Para a generalidade dos caldenses importa que esse espaço seja um local aprazível, cuidado e de que se orgulhem, não sendo relevante quem gere esses espaços; É necessário manter a unicidade dos espaços. Sempre entendemos não ser razoável dispersar a gestão desse património por várias entidades; Quem tem vocação e experiência na gestão de espaços públicos e principalmente quem representa os munícipes são as Câmaras Municipais, democraticamente eleitas pelos mesmos; A gestão desse património deverá ser mantida na esfera pública. Não porque tenhamos preconceitos contra a iniciativa e gestão privadas, mas essencialmente por razões culturais e históricas e por sabermos que há na cidade, interesse e conhecimento suficientes para gerir esses espaços. Importa ainda referir que sempre nos opusemos à alienação a privados de algumas áreas do património.
O CHON, e posteriormente o Centro Hospitalar do Oeste (CHO), movimentaram-se num cenário muito complexo: a dimensão que passaram a ter; o desafio resultante da integração de várias unidades de saúde, geograficamente dispersas, numa única Instituição; o desenvolvimento técnico e tecnológico atual dos cuidados de saúde e as conhecidas limitações financeiras e orçamentais em que essas unidades hospitalares se encontravam, bem como a absoluta necessidade de se focarem na prestação de cuidados de saúde às populações que servem.
Por todos estes motivos, não existiam condições para gerir condignamente todo o património. Constatada essa realidade, poderíamos ter escolhido o caminho mais fácil, de continuar agarrados a preconceitos históricos, continuando, em nossa opinião, a contribuir para o definhar de todo esse magnífico património cultural e histórico. No entanto e apesar de lamentáveis ataques caluniosos e pessoais, defendemos que a entidade que cumpria com os requisitos definidos anteriormente, e que garantiam a salvaguarda de todo este património, era e é a Câmara Municipal das Caldas da Rainha, por ser essa entidade a legítima representante dos caldenses e de toda a sua história e cultura.
Como dissemos, é urgente realizar um importante investimento no património, para o dotar das condições necessárias para que possa ser utilizado pela população. O CHO não tinha, nem tem condições para o fazer, pois tendo um orçamento deficitário ninguém compreenderia que o utilizássemos noutras atividades que não na sua principal missão: garantir o acesso a cuidados de saúde das populações que serve. No entanto sabemos que as Câmaras Municipais podem aceder a programas de apoios comunitários destinados especificamente à Administração Local, com elevadas taxas de financiamento, que podem ser usados para financiar esse investimento.
Temos consciência de que há quem levante dúvidas quanto à capacidade da autarquia garantir que os objetivos de desenvolvimento deste património venham a ser cumpridos. No entanto, sendo a Câmara eleita democraticamente pelos caldenses, colocamos nas mãos de cada um a avaliação desse desempenho e desse compromisso agora aceite. Importa no entanto referir que estamos seguros de que existe vontade da autarquia para desenvolver e capacitar essas infraestruturas das condições ideais para usufruto da população e para o desenvolvimento da imagem e da cidade de Caldas da Rainha. Da nossa parte, podem continuar a contar com apoio e colaboração na prossecução desse objetivo, seja através da elaboração de protocolos ou do desenvolvimento conjunto de ações que visem beneficiar ambas as organizações e principalmente os Utentes do Centro Hospitalar e os caldenses.
Estou seguro de que daqui a alguns anos, quando se olhar para este momento com o distanciamento que só o tempo permite, se concluirá que a decisão agora tomada foi a mais correta, a bem do desenvolvimento do património, do termalismo e da Cidade das Caldas da Rainha. Cabe a todos os caldenses e a quem os representa, trabalhar para que tal aconteça.
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