“Foram apresentados estudos prévios que espero rapidamente passem a projetos, porque me pareceram excelentes. Garanti ao presidente da Câmara que a Direção Geral do Património Cultural será rápida a decidir”, disse o membro do Governo, que foi convidado pelo presidente da Câmara e pela vereadora da cultura, com quem disse ter tido uma boa relação na Assembleia da República apesar de estarem em bancadas políticas diferentes.

“São projetos que são importantes para as Caldas e para o país sobre um património que é um acervo histórico”, referiu João Soares, que falou da sua relação pessoal com a cidade, “onde passei todas as minhas férias da infância e noutras épocas do ano até ao final do liceu, e por isso conheço bem os edifícios que me foram mostrados, o Parque e as Caldas”.

Sobre a ampliação do Museu da Cerâmica considerou ser “uma solução excelente com a passagem pedonal por cima da via” com ligação à fábrica de faianças.

“Vamos trabalhar em conjunto, temos vontade, apesar dos poucos recursos financeiros”, manifestou o ministro, que questionado sobre a possibilidade do museu passar para gestão municipal respondeu que “estamos a estudar a matéria e há uma grande abertura dos dois lados na procura de soluções que assegurem a preservação e valorização do museu”.

A João Soares foi ainda apresentada a intenção do município de transformar os pavilhões do Parque em hotel termal. Confrontado se ali poderia ser instalado algum museu, o ministro foi perentório: “Caldas não tem falta de equipamentos culturais. Tem o primeiro museu construído de origem – Museu Malhoa – e tem equipamentos notáveis como o Centro Cultural. Há é falta de espaços de hotelaria como o projetado para os pavilhões”.

Tinta Ferreira descreveu que pretendeu sensibilizar o ministro para ajudar nos projetos que a autarquia planeia e em paralelo abordou a questão do investimento necessário para recuperar a Igreja do Pópulo, que será analisada em reunião na próxima semana nas Caldas da Rainha com a Direção Geral do Património Cultural.

Sobre a delegação de competências para gerir o Museu da Cerâmica, relatou que o assunto vai ser analisado.

Câmara não quis divulgar visita

A vinda de João Soares às Caldas da Rainha não foi comunicada à imprensa até o próprio ministério da Cultura ter divulgado a agenda do ministro. A nota enviada às redações já depois das onze da manhã – hora prevista para a reunião nos Paços do Concelho – fez a comunicação social interrogar a autarquia sobre a presença do ministro, mas apenas se obteve a confirmação de que já tinha ocorrido a reunião e que não tinha sido transmitida de propósito à imprensa, que ainda conseguiu apanhar o ministro no decorrer da visita à fábrica de faianças Bordalo Pinheiro, depois de já ter ido ao Café Central para ver o quadro de Júlio Pomar, de passar em frente às Termas e aos Pavilhões, e de visitar o Museu Malhoa, onde o ministro confessou não ir há muitos anos.

A deslocação às Caldas da Rainha serviu também para conhecer algumas peças da Rota Bordaliana, terminando com um almoço no Inatel da Foz do Arelho, onde estiveram o presidente da Assembleia Municipal e alguns vereadores.