A sala da União de Freguesias Nª Sra. do Pópulo, Coto e S. Gregório encontrava-se menos cheia do que é habitual. As cerca de 15 pessoas que se juntaram na sede ouviram o criminalista falar sobre a situação dos conflitos na região da Síria e ainda sobre o Estado Islâmico.
”Hoje em dia existem trinta regiões no mundo onde ocorrem conflitos armados, sobretudo na região do Iraque e da Síria”, afirmou João Rucha, sublinhando que a forma ideal para atingir a paz era através da “resolução pacífica entre estados”. No entanto, existe “um jogo de interesses geoestratégicos e geopolíticos ligados” aos conflitos.
“Quando há guerra, acaba por provocar atos de terrorismo, isso por sua vez, leva aos refugiados”, comentou o criminalista, dando como exemplo o caso do Iraque. “Em vez de juntar os representantes e propor um governo de salvação nacional, os americanos instauraram um governo cozinhado, com muitos interesses à mistura”, criticou.
Durante a sessão não poupou críticas à atitude dos políticos, pois “deviam de se preocupar em estudar a melhor forma para a resolução dos conflitos”. Como tal, falou do caso do Estado Islâmico.“Eles não são Estado nem islâmicos. São um grupo com fins políticos que tira proveito da religião à maneira deles, com crenças e estratégias cuidadosamente pensadas, para difundir os seus ideais e atingir os seus objetivos”, sublinhou o orador, acrescentado que em cinco anos de guerra, já causaram 220 mil mortos e milhões de refugiados.
“O Estado Islâmico com estas ações todas está a provocar este número de refugiados”, apontou o professor universitário.
Nos últimos dez anos, o número de refugiados tem” vindo a piorar”, pois, só em 2014, houve um registo de 60 milhões de refugiados, vindos da Síria e do Iraque. Também salientou que no ano passado, no período entre janeiro a agosto, morreram cerca de 2500 refugiados, na “tentativa de uma vida melhor”. “Este problema já existia em 1999, mas atualmente é mais grave”, afirmou o convidado.
Igualmente salientou a forma como os países de acolhimento integram os refugiados. “Na Europa não fazemos inclusão social, fazemos exclusão social”, sublinhou, apontando que “colocam-se estas pessoas em guetos, favorecendo a formação de grupos muitas vezes radicais”. “Os políticos têm de aprender a fazer inclusão social, de forma a integrá-los a sério”, frisou. Também falou da crise de valores entre os homens, sendo o “caldo ideal para o Estado Islâmico recrutar voluntários”. Outro problema abordado pelo criminalista foi a falta de investimento dos políticos na prevenção, de forma a se evitarem mais ataques terroristas.
Para o convidado, o problema precisa de uma “intervenção urgente das instituições internacionais” para evitarem mais mortes.
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