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Crónica

Casal caldense dá a volta ao mundo

Joana Oliveira e Tiago Fidalgo

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“Gosta de futebol? Fenerbahçe? Besiktas? Galatasaray? Portugal, Benfica! Cristiano Ronaldo. Figo. Nani. Çok guzel!”. E assim se começam as mais longas (ou curtas) viagens, as mais longas (ou curtas) conversas. Assim se trocam as primeiras gargalhadas na Turquia.
Na Turquia

Depois da estadia prolongada em Istambul, seguimos para a costa com o Mar Negro e a primeira cidade onde parámos foi Bolu. Até lá chegarmos, apanhámos boleia de um táxi e depois de um camião. Sim, um táxi!

Os táxis levam os seus dias a buzinar-nos aqui na Turquia: a ideia é transmitir-nos que estão livres e que nos podem levar. Recusámos sempre e quando foi para nos dar boleia tentámos também por gestos recusar. Mostrámos nossa placa. Gritámos “autostop”. Mas nada. Continuava parado à nossa espera. E por isso acabámos por lhe ir falar e aí percebemos que não queria dinheiro: queria apenas ajudar-nos. Levou-nos até à autoestrada, onde nos deixou: mas lá não estávamos nada seguros. Qualquer berma serve de faixa. Todo o carro lento leva uma buzinadela. Ultrapassagem que é ultrapassagem tanto se faz pela esquerda como pela direita. E acelerar mesmo quando está tudo parado é o melhor truque para se arranjar um espacinho lá mais à frente.

Portanto, volta e meia, e tínhamos que nos encolher porque (na berma) lá vinha alguém disparado. Ainda assim, foi graças a este belo estilo que um camião atravessou duas faixas para parar e nos levar. Se achávamos que era possível? Não! Se aconteceu? Sim! E ainda bem, porque nos levou por várias horas e praticamente até à porta de casa do nosso couchsurfer.

Pelo caminho, ainda parou para nos oferecer um chá, o que por aqui é mais comum que o café em Portugal. Médico, o couchsurfer que nos acolheu, trabalhava durante o dia; mas garantiu que uma amiga (que falava inglês) nos guiaria e levaria a conhecer a cidade e redondezas. Quanta hospitalidade! Com algum constrangimento no início, sabemos que desta estadia resultou uma grande amizade.

Há pessoas que têm o coração no lugar certo e sempre com espaço para mais alguém. E que bom foi partilhar tantos momentos. E na última noite juntos fomos ainda a casa de amigos, com amigos e família, para um serão inesquecível. E é mesmo isto que nos preenche. Fazer parte. Conhecer esta gente. Viver na cultura. Fazer como fazem. Descalçar os sapatos à porta. Ir à casa de banho numa latrina. Beber muito chá turco – numa tulipa. Comer salgados, doces típicos. Batatas cozidas. Café turco, com um copo de água. Bolas de amendoins. Pevides. E no fim, receber um lenço para cobrir o cabelo; porque querem que nos relembremos deles no futuro e durante a nossa jornada.

É ou não é isto o mais lindo lado da vida? Deixarmo-nos viver no outro. Nos sonhos do outro! E assim nos despedimos e seguimos mundo fora.

Entretanto também no caminho para uma outra cidade, Samsun, apanhámos boleia de um outro camião, cujo camionista nos tratou como filhos: desde esperar que nos fossem buscar ao ponto de encontro, a levar-nos a almoçar fora, não faltou com nada. Lá estão as boas pessoas em cada canto desconhecido: mesmo quando o inglês deixa de ser o nosso porto-seguro, permitem-nos falar com o coração.

A mais de 5500 quilómetros de casa com mais de 80 boleias, podem as aventuras não ser épicas, mas sentimo-nos já com recordações para o resto da vida.

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