O presidente do PSD, acompanhado pela ex-ministra Teresa Morais, não foi surpreendido pelo grupo que se deslocou ao local em defesa dos contratos de associação. Antes de entrar no portão da empresa produtora de rolamentos, o ex-ministro mandou parar o veículo para falar com os pais e docentes referindo que “preferia ouvi-los à entrada do que depois no desenvolvimento da visita”.
O presidente do PSD, que tem criticado a ação do Governo neste processo, tentou tranquilizá-los, revelando que no decorrer desta semana vão voltar a discutir os contratos de associação no Parlamento, numa iniciativa do CDS-PP, que vai “interpelar o governo sobre esta matéria”.
Passos Coelho disse que vão tentar passar melhor a mensagem porque “as pessoas confundem muito o que é a propriedade pública e o serviço público, que são coisas diferentes”. “O serviço público de educação das escolas com contrato de associação é importante e não é mais caro para o Estado, ao contrário daquilo que se diz”, sublinhou o ex-primeiro ministro.
O presidente do PSD lembrou que já pediu ao chefe do Governo que peça um estudo sobre o custo destas turmas ao Conselho Nacional de Educação, remetendo mexidas nestes contratos apenas para o próximo ano.
Segundo o ex-primeiro ministro, “o último estudo que temos é de 2009, do Tribunal de Contas, embora esse estivesse muito centrado sobre os custos do ensino ministrado através de contratos de associação e na altura os custos da rede das escolas do estado eram bastante superiores aos que se registavam nas escolas com contrato de associação”.
De acordo com Passos Coelho, é preciso “atualizar isso e mais do que isso, é preciso ter uma noção muito concreta do contrato escola a escola, ou o que pode vir a acontecer na sequência do despacho que o governo fez”.
Carlos Graça, da Associação de Pais do Colégio Rainha D. Leonor, disse a Passos Coelho que o concelho das Caldas tem um ensino de qualidade com a “escola pública e escolas com contrato de associação”, defendendo “o equilíbrio de turmas entre os estabelecimentos de ensino”.
JoséDionísio, diretor do Colégio Frei Cristóvão, e Raquel Galeão, diretora pedagógica do Colégio Rainha D. Leonor, também estiveram presentes e entregaram uma carta a Passos Coelho.
Visita à Schaeffler, que vai criar mais 100 postos de trabalho
Passos Coelho que dedicou o dia ao empreendedorismo, visitou a Schaeffler Portugal, tendo-se se reunido com a administração da empresa produtora de rolamentos que emprega 508 pessoas e exporta 100% da sua produção. Apesar da crise, é “uma unidade que soube aproveitar os tempos de maior dificuldade para crescer, estruturar e olhar para a frente”, afirmou o ex-primeiro-ministro.
Para o presidente do PSD, a estratégia do Governo está errada e a política económica tem que ser corrigida para se recentrar na captação de investimento estrangeiro e não no aumento dos rendimentos.
“Se não tivermos a capacidade de atrair investimento que venha de fora cresceremos sempre pouquinho”, disse, lembrando que as disponibilidades para investir “seja do lado das famílias, seja do lado do Estado, seja do lado das principais empresas, são muito escassas”.
A Schaeffler Portugal tem um volume de negócios de 57 milhões de euros e prevê exportar este ano 80 milhões de rolamentos.
Segundo Mário Cunha, administrador da empresa, a Schaeffler Portugal vai investir nos próximos anos 23 milhões de euros no alargamento da fábrica das Caldas da Rainha, prevendo criar mais cem postos de trabalho na unidade, cujo interesse público foi reconhecido pela Assembleia Municipal.
O líder do PSD reuniu-se com a Associação Empresarial da Região de Leiria e realizou ainda uma visita à empresa TJ Moldes, na Marinha Grande.
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