Num ambiente informal e de convívio, a principal ideia defendida foi que “este governo provavelmente vai cair, no entanto, a experiência serve para consciencializar os cidadãos das conceções da esquerda”.
Lino Romão foi o primeiro a usar da palavra, prestando uma homenagem a Fernando Rocha. “Este é um momento de evocação a Fernando Rocha, um pequeno apontamento de memória pessoal que aqui nos trouxe, um livre debate político e de troca de ideias, sobre aquilo que sempre sonhou e não viveu o suficiente para ver concretizado, uma governação de esquerda”, adiantou o militante, pois esta governação fazia parte de um “menu de utopias” do Fernando Rocha.
Este simpatizante do Bloco de Esquerda também revelou que “é importante que haja consciência que isto não é um governo de esquerda idealizado”, no entanto é preciso dar alguma “folga e capacidade negocial”, que tem sido demonstrada, com a “capacidade de abertura e de entendimento a três”.
“É muito importante que a experiência entre este triângulo político, mesmo que seja difícil, deixe consolidar os movimentos da esquerda na cidadania portuguesa”, frisou Lino Romão.
Em relação ao euro, Lino Romão disse que “estamos amarrados a uma moeda forte e não temos economia nenhuma que a sustente”.
Joana Filipa, militante do partido, reforçou a ideia de que este “é um governo do PS apoiado pela esquerda, em que muitas das escolhas tomadas pelo atual primeiro ministro não seriam de todo decisões que o BE ou PCP escolheriam”. “Hoje temos um orçamento que não é de todo o que a esquerda sonhou”, esclareceu. Para Paulo Vaz, este é um “governo do PS com um diálogo à esquerda, onde a democracia neste momento é valorizada porque existe discussão”. Destacou ainda, que todas as questões antes ficavam entre o PS e PSD”.
Nelson Arraiolos salientou que “estamos presos a uma dívida e vamos continuar a estar enquanto realmente as forças revolucionárias de esquerda não se unirem”. “Hoje em dia em Portugal, não temos uma força progressista no poder”, lamentou o militante do BE.
Arnaldo Sarroeira foi outro dos simpatizantes que marcou presença na conversa. ”Esta pequena vitória foi a primeira grande alteração da política e do pensamento no país, e o orçamento foi a prova disso”, sublinhou o militante, explicando que se não houvesse um entendimento entre as forças políticas de esquerda e socialistas, “teríamos mais do mesmo, um regime de medo e fascista”. No entanto, Arnaldo Sarroeira duvida que este governo dure o mandato completo mas “mostrou que é possível outra alternativa para o país”.
Destacou ainda que as próximas eleições autárquicas vão ser “decisórias para o futuro desta dinâmica e que irão provocar estragos na direita”.
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