O que esperar da nova governação e que para caminhos leva o país? Estão os sacrifícios dos portugueses nos últimos anos em risco? Foi este o tema de discussão na última emissão de Pontos de Vista (uma parceria Mais Oeste Rádio/Jornal das Caldas)
Manuel Nunes, do PS, comentou que estas medidas “têm despesas, mas as pessoas que estão à frente deste processo apreciaram os custos e viram que podiam ser enquadradas”. Admitiu que o consenso entre os três partidos que derrubaram o governo – PS, BE e CDU – “vai ser difícil e ao mínimo desacordo entra-se em divórcio, o que vai exigir uma atenção grande para fazer que não caia, porque depois vai ser difícil recuperar e a coligação PSD/CDS ganhará com maioria absoluta dentro de alguns meses”.
João Frade, do PSD, acha que “não há perspetiva que se venham a entender em matérias sensíveis”. “Há uma grande quantidade de promessas que vemos elencadas para o próximo ano e seguintes. Toda a gente gosta destas medidas, mas como é que se vão pagar? Temos de aumentar impostos e fazer cortes noutras áreas. E há apoio para isso? O português já não se deixa enganar por estas promessas”, declarou, considerando que “será muito complicado não aumentar o passivo com estas medidas”.
Para Rui Gonçalves, do CDS, sustenta que “há um rol de 50 medidas que não estão sequer calendarizadas”. “Todas estas coisas são mais despesas e menos receita. A maior parte das medidas concordo com elas mas não há uma única medida que diga onde se vai buscar a receita para pagar isto. Todas estas medidas antes de serem cortadas custaram ao país 50 mil milhões de euros ao país. Agora vão custar o mesmo”, sublinhou.
“Os quatro anos de sacrifício são deitados ao lixo e vamos voltar ao início e ter cá a Troika novamente”, avisou.
“Fico muito contente por deitar as medidas de austeridade para o lixo”, afirmou Alexandre Cunha, do BE. “Existem metas para os quatro anos. A questão do salário mínimo não passa automaticamente para os 600 euros. É até ao fim da legistatura. A reposição dos salários da função pública também não é imediata mas sim gradual”, descreveu.
José Carlos Faria, da CDU, afirmou que “os sacrifícios dos portugueses já estavam em risco para aplicação das políticas do atual governo, como prova o aumento da dívida em 30 mil milhões e vamos ver o que ainda vem aí, porque os resultados de 2015 não são conhecidos”. Como arranjar receita? O comunista deu um exemplo: “A não aplicação dos descontos da Taxa Social Única são 600 milhões que não são gastos e que têm de ser considerados como receita”.
Emanuel Pontes, do MVC, esteve no programa, mas teve de ausentar-se na segunda parte onde este tema foi abordado e não participou no debate.
Francisco Gomes
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