Antes da sessão seria descerrada uma placa no auditório da ESE alusiva ao nome do 2º sargento de infantaria José Paulo dos Santos, militar que perdeu a vida em combate na floresta de Catalabanza, em Angola, em 16 de abril de 1963, onde, perante uma granada de mão do inimigo que caiu na sua zona de ação, lançou-se sobre o engenho explosivo, impedindo assim que a detonação retirasse a vida aos subordinados que comandava.
O CEME teria também ocasião de entregar um artigo evocativo ao irmão do homenageado. O comandante da ESE, Coronel Monteiro Sardinha, referiu-se ao feito do 2º sargento José Paulo dos Santos, considerando que “para além de um ato de sacrifício de uma profundidade intangível, é um gesto de amor pelo próximo que deve acompanhar a memória de todos aqueles que nesta escola, dia após dia, aprendem e treinam para serem os comandantes do amanhã”.
No seu discurso, o responsável pela unidade declarou que a presença do CEME, pelo segundo ano consecutivo, “é a demonstração inequívoca da importância que o comando do Exército atribui a esta escola, casa-mãe do sargento português”.
Para além dos Cursos de Formação Inicial e de Progressão da Carreira dos Sargentos do Quadro Permanente, o ano letivo que terminou projetou outros processos formativos, como o 1º Curso de Formação de Sargentos para os Regimes de Voluntariado e de Contrato e, mais recentemente, o 2.º Curso para esses regimes, ambição que representou o período formativo com o maior número de formandos nesta escola nos últimos oito anos.
A escola promoveu um novo ciclo formativo de liderança destinado a quadros superiores, intermédios e funcionários do Centro Hospitalar do Oeste, alargou o âmbito de atuação do Centro de Línguas do Exército, com a introdução da formação de aperfeiçoamento linguístico em Ensino à Distância, e com a criação e realização de cursos intensivos de inglês para oficiais e sargentos nomeados para cargos e missões no estrangeiro, e, com o apoio de outras unidades, submeteu para apreciação superior três projetos de investigação e consolidou o projeto de investigação “Definição de critérios para a determinação da fadiga de um militar em contextos de emprego climáticos diversos”, que a partir do próximo ano terá uma nova fase do desenvolvimento do seu percurso com a realização de trabalhos de campo que decorrerão nas Caldas da Rainha.
No novo ano letivo, para além da formação destinada aos Quadros Permanentes e ao Regime de Voluntariado e de Contrato da Categoria de Sargentos, a ESE continuará os trabalhos em curso com a Direção de Formação, a Escola das Armas e a Escola dos Serviços para a conclusão dos Planos de Estudos de um Curso Técnico Superior Profissional de Nível 5 do Quadro Nacional de Qualificações para o Curso de Formação de Sargentos, ambição formativa que sai reforçada com a recente publicação do Decreto-lei nº 249/2015 relativo ao Ensino Superior Militar e ao Instituto Universitário Militar, em que é referido no seu preâmbulo que “o ingresso na categoria de sargentos das Forças Armadas passou a fazer-se com o nível 5 de qualificação, conferido no âmbito do ensino superior, a que corresponde o ciclo de estudos não conferente de grau académico.
Com essas mesmas entidades, a ESE procurará rever e adequar os Cursos de Promoção a Sargento-Ajudante e a Sargento-Chefe, racionalizando o período de duração dos mesmos.
A escola irá consolidar o Centro de Línguas do Exército em termos infraestruturais e no corpo de docentes.
O comandante da ESE dirigiu uma palavra aos novos Sargentos do Quadro Permanente do Exército que iriam receber os diplomas de final de curso assim como aos militares do 44º Curso de Formação de Sargentos.
Seguiu-se a lição inaugural, que abordou a história da ESE e do antigo regimento que lhe deu origem, bem como as marcas da presença da unidade nas Caldas da Rainha, que se refletem, por exemplo, na toponímia na cidade, com atribuição de vários nomes de militares a ruas, e nos serviços à comunidade.
A cerimónia terminou com a entrega dos diplomas de final de curso e respetivos cintos de cerimónia, entrega de prémios aos sargentos melhores classificados, entoação do hino nacional e um almoço volante no refeitório geral da ESE.
Francisco Gomes
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