Após alguns dias de internamento, faleceu na noite do dia 2 de julho, no Hospital de Santa Maria em Lisboa, o artista José Pires.

Após alguns dias de internamento, faleceu na noite do dia 2 de julho, no Hospital de Santa Maria em Lisboa, o artista José Pires.

Foi com muita saudade que os caldenses, familiares e amigos se despediram, do grande artista caldense, José Pires, no funeral que decorreu no domingo, dia 3 de julho no Cemitério de Santo Onofre das Caldas da Rainha. Durante o ato funebre usaram da palavra Jaime Costa, Fernando Costa e Adelaide Ferreira que destacaram a vida e obra do artista.

Nascido nas Caldas da Rainha em 1956, José Pires, sempre foi uma pessoa humilde, mas com o grande coração e enorme talento. Começou cedo a dedicar-se às artes, nomeadamente ao desenho, à pintura e à cerâmica.

Em mais de quatro décadas de dedicação, exclusiva às Artes Plásticas e, fruto de um valioso talento, aliado a uma rara sensibilidade, José Pires produziu mais de 5 mil originais – cerâmica, desenho, pintura e escultura.

José Pires viu o seu percurso artístico – nas áreas da pintura e da cerâmica, reconhecida pela autarquia caldense que atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Municipal Cultural, no dia 15 de maio de 2012.

Foi também nesse dia de manhã, antes da habitual sessão das medalhas, perante mais de uma centena de pessoas, que José Pires inaugurou a exposição “Sementes da primavera” composta por vinte e quatro quadros (acrílicos e aguarelas) no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha. A mostra foi comissariada pelo fundador e diretor do JORNAL DAS CALDAS, Jaime Costa que sempre admirou e apoiou o artista.

Segundo, Jaime Costa, a mulher tem sido sempre o seu “leit motiv”, lembrando as suas palavras relativamente à exposição no CCC: “Todo o meu trabalho é inspirado na mulher. Tenho uma ternura muito grande pelas mulheres que me deram leite, por aquelas que me educaram e por todas as que me distribuíram afetos.

Dedico esta exposição à mulher pelo simbolismo que ele encerra – beleza, melodia, sentimento. É tudo que lhe posso oferecer”.

Na conferência sobre “O Regresso às Termas “ que no Museu Malhoa, o presidente da autarquia das Caldas, iniciou a sessão com uma “nota de tristeza pelo falecimento do “nosso grande artista plástico, José Pires”. Tinta Ferreira, disse que “apreciava muito o seu trabalho e achava curioso a sua personalidade e a sua maneira diferente de ser”.

O ex-presidente da Câmara Fernando Costa também foi um grande admirador do trabalho de José Pires. No dia 15 de maio de 2012 quando recebeu medalha municipal, Fernando Costa destacou-o como uma “figura caldense com muito mérito que merece esta homenagem da cidade e que tal como acontece a muitos outros artistas, a arte não lhe tem permitido ter um nível de vida de qualidade”. O autarca defendeu ainda que “os maiores artistas ou grandes pintores nunca morrem” e que será assim com este caldense”.

José Pires, nasceu nas Caldas da Rainha em 1956. Cedo envereda por um percurso artístico, dedicando-se ao desenho, à pintura e à cerâmica. Torna-se ceramista profissional em 1972. De 1972 a 1989 é Vidrador e Forneiro na Secla, Caldas da Rainha; de 1989 a 1991 é Vidrador e Pintor na Fábrica de Faianças Artísticas das Caldas da Rainha.

Em 1983 participa no “Atelier de Arte Experimental- ARGILA”, Caldas da Rainha (com Maria Antónia Paramos). Vive na Bélgica de 1992 a 1994 onde expõe vários trabalhos.

No ano de 1994 e 1995 vive em Paris. Regressa a Portugal em 1995, expondo regularmente.

Representado em Museus e Coleções, fez parte das coleções dos Museus Municipais de Óbidos, Peniche, da Casa Pia de Lisboa, do Banco Português do Atlântico das Caldas da Rainha e da Embaixada de Portugal em Bruxelas.

Encontra-se ainda representado em diversas coleções particulares em Portugal, Holanda, Bélgica, França, Canadá, Espanha, Alemanha, EUA, Noruega e Arábia Saudita.