Os finalistas do curso “Técnicas de Cozinha/Pastelaria” responsáveis pelo menu inspiraram-se nestes sabores nacionais e apresentaram na entrada um croquete de morcela com maionese de ananás dos Açores.
“Boudin Blanc”, com geleia de Ananás dos Açores e crocante de Morcela foi o outro prato servido.
O prato principal foi cozido à portuguesa com destaque para a morcela de arroz. Gelado de ananás dos Açores frito com caramelização e creme catalão foi a sobremesa apresentada.
Rainha da ementa e presente em todos os pratos esteve a aguardente. O presidente da Adega Cooperativa da Lourinhã, João Pedro Catela, apresentou o novo produto a ser comercializado com Aguardente DOC Lourinhã. Trata-se de um vaporizador, que pode ser utilizado para aspergir uma bebida como o café ou uma iguaria como a sobremesa.
A escolha das bebidas e a gestão do serviço de sala foram tarefas de quatro alunos do curso “Técnicas de Serviço de Restauração e Bebidas”. No bar do restaurante, prepararam o aperitivo “Vodka Collada”, um cocktail elaborado com vodka, sumo natural de limão, Malibu e xarope de ananás. No final foi servido um digestivo “Cassis cream” com aguardente da Lourinhã, créme de cassis e natas, criado pelos alunos Luís Ribeiro e João Jacinto.
Promoção de iguarias nacionais
Este projeto, que está relacionado com o universo da “alimentação saudável e sustentável”, procura desenvolver junto dos alunos o gosto e interesse pela descoberta da origem primordial dos produtos alimentares, suas características organoléticas e benefícios para a saúde.
Em representação da aguardente estiveram presentes no almoço confrades da Colegiada de Nossa Senhora da Anunciação que tem como principais objetivos a defesa, o prestígio, a valorização, a promoção e a divulgação da Aguardente Vínica da Região Demarcada da Lourinhã. “É uma aguardente especial porque tem características únicas a nível de clima e solos que permitem que haja uma uva com um grau alcoólico baixo, que depois da destilação permite ficar com esta organolética”, disse Ana Santos, Grão MestredaColegiada de Nossa Senhora da Anunciaçãoda Lourinhã.
Segundo explicou esta responsável, após a destilação, a aguardente tem de ser colocada obrigatoriamente em vasilhas de madeira (castanheiro) antes de ser comercializada. Durante este período, designado por envelhecimento, ocorrem várias reações físicas e químicas que resultam na modificação das características sensoriais da bebida, e que no aumento da sua qualidade global. O envelhecimento é efetuado na região, em vasilhas de carvalho com capacidade até 800 litros. As aguardentes DOC Lourinhã só podem ser comercializadas após 24 meses de envelhecimento.
Em 1992, a aguardente da Lourinhã viu a sua qualidade reconhecida, com a publicação de legislação que veio criar a respetiva Região Demarcada e a Denominação de Origem Controlada, única em Portugal e terceira na Europa, a par do cognac e do armagnac.
Nos últimos anos, passou a ser vendida nos principais hipermercados nacionais e já se internacionalizou com exportações regulares para Macau.
Ana Santos indicou que é “um produto que liga excecionalmente com alguns produtos, nomeadamente o ananás”.
A Aguardente da Lourinhã está a despertar a criatividade da economia local na criação de produtos, que estão a conquistar consumidores, como chocolates cujo recheio é feito a partir de aguardente, pastéis e doce de pera rocha com aguardente.
Natália Pedro, uma das responsáveis pela empresa Sopobolos – Panificadora, Lda, situada no Bombarral, faz a comercialização de produtos dos Açores, como vinhos do Pico, doces e conservas de atum. Está a trabalhar num projeto deenoturismo nos Açores.
Rui da Bernarda, responsável pela Mercearia Pena, disse que a morcela de arroz típica da região de Leiria é a mais procurada.
Destacou ainda a ligação da morcela com o ananás e a aguardente, elogiando o projeto “Raízes” da EHTO, que é um “excelente veículo de promoção do que melhor se faz na nossa região e no país, o que também é o objetivo da Mercearia Pena”.
Marlene Sousa
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