Tudo começou no dia 24, no armazém 1 do antigo complexo fabril da Secla, com a inauguração da exposição coletiva “Multitude – Do ideal ao possível mostra cabides, cruzetas, vidro e cerâmica”, atraindo alunos de arte e curiosos para apreciar e ouvir os artistas. Integrada no programa do ReSeclar, os diversos designers encontravam-se organizados por módulos, de forma a divulgar as indústrias que possuem uma longa tradição associada à Marinha Grande e às Caldas.
“O Caldas Design Week envolveu artistas que de uma forma ou de outra estão ligados ao desenvolvimento de produtos e que se organizaram nestes quatro módulos expositivos”, explicou Paulo Sellmayer, cofundador do Caldas Design Week.
No “Módulo Expositivo Cerâmica”, sob a coordenação de Vítor Agostinho, os artistas mostraram o contexto aglutinador da cerâmica nacional, incluindo peças de produtores independentes, designers produtores e ceramistas com tradição familiar. Já no “Módulo Expositivo Vidro”, sob a coordenação de Samuel Reis, encontravam-se os objetos realizados durante workshops de vidro soprado realizados no Cencal da Marinha Grande, entre janeiro e março deste ano.
O módulo “New Media”, coordenado pelo Arquivo 237, propôs-se abordar a ideia de “Late Night” através das suas áreas como arquitetura, design e tecnologia, sobre a paisagem sonora “Strangers in the Night” de Frank Sinatra e na “Cabide / Cruzeta”, sob a coordenação Paulo Sellmayer, os vários designers e criadores nacionais interpretaram um objeto aparentemente anónimo, de forma a expressarem a sua individualidade criativa.
Todos estes módulos encontravam-se divididos por plataformas de mais de 170 canas, criadas por Jorge carreira e Eneida Tavares, com objetivo de “separar os espaços de forma transparente”.
Além da exposição central do evento, também decorrera na quinta-feira mais duas exposições na ESAD.CR – ”Comunicar Design e Transforma” – com propostas ligadas à área da ilustração, design gráfico, comunicação e design de ambientes.
O programa incluiu também uma “tour” pelos ateliês abertos de dez produtores e criadores (Atelier Arte e Expressão, Estúdio Caldas da Rainha, Carlos Enxuto, Paulo Tuna the bladesmith, Vítor Reis, DAR, Orlando Trindade e Os Italianos Design), em vários pontos da cidade, para dar a conhecer os seus trabalhos e discutir ideias. Segundo o cofundador do Caldas Design Week, a iniciativa dos ateliers abertos “correu muitíssimo bem, pois deu para o público, que ainda foi algum, conhecer de perto o trabalho dos artistas, que normalmente encontra-se fechado à comunidade”.
Esta “edição zero” do Caldas Design Week, que surgiu através da vontade de um grupo de ativistas das indústrias criativas, correu “bastante bem, quer no número de pessoas que nos visitou e que nos acompanhou nas outras iniciativas, quer nos feedbacks em relação aos conteúdos expostos”, salientou Paulo Sellmayer, adiantando que a organização já tem a perspetiva de uma próxima edição, “um bocadinho maior e com mais participantes do resto do país”. Também destacou que o sucesso deve-se ao alargamento da iniciativa para outros espaços, como as duas exposições na ESAD.CR e os ateliês abertos, que procuraram envolver os diversos agentes da região.
Para o responsável, a iniciativa pretende ser o “ponto de partida para a afirmação das Caldas da Rainha, funcionando como uma plataforma aberta para acolher colaborações de diferentes industrias e criar diálogos entre criadores e públicos, professores e alunos, indústrias criativas e indústria pesada manufatura”.
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