Repugna-me que o governo PSD/CDS tenha entendido o termalismo caldense como coisa de ricos. Escutar um ministro da saúde a desdenhar dos pavilhões de caça e do dinheiro que se gastaria a alimentar os pavões do parque é algo que ultrapassa os limites da idoneidade elementar que se exige a um governante minimamente informado sobre as decisões que lhe cumpre tomar. Encostados entre a espada e a parede, os Caldenses foram forçados a aceitar um acordo desequilibrado, (inicialmente previra-se que o Estado compensasse o município por assumir encargos tão novéis e acaba o acordo por obrigar que seja o município a compensar o Estado), um acordo que despreza a unicidade do património e um acordo que é subscrito à pressa sem querer esperar para, no mínimo, saber qual a orientação que o novo governo socialista reserva para o termalismo na nossa terra. Nenhum autarca pode estar disponível para ver destruir lentamente o seu património e, se ninguém lhe acode, fá-lo-ão os caldenses. Mas que, para além da data de hoje, fique também para a história a memória distinta e futura de um governo PSD/CDS que fechou definitiva e injustamente um hospital com 500 anos de história e que votou ao abandono não apenas a matriz da identidade das Caldas da Rainha mas sobretudo a decência institucional de ser capaz, que é aquilo que se pede aos que governam. É um dia de pesar, porque representa uma resignação assinada de um desinvestimento inédito no termalismo para os mais necessitados e constitui esta cerimónia o doloroso cumprimento de uma obrigação duríssima que nos foi imposta por uma troika ministerial que laboriosamente urdiu este golpe contra as Caldas da Rainha: ministério da saúde, ministério da economia e o ministério das finanças. Ver caldenses a subscrever um ultimatum humilhante como este, é algo que, no mínimo, devia ter dispensado toda e qualquer cerimónia.
O vereador do PS na Câmara Municipal das Caldas da Rainha
Rui Correia
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