Em altura de pré-campanha, afirmou que se perder as eleições não irá alienar o seu capital eleitoral a qualquer partido e apontou o combate “ao cancro terminal da corrupção que está a destruir a política em Portugal” como uma das principais bandeiras da sua candidatura. Ao longo do debate, não poupou de críticas aos sucessivos governos, exemplificando as suas ideias com casos mediáticos de corrupção em Portugal.
O professor universitário começou por partilhar algumas das “angústias” que o trouxeram a esta candidatura, pois “nos últimos anos tenho visto a vida do cidadão do meu país a degradar-se”, devido “a uma péssima gestão política de um conjunto de vigaristas”. Para Paulo Morais, “Portugal é um dos países mais ricos do mundo, só que é mal gerido, com muito desperdício e muita corrupção”.
“O país tem um elevado potencial, em condições físicas e humanas, só que no final, tudo bem analisado é uma desgraça, pois vivemos todos como uns miseráveis”, realçou o candidato, que disse que esta situação deve-se ao facto de muitas pessoas apoiadas por políticos e grupos económicos, “andarem a usar o nosso dinheiro para enriquecer”, sugerindo ainda que um “novo modelo de organização” poderia fazer com que todos vivessem melhor.
“A corrupção é muito cara”
De acordo com Paulo Morais, a corrupção tem três caraterísticas verdadeiramente mortais para a sociedade. “A corrupção é muito cara, sistémica e provoca medo nas pessoas”, frisou o candidato, explicando que os diversos casos de corrupção representam 20% da dívida pública, o que significa que “a maioria dos impostos que os cidadãos pagam dedica-se a extinguir um serviço de dívida que tem a ver com esta corrupção”. Exemplificou com o caso do BPN, em que os portugueses vão pagar no seu conjunto cerca de sete mil milhões de euros. Referiu que são “os próprios autores do Estado que geram os mecanismos de corrupção”. Por último, falou sobre a questão do medo, onde tem detetado que as “pessoas andam interiormente revoltadas, mas não conseguem exprimir coletivamente essa revolta porque têm medo”. Por isso, afirmou que a sua “candidatura é para libertar as pessoas desse medo e lhes dar coragem para se revoltarem da opressão que estão a ser vítimas nos últimos anos”.?Segundo apontou, “a maioria dos políticos é corrupta e fazem da política uma atividade mafiosa, que consiste em usar os recursos de todo um povo para canalizar para alguns grupos económicos, transformando o orçamento de estado, que todos nós alimentamos, numa manjedoura ao serviço de alguns”, sustentou o candidato.
Estratégia global de combate à corrupção
O “combate da corrupção na política” continua a ser o problema principal que Paulo Morais quer resolver, comprometendo-se de imediato como primeira medida, à convocação extraordinária do parlamento para “debater e aprovar uma estratégia global de combate à corrupção”.
Ainda propõe um serviço de proteção dos denunciantes dos casos de corrupção, promover a transparência da vida política e combater a mentira, com um portal eletrónico que discrimine as despesas do Estado, que permita aos “portugueses saber onde é gasto o dinheiro dos seus impostos”.
Paulo Morais comprometeu-se também a utilizar a ”Constituição como instrumento fundamental de combate à corrupção, prometendo ser o guardião ao serviço do povo, um contrapoder aos grandes grupos económicos”. Também comprometeu-se a combater outra “inconstitucionalidade” e fornecer gratuitamente livros aos alunos do ensino básico até ao 9º ano, através de um “banco de troca de livros nas escolas”, que custará 40 milhões de euros por ano ao Estado, ou seja, 0,05% do orçamento. Assim, alterando todas estas questões “passaremos a viver melhor “.
“Portugal vive atualmente num verdadeiro inferno, à porta do paraíso e a porta que nos fecham chama-se política”, explicou.
Para terminar, Paulo Morais salientou que “jamais alienarei o meu capital eleitoral para um partido político, pois tenho obrigação de defender as ideias que eu prossigo”. Igualmente disse que a sua campanha vai ter um “custo de 94 mil euros, sendo paga 40 mil com donativos particulares, e o restante com uma subvenção do Estado”.
“Não aceito donativos de grande dimensão, no máximo de 100 euros”, afirmou o candidato, reafirmando que o objetivo da candidatura é “transmitir, discutir e difundir estes ideais que defendo”. Terminou reforçando a ideia de uma “campanha democratizada e participada, baseada na proximidade, sem arruadas, jantares e cartazes, pois não faz nenhum sentido”.
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