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Visita aos Pavilhões do Parque e ao Hospital Termal

Património muito degradado surpreende autarcas caldenses

Francisco Gomes

EXCLUSIVO

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O objetivo era verificar e avaliar o estado em que o Município das Caldas da Rainha recebeu o património termal - Hospital Termal, Balneário Novo e Pavilhões – e quem participou na deslocação realizada no passado sábado a estas infraestruturas não pôde deixar de ficar indignado com o que viu – degradação acentuada, lixo amontoado e um triste cenário.
Marcas de vandalismo

A visita contou com vários membros da Câmara Municipal, Assembleia Municipal e técnicos e funcionários da autarquia. Na comitiva, encabeçada pelos presidente da Câmara e da Assembleia Municipal, Tinta Ferreira e Luís Ribeiro, respetivamente, estavam elementos de diversos partidos. Do PSD, os vereadores Maria da Conceição e Alberto Pereira, e os deputados António Cipriano, Filomena Rodrigues, Tânia Galeão e Pedro Marques. Também João Frade, adjunto do presidente da Câmara, e Vítor Marques, presidente da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório.

Do PS participaram o vereador Jorge Sobral e o deputado Jaime Neto. Do CDS, o vereador Rui Gonçalves e da CDU o deputado Vítor Fernandes. Do MVC não esteve ninguém, nem do BE, que não tem representação na Assembleia Municipal e por isso não foi convidado.

Esta visita só agora foi possível uma vez que apenas no mês de dezembro a Câmara tomou posse da gestão do património, até aqui nas mãos da administração do Centro Hospitalar do Oeste, que voltou agora a ser muito criticada.

“Fica ao critério de cada um a classificação que deve atribuir a quem deixou o nosso importante e valioso património chegar ao estado em que está, ou seja, quem geriu o património do Estado com este desleixo. Quem gere desta maneira merecia uma resposta adequada. Nos Pavilhões do Parque temos um autêntico “barril de pólvora”, deplorável, vergonhoso e criminoso”, lamentou Rui Gonçalves.

O autarca do CDS considerou ser “inacreditável” o cenário “dantesco” que observou: “Uma lixeira de papéis amontoados, alguns dos quais são processos clínicos, documentação ainda do tempo da Escola Técnica Empresarial do Oeste e da Casa da Cultura, portas arrombadas e vidros partidos, marcas que andaram pessoas estranhas a circular por ali. Há infiltrações de água nas paredes e sítios interditos de passagem por causa da segurança”.

“É inadmissível. É bom que as pessoas conheçam a forma como o Estado tratou aquilo que é do próprio Estado”, sublinhou.

Sobre o risco de ruína e colapso dos pavilhões, Rui Gonçalves lembrou as palavras do presidente da Câmara, segundo o qual com um investimento de 500 mil euros a estrutura do imóvel fica salvaguardada por mais trinta anos.

O vereador revelou também que a Câmara já pediu ao centro hospitalar o inventário dos equipamentos e materiais que se encontram nos Pavilhões, o que ainda não foi fornecido.

“Não posso deixar de referir a responsabilidade do conselho de administração do hospital, que agora está a terminar o mandato, que nada fez, antes pelo contrário, para manter as instalações com um mínimo de dignidade e de condições, mesmo tendo em conta que as utilizou para depósito, deixando arquivos confidenciais no chão e sujidade. É uma vergonha, é a palavra certa”, comentou o comunista Vítor Fernandes.

Indicou que o abandono a que os pavilhões foram votados propiciou “atos de vandalismo, onde qualquer pessoa podia entrar e levar o que quisesse”.

“Já estava à espera que a situação não fosse muito boa, mas é pior do que aquilo que eu estava a pensar”, admitiu.

“A autarquia teve de tomar algumas medidas, selando algumas zonas com tijolo para que não se entrasse lá dentro, colocou correntes e cadeados nos portões”, referiu Jorge Sobral. O socialista disse ser “assustador” a situação de degradação a que chegaram os pavilhões. “Há um arquivo enorme do hospital com corredores de papéis espalhados pelo chão. Existem milhares de radiografias metidas em caixas”, descreveu, adiantando que “felizmente que ninguém pegou fogo áquilo, porque era fácil com aquele papel todo largar um fósforo e criar um drama gravíssimo”

“Há uma crítica rígida que deve ser feita a quem teve a responsabilidade do património. Foi a direção do hospital que permitiu que a degradação chegasse a este ponto, porque nunca teve o mínimo de sensibilidade de acautelar os bens públicos”, manifestou.

No seu entender, agora, “a Câmara está a tomar as medidas necessárias para tomar conta do património”.

João Frade revelou que “quando nos dirigimos aos pavilhões para tomar posse constatámos que o edifício estava ao abandono, permitindo portas arrombadas e circulação de pessoas estranhas”. “Um pouco perplexo”, confessou ter ficado o social-democrata após ver aquele cenário.

“As primeiras medidas foi isolar o acesso, dar um prazo ao hospital para retirar a documentação e outros bens que tem lá, pediram-nos até ao final deste mês, e depois vamos fazer uma limpeza do espaço e nos próximos nove meses iniciar um projeto de obras nos pavilhões”, relatou.

Não há nenhuma novidade em relação à intenção de concessão dos pavilhões a privados para criar um hotel e spa. O presidente da Câmara anunciou há dias que já existem interessados, mas não prestou mais informações sobre o assunto.

Rés do chão do Hospital Termal pode ser museu

A visita também incidiu sobre o edifício do Hospital Termal e do Balneário Novo. A autarquia tem já aberto o concurso público para a reparação das aduções e canalizações, no valor de 600 mil euros, que permitirá “retomar os tratamentos termais em 2017”, acredita Tinta Ferreira. Está também a ser feita uma candidatura aos fundos comunitários para as obras de requalificação do edifício do Hospital Termal e estão a ser desenvolvidos contactos com instituições sem fins lucrativos para gerir o Hospital Termal e que permitam igualmente a reabertura de uma ala do 1º piso.

Quando a comitiva entrou nas Termas sentiu algum estado de abandono, apesar da situação não ser tão gravosa como nos Pavilhões. Por um lado, a Câmara já contratou um rececionista e fez várias intervenções ao nível da instalação elétrica, que estava ultrapassada, e pequenas obras.

Segundo Jorge Sobral, “ficou perfeitamente claro que o rés do chão, onde a Câmara já está a fazer algum investimento na limpeza e nas instalações elétricas, deve ser posto rapidamente a funcionar para visitas ao património, porque a piscina da rainha, logo que se tomem medidas de segurança, é uma zona de visita fantástica e é um património que deve ser mostrado”.

“O rés do chão pode ter condições perfeitas para abrir as portas para se ver o património valiosíssimo antes do hospital voltar a funcionar com banhos”, sustentou.

O vereador chamou, no entanto, a atenção para o mobiliário do Hospital Termal, como camas, cadeirões e até mesas de inalações, que poderão estar nos hospitais de Torres Vedras e Peniche e no Museu do Hospital e das Caldas, no Palácio Real. “É preciso perceber se é possível recuperar o mobiliário antigo”, indicou.

“As banheiras, com algum tratamento e desinfeção, poderão voltar a funcionar. Este hospital tem grandes potencialidades, mas precisa de obras”, vincou Vítor Fernandes.

João Frade contou que já foram feitas reparações de pequenas avarias e de várias infiltrações de água. O primeiro piso é o que precisa de maior intervenção. No rés do chão a intenção é criar um espaço museológico visitável. Para isso são precisas obras para recuperar o património. O segundo piso é o que está em melhor estado. O telhado precisa de uma intervenção.

Quanto às banheiras, apontou que “podem ser reutilizadas, porque são um elemento diferenciador”.

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