A população da Nazaré está encantada com a história de uma cadela que anda a amamentar uma gata, um cenário pouco provável, mas que passou a ser o dia a dia da Anuska, uma boxer que, naquela vila, se tornou, de um momento para o outro, mãe adotiva de um pequeno felino.
A Anuska tem dois anos e a gatinha, conhecida por “dona gata”, apenas um mês e meio. A cadela nunca deu ninhadas e está agora a mostrar um instinto maternal e protetor que jamais teve oportunidade de desenvolver.
João Carvalho, dono dos animais, habituou-se a estes momentos de afinidade. “Tratam-se como mãe e filha. A gatinha procura a cadela para mamar e esta deixa sempre, não faz distinção por ser gata”, relatou.
Esta situação torna-se ainda mais “surpreendente” porque “é uma cadela que nunca teve crias, mas está pronta a dar o seu leite e desde o primeiro dia em que eu trouxe a gata começou a tomar conta dela, não a largou e andam sempre juntas”.
“Percebi logo que esta relação não ia dar para o torto”, adiantou João Carvalho, que confessou estar fascinado com a convivência entre a cadela e a gatinha, que acaba por revelar que mais do que ser possível manter cães e gatos em harmonia, ambos podem viver como se fossem da mesma família.
De inimigos a amigos
Já lá vão os tempos em que se alimentava a ideia de que cães e gatos eram inimigos naturais. O mito há muito que foi desmentido na prática, ao verem-se caninos e felinos a brincarem juntos e numa convivência pacífica, cada qual respeitando o espaço e a personalidade do outro.
Ver uma cadela a amamentar um gato ultrapassa, no entanto, o melhor relacionamento que se poderia imaginar entre os amigos de quatro patas, que podem ter linguagens diferentes, mas têm em comum o amor de mãe e filha, que é transversal.
Anuska é muito carinhosa para com a gatinha e quando estão ao pé uma da outra alça logo a pata para que o felino se vá alimentar, mas “dona gata” não aproveita todas as ocasiões e só mesmo quando tem fome é que vai à procura das tetas da cadela.
Revelando a caraterística de maior autonomia e espírito de independência que os gatos têm, ao contrário dos cães, “dona gata” deambula por cada divisão da casa de João Carvalho, enquanto a cadela permanece no sofá.
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