assinados sem consulta pública, num processo pouco transparente”. “Não se perguntou aos pescadores se queriam ter plataformas onde habitualmente pescam, não se perguntou a quem cá vive, aos surfistas, aos banhistas, a toda a atividade hoteleira, de restauração e turística, se aceitam os riscos desta indústria”, afirmam.
“Não trocamos os nossos recursos naturais e as nossas vidas pelo futuro sombrio da indústria extractivista. Não aceitamos hipotecar o futuro das próximas gerações a favor dos lucros imediatos de empresas milionárias. Queremos a vida, queremos a biodiversidade, queremos banhar-nos nas águas azuis do atlântico, queremos o surf, a pesca e o sol de verão”, sublinham.
António José Correia, presidente da Câmara Municipal de Peniche, disse no passado domingo não conhecer os termos da petição, mas adiantou que “temos estimulado muito aquilo que são outras formas de energia, como o aproveitamento da energia oceânica, que na minha opinião deve ser o caminho a seguir, não só pelo Município mas ser uma opção política de Portugal”.
“Quando abordámos os diversos cenários do desenvolvimento de Peniche, a exploração de petróleo não foi contemplada. Entendemos que em termos estratégicos este não seria o caminho de desenvolvimento do concelho, que é centrado na sustentabilidade dos recursos marinhos e na componente turística”, manifestou.
De qualquer forma, a autarquia ainda não tomou nenhuma posição. “Em tempo oportuno esta situação irá ser analisada pelos órgãos municipais e pela Comunidade Intermunicipal do Oeste”, revelou o autarca, que disse ainda que não foi contatado pelo PLP, mas está disponível para receber o movimento.
Em 2007 foram assinados contratos de prospeção e produção de petróleo em vários locais do país, nomeadamente ao longo de toda a bacia de Peniche. Em 2015 os contratos foram renovados e intensificaram-se os trabalhos de prospeção. Em Peniche opera o consórcio Repsol / Kosmos / Galp / Partex.
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