Após a Rota Bordaliana, chegou a vez deste projeto turístico, intitulado “Caldas Centro de Estórias”, que foi inaugurado na passada sexta-feira, com uma visita guiada aos locais onde se encontram expostas as figuras, como os largos do Termal, das Enfermeiras e João de Deus.
As oito “cápsulas do tempo” inspiradas nos animais de Bordalo Pinheiro “encerram memórias alusivas aos locais onde estão colocadas, de modo a fazer um jogo com a pessoa que as visita”, explicou André Rocha, responsável pelo projeto. Sublinhou que a iniciativa visa homenagear de alguma forma os caldenses bem como as pessoas que “escolheram a cidade para viver ou outros que por cá passaram e, sobretudo, a tradição cerâmica da cidade”.
O projeto foi realizado com base num “modelo que entendemos de futuro”, que tenta aproximar o turismo e o conteúdo turístico da comunidade, e ainda “convidar a comunidade a produzir um pouco desse conteúdo turístico, através de uma história”. Segundo André Rocha, “o interessante é que não seja mais um museu, mas sim algo vivido e que tenha contributo em tempo real, de modo a dar origem a mais projetos”.
Essas cápsulas do tempo que conservam “figuras estilizadas” como o caranguejo, a cobra, a lagosta, o caracol e a vespa, funcionam como banco, nos quais quem passa se pode sentar, tocar no sensor e ouvir um conteúdo de segundos. “Nós aproximamo-nos, o sensor deteta a pessoa e lança uma frase automaticamente, como por exemplo “Caldas tem um centro histórico?”, de forma a motivar as pessoas a carregar no botão e ouvir a história”, sublinhou o responsável. No caso de a pessoa gostar, André Rocha disse que basta “voltar a carregar no botão e ouve mais uma narrativa de três minutos, que pode estar ou não relacionada com a primeira”. A estes juntam-se ainda as figuras de um rato, uma rã e uma andorinha, que também funcionam da mesma maneira.
Em breve vão ser carregadas outras histórias, sendo convidados os caldenses e visitantes a partilharem e gravarem a sua estória. Para tal, basta dirigirem-se ao Espaço Turismo. “Queremos conteúdos dinâmicos e continuar a colocar naquelas peças mais histórias”, disse André Rocha, que prevê que os conteúdos sejam renovados de época para época.
O “Caldas Centro de Estórias” custou 40.650 euros e foi comparticipado pelo POVER- Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos, tendo sido encomendado pela Câmara das Caldas da Rainha a uma empresa de design e produtos de interação.
Para o presidente do município, Tinta Ferreira, o projeto enquadra-se naquilo que é o “conjunto de iniciativas de criatividade”. O vereador Hugo Oliveira frisou que o projeto tem “o intuito de valorização da zona termal, com peças diferentes daquilo que tínhamos no resto da cidade”.
O projeto não é isento de riscos, contudo, todas as peças possuem um alarme, de forma a evitar a vandalização das mesmas.
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