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Turismo e termalismo na estratégia do desenvolvimento das Caldas da Rainha até 2030

Marlene Sousa

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O turismo e o termalismo devem ser dois eixos estratégicos a ter em conta na elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento das Caldas da Rainha que irá traçar as linhas mestras de desenvolvimento até 2030 e que está a ser elaborado pela equipa da consultora Augusto Mateus & Associados.
Santos Silva, Augusto Mateus, Vânia Rosa e Pedro Ferreira

O desenvolvimento turístico das Caldas da Rainha para o futuro deve assentar na “cidade termal e património” integrada com novas experiências, produtos e motivações. Esta foi uma das reflexões resultantes da primeira sessão pública de um ciclo de três, no âmbito da elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento das Caldas da Rainha 2030, que se realizou no passado dia 26, no Centro Cultural e de Congressos.

Entre muitos outros pontos, foi defendido que o crescimento das Caldas deve apoiar-se numa visão regional, reforçando a captação de mais visitantes através do Turismo de Saúde, o que apenas será possível através do “relançamento do termalismo ereabertura dos tratamentostermais”.

“Afirmar o Modelo Competitivo das Caldas da Rainha” foi o tema discutido, na reunião conduzida em parceria com a equipa da consultora Augusto Mateus & Associados, responsável pela elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento, que irá custar à Câmara cerca de 70 mil euros.

Antes de falar da competitividade e do modelo económico de criação de riqueza para as Caldas, Augusto Mateus, presidente da Augusto Mateus & Associados, esclareceu a ideia do realismo e do sonho, dando o exemplo de que há sonhos que não custam dinheiro como “decência na vida pública, que custa ética e comportamento, e racionalidade económica que poupa dinheiro”.

Para o economista, o ponto relevante da estratégia é “não errar na forma de alcançar os objetivos”. Em termos de competitividade alegou que é preciso “saber concentrar os recursos naquilo que as Caldas podem brilhar à escala europeia e nacional”. O ex-ministro da economia dissee que daqui a vinte anos não haverá “nenhuma indústria que não seja criativa”. “As Caldas não têm um papel nisto em Portugal?”, questionou, acrescentando que “pode haver tradição, cultura e experiência nas Caldas para poder desempenhar um papel num conjunto de atividades económicas que brilhem”. Mais do que o saudosismo do que foi a cerâmica, “as Caldas precisam de dar vida a essa realidade e tem um papel muito importante no desenvolvimento de uma indústria e serviços e atividades para aquilo que é o conforto do lar e da habitação”, adiantou o economista.

Segundo Augusto Mateus, vivemos no paradigma da economia baseada no “conhecimento, do valor do capital humano da cultura e da criatividade como fatores competitivos chave numa economia moderna”. “As Caldas precisam de criar atratividade”, sublinhou, revelando que não “deve ter medo do futuro porque tem uma dinâmica geográfica positiva”.

Com realismo e sem sonho absurdo, Augusto Mateus acredita que Caldas da Rainha pode ter um plano de desenvolvimento eficaz.

Pedro Ferreira, presidente da APAVT – Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, não falou de estratégias para as Caldas mas sim da “estratégia turística”, que considerou ser uma boa ajuda no plano para esta cidade.

“Só há mercado onde existir procura”, sublinhou, fazendo notar que o nicho de mercado das Caldas é o termalismo/saúde com a integração de eventos.

Defendeu que faz sentido apostar no turismo porque é um setor que “tem retorno”, mas tem que haver diferenciação e responder às exigências da procura.

Santos Silva, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Hidrologia, outro dos oradores deste encontro, indicou que o desafio para o futuro das Caldas passa pela “cidade termal” com a oferta de “inovação, diversificação, investigação, compromisso, sustentabilidade e internalização”.

Destacou a valorização da oferta integrada de programas de saúde e bem-estar em combinação com experiências turísticas com forte identidade local/regional, experiências culturais e de contato com a natureza.

Entre o sonho e a realidade, o presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, que abriu a sessão, afirmou que é preciso ter ambição na elaboração do plano estratégico mas com os pés bem assentes bem na terra. Revelou que a autarquia tem entre “trinta e quarenta e cinco milhões de euros para gastar até 2030 em investimentos municipais novos”, por isso, “não vale a pena sonhar muito e fazer um plano estratégico para cento e trinta e cinco milhões”. Enquanto autarca quer fazer parte da “elaboração de um plano estratégico realista que seja para cumprir”. Admitiu que se possa sonhar “haver uma verba de investimento do Município de cerca de sessenta milhões de euros com fundos comunitários ou com um aumento de receitas que poderá acontecer”.

Lembrou que o Município das Caldas tem um orçamento real de 22 milhões de euros por ano. Com as despesas correntes obrigatórias com a limpeza, água, a luz, gás e ordenado dos funcionários, gasta dezasseis milhões de euros. Dos seis milhões de euros que sobram metade é para a manutenção e requalificação do existente, como para reparação de estradas, edifícios, escolas, entre outros. “Portanto, para investimento novo existem cerca de três milhões de euros por ano”, disse Tinta Ferreira.

Sem querer condicionar a equipa de trabalho sublinhou que se trata de criar um instrumento que se traduz na programação realista de uma ambição que se pretende firme e aceite pelas entidades públicas, privadas e pela sociedade civil.

Debate do público irá contribuir para plano estratégico

Vânia Rosa, especialista da Augusto Mateus & Associados, incentivou o debate, revelando que os contributos e participação do público irão beneficiar a elaboração do trabalho que ao longo que irá ser desenvolvido e estará online para ser consultado.

Manuel Isaac, vereador da Câmara Municipal das Caldas da Rainha pelo CDS/PP, destacou que o Plano Estratégico tem como objetivo o investimento da Câmara Municipal para captar “riqueza e investimento para as Caldas da Rainha”.

O autarca desafiou Augusto Mateus a colocar no plano o seu contributo em relação à localização do novo hospital do Oeste, defendendo que “se deve manter nas Caldas onde servirá toda a população da região”.

Jaime Neto, deputado na Assembleia Municipal pelo PS, apontou que o desenvolvimento das Caldas da Rainha deve ter em conta o panorama regional e o seu vasto património.

Rui Correia, vereador do PS na Câmara das Caldas, destacou os entraves provocados pela burocracia da administração central que “inibe qualquer sonho das autarquias”.

O arquiteto Manuel Remédios lembrou os planos estratégicos que ficam na gaveta, como o caso do projeto de golfe na Foz do Arelho, que nunca chegou a ser concretizado.

No dia 10 de Maio será realizada a segunda sessão de trabalho sob o tema “Assumir preocupações ambientais e de sustentabilidade nas Caldas da Rainha”, no mesmo local e hora, e irá incidir sobre o ordenamento do território e desenvolvimento urbano/rural, o conceito integrado de cidades inteligentes, a mobilidade e conectividade sustentáveis, a preservação e valorização dos recursos endógenos (naturais e construídos) e ainda os modelos de relacionamento com o cidadão.

Os convidados serão João Ferrão, investigador coordenador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Gonçalo Andrade, director da Divisão de Cloud da IBM Portugal, e Paula Teles, presidente do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade.

Exemplo de um complexo termal para as Caldas

Santos Silva fez uma análise comparativa entre as Termas de Vinhais da Serra, inseridas num complexo hoteleiro, e a cidade termal das Caldas. Para o médico hidrologista, este projeto pode ser um exemplo para as Caldas, destacando o “Aquatermas”, que é um espaço destinado à realização de tratamentos com água mineral natural (termal) num conceito de saúde, prevenção e bem-estar (Spa termal).

Falou ainda do “Aqualudic”, espaço lúdico com piscinas hidrodinâmicas de água quente, interiores, exteriores, piscinas de verão e um circuito celta constituído por sauna, sauna com cromoterapia, turco, hamman, fonte gelo, duche contraste, entre outros. Deu também o exemplo da “Aquacorpus”, área de wellness com ginásio, técnicas de massagens tradicionais e tratamentos de estética reconhecidos pelos seus activos 100% naturais, e o “Aquafisio”, um moderno centro de fisioterapia que recorre às condições únicas de tratamento em meio aquático.

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