Em visita às duas unidades de saúde primária do concelho de Alcobaça, iniciativa do PS de Alcobaça, a diretora do agrupamento explicou que o encerramento do Centro de Saúde de Alfeizerão durante alguns dias deveu-se à ausência de pessoal administrativo, médicos e enfermeiros. Ainda revelou que “esta situação anormal” deveu-se a um “perfeito acaso”, em que coincidiu com as férias e as baixas de médicos e funcionários administrativos, provocando o encerramento das portas da unidade “por alguns dias do mês de julho”.
Segundo a coordenadora, “não é possível abrir o serviço com apenas um elemento no serviço”.
A ACES recorreu a uma empresa de prestação de serviços, mas só “está disponível um médico tarefeiro no dia 30 de agosto”. De acordo com a responsável, “não é habitual a empresa de serviços não ter médicos disponíveis”, justificando a falta de resposta com o período de férias e o aumento de utentes nos hospitais nos meses de verão.
As unidades de Saúde de São Martinho do Porto e de Alfeizerão partilham os médicos e os funcionários de serviço. São mais de três mil os utentes em São Martinho do Porto e 2600 os utentes em Alfeizerão, havendo apenas um médico a tempo inteiro e outro a meio-tempo.
A coordenadora da ACES explicou que a situação tornou-se mais complicada, pois o período de férias de um clínico coincidiu com a baixa de outro médico, mas afirmou que “no início de setembro o médico volta ao serviço e a partir daí a situação deverá normalizar”.
Ana Pisco também explicou que os Centros de saúde de Alfeizerão, São Martinho, Pinhal-Fanheiro e Cela dependem da coordenação de cinco clínicos, “o que não deixa margem de manobra”, não permitindo que estes tirem férias em simultâneo, de forma que os serviços se mantenham “em pleno funcionamento”. Reconheceu que caso haja uma baixa médica, “a questão agrava”.
O deputado do PS deixou claro que “caso o problema não esteja resolvido em setembro, o Ministério da Saúde compromete-se a voltar a Alfeizerão”. Sublinhou que é preciso “tranquilizar a população”, para que entenda que “o assunto não está esquecido e que se está a tentar resolver a situação com a maior celeridade possível”.
António Sales também esclareceu que o Ministério da Saúde, até ao final deste ano, prepara-se para criar 30 novas Unidades de Saúde Familiar e 100 novas unidades até ao final da legislatura. Além disso, foi sugerido a criação de uma USF – Unidade de Saúde Familiar que junte os centros de Saúde de Alfeizerão, São Martinho, Pinhal-Fanheiro e Cela, como “solução para o problema”.
Segundo Ana Pisco, essa “iniciativa terá de partir dos profissionais de saúde”, revelando ainda que existem algumas “extensões de saúde que funcionam bem” e que “só é preciso que haja recursos humanos” para que os pedidos dos utentes sejam satisfeitos.
A visita contou com a presença de Leonel Ribeiro, presidente da Junta de Freguesia de Alfeizerão, que solicitou aos responsáveis “uma solução com a maior brevidade possível, uma vez que é uma situação que se vem a arrastar há alguns anos”, sendo que este ano teve ”um pico de gravidade”.
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