Não precisamos, no entanto, de recuar cinco anos, basta recuarmos três meses. Os últimos três meses.
O 3.º período letivo começou da pior forma possível para os professores, funcionários, encarregados de educação e alunos desta escola. Numa altura em que a concentração deverá estar nas metas a atingir e em que o cansaço começa a dar sinais, esta comunidade educativa foi confrontada com uma decisão que poderia pôr em causa a continuidade da escola. As semanas arrastaram-se e as notícias foram sendo cada vez piores. De um lado, iniciou-se uma verdadeira luta pública pela justiça (discutível, já sabemos), do outro lado, um verdadeiro ataque ao nosso trabalho, às nossas iniciativas, à nossa luta, em suma, à nossa existência. Muito foi dito, muito foi feito, sem limites, atingindo proporções de algo que passa do razoável e começa a tocar o fanatismo. Houve quem se regozijasse com as decisões do governo e quem fizesse das tristezas dos outros as suas alegrias, houve quem não percebesse que, para além de um corpo docente e de um corpo não docente que também têm responsabilidades financeiras e família, havia centenas de alunos apanhados no meio de uma guerra de poder.
Neste contexto, com uma exaustão emocional a superar a física, seria de esperar que estes professores e estes alunos fraquejassem naquilo que seria a última prova académica do ano, mas isso não aconteceu. Estes professores e estes alunos fizeram aquilo que sabem fazer melhor: uniram-se. Uniram-se e trabalharam em equipa. Foi isto que fizeram enquanto as tentativas de destabilização cresciam. Responderam da melhor forma que sabiam, com as melhores armas que tinham, e os resultados apareceram, igualando ou superando, em determinadas disciplinas, os resultados de Exames Nacionais do ano letivo anterior. Não houve dons de clarividência em relação aos conteúdos a testar, não houve respostas “sussurradas” telepaticamente, houve trabalho, profissionalismo, empenho e espírito de equipa.
Por tudo isto, a Direção Pedagógica do Colégio Rainha Dona Leonor vem congratular todos os alunos desta escola, os encarregados de educação, os professores e funcionários, não só pelos resultados obtidos nas Provas Finais de Ciclo/Exames Nacionais, mas também pela forma como suportaram aquele que terá sido o pior ano da existência do Colégio Rainha Dona Leonor.
Aca Cascão
Raquel Galeão
Sandra Santos
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