O gerente de uma empresa de serviços navais, com sede na Nazaré, é acusado de liderar uma rede de tráfico internacional de cocaína, que começou a ser julgada em Ponta Delgada, nos Açores, na semana passada.
Na primeira sessão, negou a sua participação na organização e rejeitou ter adquirido um barco com o intuito de traficar droga.
Segundo a agência Lusa, a alegada rede envolve mais quatro homens, dois deles irmãos, que respondem por crimes de tráfico agravado e associação criminosa.
A acusação alega que se tratava de uma organização com homens do Brasil e de Portugal, “estruturada para transportar, por via marítima, elevadas quantidades de cocaína da América Latina” para “introdução no mercado europeu”.
De acordo com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), o gerente da empresa naval da Nazaré “foi o elemento preponderante e com margem de decisão no seio da organização”, tendo adquirido um veleiro a motor em Itália, a 14 de maio de 2014, para o alegado transporte de cocaína, a partir do Brasil.
O arguido admitiu ter comprado em Itália o veleiro em nome da sua empresa, mas assegurou que a embarcação era para alugar para um passeio turístico ao Brasil.
A investigação refere que na travessia do Atlântico o veleiro se deparou com condições atmosféricas adversas e sofreu danos na vela e mastros, pelo que rumou na direção do arquipélago dos Açores.
A bordo da embarcação encontravam-se 327,4 quilogramas de cocaína. Os elementos da organização esperavam obter 57,4 milhões de euros, acrescenta a acusação.
Dois dos elementos da alegada rede foram detidos nos Açores e os outros três no continente. Todos os arguidos estão em prisão preventiva.
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