Numa sala cheia de militantes do partido, Jorge Costa sublinhou a importância da vitória para o BE nas últimas eleições, pois viabilizou duas situações: a utilização do voto “com vista a uma mudança de ciclo, depois da má experiência com José Sócrates” e a “derrota dos resultados da direita”.
“Nestas eleições conseguimos esta dupla vitória, que foi não deixar a direita ganhar e não deixar que o PSD tivesse tantos votos para fazer uma aliança com o PS mais uma vez”, explicou Jorge Costa, possibilitando um processo de diálogo entre os socialistas e os partidos de esquerda. Esse acordo político permitiu que o Orçamento de Estado marcasse a “inversão do ciclo da pobreza”.
“O BE não quer orçamentos que sirvam para fazer novos cortes nos salários e nas pensões, e ainda impor mais impostos sobre os rendimentos e taxar abusivamente os meios de primeira necessidade”, sublinhou Jorge Costa, adiantando que a maioria das medidas aprovadas para este orçamento era já prevista pelo BE antes do acordo. Dentro dessas medidas, destacou a atualização do salário mínimo de 5% ao ano, a reposição dos cortes feitos na função pública, o fim do congelamento das pensões, a recuperação de algumas medidas dedicadas ao apoio social e o acesso automático à tarifa da energia.
O responsável também mencionou que o complemento solidário para idosos, os escalões do abono de família, os benefícios para as pessoas com deficiência e o acesso às deduções fiscais, como exemplos de alguns avanços previstos para os próximos orçamentos.
Sobre o “ataque das instituições europeias que este governo tem sofrido ao longo das negociações para o orçamento”, Jorge Costa caracterizou-o como “uma chantagem muito forte que vai continuar nos próximos meses”. No entanto, realçou que neste momento o principal debate é sobre o plano nacional das reformas, em que o Partido Socialista continua apresentar ”medidas muito vagas e de pouco conteúdo”.
Para o BE, com os “condicionamentos todos que o país tem, não há margem nem manobra financeira para criar políticas alternativas”. Por outro lado, alertou que o “sistema de saúde está estagnado e sem investimento, a educação no limiar da perda orçamental e o regime de penúria dos serviços sociais essenciais”, são exemplos que vão continuar “enquanto Portugal estiver subordinado à regra de pagar oito mil milhões de euros de juros da dívida pública, todos os anos”.
“A economia está condenada e não é possível fazer milagres”, frisou Jorge Costa, acrescentando que é nesta dinâmica política que “percebemos que sem uma mudança profunda e uma relação reconstituída com a União Europeia, a partir da renegociação da dívida, não vai haver as mudanças de fundo que tanto o país precisa”.
A Linha do Oeste e um novo hospital
Heitor Sousa referiu que a requalificação da Linha Ferroviária do Oeste “desapareceu do orçamento”, pois não faz parte das prioridades políticas deste governo.
Segundo Heitor Sousa, “não significa que vamos abdicar da defesa destes projetos e estou convencido que a requalificação da linha vai ser levada até ao fim”.
“Não vamos abandonar a ideia de um projeto de requalificação integral da linha do oeste”, sublinhou Heitor Sousa, pois está convencido que a “urgência da requalificação da linha vai obrigar o governo a reconhecer a sua melhoria até 2020”.
Para o deputado do BE, o mesmo pode acontecer para outros projetos que têm interesse para o distrito, como é o caso da integração do Hospital Termal no serviço nacional de saúde e a sua requalificação, e ainda a ideia de construção de um novo hospital.
“Espera-se que este primeiro ano de actividade seja uma alavancagem do investimento público para projetos que fazem falta para a região oeste norte”, referiu.
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