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Melhores estradas entre a cidade e as freguesias rurais são precisas

Marlene Sousa

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Caldas da Rainha tem que ter uma rede viária que permita uma melhor mobilidade entre o centro urbano e as freguesias rurais. Esta foi uma das reflexões resultantes da segunda sessão pública no âmbito do Plano Estratégico para as Caldas até 2030, que decorreu no CCC a 10 de maio. Entre as necessidades para o concelho está também a alteração do Plano Director Municipal (PDM), permitindo construção e beneficiando assim a fixação das pessoas nas freguesias rurais.
Paula Teles, presidente do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade, João Ferrão, geógrafo e investigador no Instituto de Ciências Sociais, Vânia Rosa, especialista da Augusto Mateus & Associados, e António Santos, Smarter Cities Leader para Portugal da IBM

Na reunião, dedicada às questões ambientais e de sustentabilidade, participaram cerca de 80 pessoas que deram o seu contributo, mas acima de tudo criticaram o PDM do município e as estradas que ligam as freguesias rurais à cidade. As palavras da presidenteda JuntadeCarvalhal Benfeito, Maria João Querido, foram das mais aplaudidas quando disse que o sonho da maioria das freguesias das Caldas era que o Plano Estratégico para as Caldas contemplasse uma nova via estruturante que substituísse a “obsoleta e degradada” estrada nacional 360. “Carvalhal Benfeito fica a 15 quilómetros das Caldas e temos dias que demoramos meia hora a chegar à cidade”, sublinhou a autarca, acrescentando que “uma mobilidade viária adequada permitirá o desenvolvimento da agricultura das freguesias e a indústria de Santa Catarina”. Quanto à introdução de novas tecnologias lembrou que ainda há muitas zonas ruraisno concelho quenão têmcobertura derededetelemóvelouinternet.

Quem partilhou desta opinião foi João Ferrão, geógrafo e investigador no Instituto de Ciências Sociais, que destacou a “importância de ligar aquilo que está desligado”. Num discurso marcado pelas prioridades e grandes desafios que Caldas da Rainha deverá traçar, João Ferrão disse que “é fundamental ligar o urbano ao rural, a cidade à região, as empresas às universidades e ligar os sistemas humanos”.

João Ferrão, que foi secretário de Estado do Ordenamento e das Cidades no primeiro Governo de José Sócrates, questionou “como é que nós pomos a funcionar em rede, equipamentos diferencialmente especializados uns que estão na zona urbana e outros nas freguesias rurais”.

“Ninguém hoje vive isolado do mundo”, sublinhou, adiantando que é preciso estudar como o plano estratégico pode “ajudar a colocar os agentes, instituições, produtos, pessoas e valores, nas grandes redes de ideias, inovação e de criatividade que constroem o futuro”.

Segundo o investigador, o pior que pode acontecer a qualquer cidade média é transformar-se “num subúrbio à distância de uma grande cidade”. O melhor que pode acontecer a qualquer cidade média, “é ser transformada num exúrbio com autonomia própria”, dando o exemplo de uma cidade onde se vai de propósito “para um espetáculo de cultura único ou uma versão de saúde especializada”.

Cidades inteligentes

Uma plataforma que monitoriza as cidades, sensores e contadores de água inteligentes que podem representar poupanças e um centro de operações que, entre outras coisas, possibilita a previsão meteorológica, são soluções que têm a marca IBM e são a grande aposta da tecnológica no que toca à computação cognitiva, aplicada às cidades. “Os computadores estão a pensar e a atuar cada vez mais como pessoas”, afirmou António Santos,Smarter Cities Leader para Portugal da IBM. “A cidade precisa de falar connosco e nós precisamos falar com a cidade”, disse o responsável, antevendo que, nos próximos cinco anos, “as cidades serão mais inteligentes tirando partido da computação cognitiva para a ajudar a prever as necessidades dos cidadãos”.

Paula Teles, que foi coordenadora do Plano Local e Municipal de Promoção da Acessibilidade do programa Rampa (regime de apoio aos municípios para a acessibilidade) em 2013, afirmou que “em termos de mobilidade Caldas da Rainha tem vindo a evoluir muito”. “As próprias rotas e os percursos são formas de condução e de atração”, adiantou a presidente do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade, destacando a necessidade de “ter um mapa do município e conseguir fazer as relações da cidade com a periferia”. Defendeu também as ciclovias para ligar o Município nomeadamente a que “já está no PEDU – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano e que vai ligar a Foz do Arelho ao centro da cidade e até provavelmente a Óbidos”.

Um novo plano de mobilidade para concelho

O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, partilhou com os presentes que o município tem um conjunto de freguesias que estão a perder população e habitação, sublinhando a necessidade de olhar para o concelho como “um todo”.

Revelou que vão executar nas Caldas da Rainha um plano de mobilidade que vai “considerar a ligação da cidade com as freguesias rurais, nomeadamente Santa Catarina, e A-dos-Francos, que é decisiva para mantermos dentro deste triângulo um conjunto de serviços e de equipamentos que permitam o acesso das pessoas num espaço de curto tempo e numa mobilidade efetiva”.

Antes da intervenção dos oradores, Vânia Rosa, técnica da Augusto Mateus & Associados, empresa que está a desenvolver o Plano Estratégico para as Caldas até 2030, fez um enquadramento da temática da sessão de trabalho, lembrando que o município das Caldas tem um crescimento populacional superior ao da sub-região Oeste (+5,9%). Tem uma forte mobilidade pendular (cerca de 50% da população empregada) em movimentos relativamente curtos (menos de 30 minutos) e 49,7% utiliza veículo próprio.

Apesar das intervenções dos oradores ter terminado à meia-noite ainda houve tempo para um debate que teria continuado não fosse a hora tardia. Entre os intervenientes, o deputado municipal pelo MVC, Edgar Ximenes, destacou os instrumentos que existem e condicionam a planificação e gestão das cidades e do território, como a questão da reserva agrícola, reserva ecológica e PDM, defendendo “a mudança deste paradigma que estrangula e impede o desenvolvimento”.

O ex-autarca, Delfim Azevedo, disse que tem muita dificuldade em perceber porque é que uma família que tem terreno ao lado da sua casa para fazer uma casa ao filho é impedida de o fazer, lamentando que não se possa construir em algumas zonas rurais, frisando a necessidade de haver “uma revisão do PDM”.

No dia 31 de maio será realizada a última sessão de trabalho sobre o tema “Cuidar da coesão social nas Caldas da Rainha”, acerca dos desafios de coesão social, empregabilidade, factores de desenvolvimento humano como a educação e a cultura e ainda as questões de cidadania.

Os convidados desta sessão serão Paulo Madruga, diretor executivo e co-fundador da empresa Augusto Mateus & Associados, e José Manuel Henriques, professor no Departamento de Economia Política do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.

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