O projeto Sabores do Oeste envolve as turmas de 2º ano de Técnicas de Cozinha e Pastelaria, Técnicas de Serviço de Restauração e Bebidas e Operações Turísticas e Hoteleiras durante as doze semanas do segundo semestre letivo, sempre à sexta-feira no restaurante pedagógico do estabelecimento de ensino.
Tem o apoio das autarquias, através da comunidade intermunicipal do Oeste, e da Associação de Desenvolvimento Rural Leaderoeste, e reúne empresários que se dedicam a produtos emblemáticos de cada município e que são utilizados para a realização da refeição, que pode ser degustada pelo público em geral por dez euros.
Na passada sexta-feira esteve em destaque o concelho do Cadaval. A entrada foi pataniscas de bacalhau. A sopa foi canja de codorniz e o prato principal foi cabrito assado. A sobremesa era composta por tarte de pera rocha do Oeste, queijo fresco e mel da Serra do Montejunto.
Foram servidos vinhos da Adega Cooperativa da Vermelha (Mundus Branco Leve Selecionado, Mundus Escolha Tinta) e da Adega Cooperativa do Cadaval (Vinho Tinta Confraria). Como complemento à sobremesa foi degustado o vinho licoroso Mundus.
Houve um momento musical com o acordeonista Tony Rodrigues, ajudado por João Afonso.
Terra de fruta e vinho, o Cadaval aproveitou para promover a Festa das Adiafas, de 8 a 16 de outubro.
Bernardo Nunes, presidente da Câmara do Cadaval, manifestou que a ideia é “importante” para divulgar cada concelho. “Todos os concelhos têm produtos alimentares com especificidades próprias, que permitem fazer refeições completas e boas”, frisou.
A comitiva cadavalense incluiu o presidente da assembleia municipal, vereadores e presidentes de junta, para além de alguns produtores.
Carlos Guilherme, representante da empresa José Rodrigues Lda, dedicada à comercialização de carne, com sede no Cadaval, aproveitou para divulgar o cabrito da Serra de Montejunto, que tem bons pastos. “É um prato genuíno, com sabor característico”, indicou. A empresa fatura cerca de um milhão de euros anuais.
Fernando Jorge, da direção da Cooperativa Agrícola dos Fruticultores do Cadaval (Coopval), revelou que as previsões para a próxima colheita são algo incertas, porque este ano “houve poucas horas de frio, o que pode condicionar a produção e o que pode acontecer é a campanha ser mais tarde”. Com 330 sócios, produz cerca de 25 mil toneladas de fruta por ano, exportando 80%.
Rui Soares, presidente da Adega Cooperativa da Vermelha, afirmou que os vinhos produzidos “têm sido escoados para vários continentes. 35% é para o mercado externo”. Alguns têm sido medalhados em certames internacionais. A adega reúne 800 vitivinicultores.
Daniel Pinto, diretor da escola, indicou que objetivo do projeto é “proporcionar aos alunos uma experiência de aprofundamento sobre os produtos e a cultura de cada município da região Oeste”.
Os estudantes, orientados pelos formadores, criam o menu a partir das sugestões de cada município sobre os produtos que gostariam de promover, alguns dos quais caíram no esquecimento. “Temos uma missão bastante interessante que é fazer o enquadramento e encontrar os vinhos para fazer a ligação com a cozinha”, relatou o aluno Filipe Colaço. A colega Mariana Soares acrescentou que “encontramos produtos que desconhecíamos e acaba por ser uma forma de descobrirmos outra dimensão desta região”.
Esta semana estará em destaque o concelho da Lourinhã. Vão ser servidos medalhões de lagosta, pastéis de sapateira, creme de abóbora com manteiga, polvo estufado em vinho tinto e texturas de abóbora, não faltando os vinhos da região, com destaque para a aguardente.
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