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Cláudia Pereira apresentou “Vidas Partidas – Enfermeiros Portugueses no Estrangeiro”

Mariana Martinho

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A livraria Loja Bertrand, no La Vie Caldas da Rainha, recebeu no passado dia 12, uma sessão de apresentação do livro "Vidas Partidas - Enfermeiros Portugueses no Estrangeiro", de Cláudia Pereira, que aborda o grande fluxo da classe de enfermagem portuguesa nos últimos anos. A obra foi comentada e apresentada pela enfermeira e representante da Ordem dos Enfermeiros, Sílvia Fernandes, e pelo enfermeiro chefe do CHO (Centro Hospitalar do Oeste), Júlio Branco.
Júlio Branco, Cláudia Pereira e Sílvia Fernandes

A autora, doutorada em antropologia e investigadora do Observatório da Emigração, do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, começou por recordar como o livro surgiu e o prazer que foi em escrevê-lo.

Cláudia Pereira encontra-se a desenvolver um projeto de pós-doutoramento sobre a relação entre a crise financeira e a emigração qualificada para Londres, cidade onde focou o livro, através das entrevistas e acompanhamento do percurso profissional de 80 portugueses qualificados durante cinco meses.

”Há três anos comecei a perceber que estavam a ir muitos portugueses qualificados para o Reino Unido e decidi submeter a pesquisa para Londres”, afirmou a antropóloga, que rapidamente se apercebeu que existiam mais enfermeiros portugueses a trabalhar no Reino Unido do que em outras áreas.

“Achei que estava haver uma dinâmica diferente e percebi que estatisticamente o grupo de enfermeiros portugueses a trabalhar em Londes era o segundo maior de emigrantes a trabalhar no país”, indicou.

Referiu também o caso da Bélgica, onde em 2013 registou-se um grande fluxo de enfermeiros portugueses, seguindo-se o Reino Unido, e frisou que os enfermeiros que estavam à procura do primeiro emprego “não era os únicos a emigrar”, pois alguns dos profissionais que tinham uma carreira e estavam efetivos também decidiram emigrar, trazendo consequências para o país.

“Vidas Partidas – Enfermeiros Portugueses no Estrangeiro” aprofunda o fenómeno da emigração, com entrevistas “em discurso direto” a mais de vinte enfermeiros e familiares emigrados na Ásia, África e Europa. Assim, a obra “dá a conhecer as várias realidades heterogéneas, com percursos diferentes dentro do país”.

Outro ponto abordado pela autora é que Portugal tem investido no ensino dos enfermeiros com uma componenete prática, através dos estágios no primeiro ano. “Esta competência leva os enfermeiros a serem os preferidos em relação a outros na candidatura a lugares”, destacou a antropóloga, salientando a boa preparação que estes têm em Portugal. Também falou sobre as agências de recrutamento, que vêm buscar enfermeiros a Portugal.

O livro aborda a realidade do sistema de saúde no país, sendo que este é a nível da Europa onde se contraem mais infeções hospitalares. “Esse é um dos efeitos diretos da falta de enfermeiros, quando temos um país cuja a média de infeções é a mais alta da Europa, isso faz-nos questionar se a gestão do sistema de saúde e a colocação de enfermeiros está a ser feita da forma mais correta”, manifestou a investigadora.

Silvia Fernandes realçou a “excelente obra que é o livro”, pois explica os motivos que levaram os enfermeiros a decidir emigrar. ”A emigração dos enfermeiros portugueses é uma realidade, pois só nos últimos anos emigraram para o estrangeiro cerca de 12.500 enfermeiros”, fez notar.

“É um livro que sem dúvida espelha de uma forma clara e sucinta a época histórica por que a classe está a passar”, disse Silvia Fernandes. Além disso, sublinhou os motivos que levam os enfermeiros a emigrar, tendo como base novas e melhores oportunidades, como respeito pelos horários de trabalho, a diminuição da carga horária, um maior equilíbrio no racio de enfermeiro/utente, um reconhecimento do desempenho profissional e melhores condições de trabalho. Criticou igualmente as politicas de saúde que “continuam a ser pela não contratação, que levam a um maior o número de infeções a nível hospitalar”.

Júlio Branco salientou que este é um documento onde a enfermagem é uma expressão muito significativa e aprofunda todo um conjunto de dimensões associadas ao fenómeno da emigração dos profissionais de saúde portugueses. “É a ilustração sobre o paradigma da governação do país”, salientou o enfermeiro, adiantando que este “movimento sempre existiu, com base nos cortes sistemáticos nos salários e nas condições de trabalho da classe” em Portugal.

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