João Sobral e a mãe, Sandra Sobral, e Marilisa Gouveia, coordenadora de reabilitação da Clínica Norte do Instituto Luso-Cubano de Neurologia, foram ao Manhãs CM, da CMTV, relatar a evolução da criança, e o contributo do JORNAL DAS CALDAS foi referido como tendo impulsionado a campanha de angariação de fundos “Vamos ajudar o João”.
A campanha deu resultado, sobretudo com o grande contributo vindo de uma festa de solidariedade realizada nos Estados Unidos e que rendeu 10.923 dólares. A iniciativa surgiu após Alexandra Silva, radicada no outro lado do Atlântico, ter lido no JORNAL DAS CALDAS a notícia do caso de João Sobral e decidido realizar um jantar com animação musical no Clube Lusitano, em Mineola.
O dinheiro está a permitir a João Sobral submeter-se a tratamentos a uma paralisia que desde bebé o impede de andar, só conseguindo sentar-se numa cadeira especial. Os médicos não sabem que nome dar, mas desde essa altura que a criança usa talas para endireitar os pés, luvas para virar as mãos, um colete e uma cadeira especial emprestada por causa da coluna. Não anda, não se senta durante muito tempo nem fala, embora, segundo a mãe, “entenda tudo”.
Sandra Sobral recordou na CMTV que o parto, ocorrido a 24 de janeiro de 2011, “correu bem”. “A gravidez tinha sido ótima e não acusou nada”, lembrou. Era o terceiro filho e nascia com 3,600 quilogramas.
Aos sete meses e meio adormeceu-lhe uma célula do cérebro. “Comecei a vê-lo a ter muitas paragens, ficava sem reação, não era normal, uma célula atrofiou no cérebro, não se sabe porquê e só aos nove meses é que os médicos viram que eu tinha razão e começaram a cuidar dele”, contou a mãe.
Uma irmã de João Sobral elaborou então a página “Vamos ajudar o João” na rede social Facebook, onde descrevia que ele era “um menino especial”.
Segundo a mãe da criança, os tratamentos médicos em Cuba estavam no seu pensamento, porque já tinha ouvido falar das suas virtudes. Começou a pesquisar e encontrou o Instituto Luso-Cubano de Neurologia…em Portugal. “Foi um milagre”, comentou, por reduzir custos e facilitar a deslocação e estadia.
“A ajuda que tive foi o JORNAL DAS CALDAS que me ligou a dizer que queria tratar do caso”, divulgou Sandra Sobral. A publicação de notícias fez aumentar a solidariedade para comparticipar nas despesas com os tratamentos naquela clínica.
Marilisa Gouveia sublinhou que o Instituto “é um projeto único e inovador em Portugal porque aposta nas terapias intensivas com uma equipa multidisciplinar especializada, com técnicos e médicos em diversas especialidades, com neurologistas, pedopsiquiatras, psiquiatras, fisiatras, técnicos de terapia da fala, terapia ocupacional, psicomotricidade, fisioterapia, entre outras, e enfermagem 24 horas. Toda esta metodologia intensiva no Instituto faz com que haja um avanço muito grande nas dificuldades dos pacientes. Um mês de terapia intensiva no Instituto equivale a vários meses de terapias isoladas”.
João deu entrada a 8 de agosto e permaneceu ali cerca de dois meses. “Notei muita diferença. Deixou de usar as talas e um colete que tinha, tem muitas melhoras, quando cheguei às Caldas houve muita gente que disse que ele estava diferente. Estou a vê-lo melhor. O meu sonho é o meu filho andar”, afirmou Sandra Sobral.
Não se sabe se um dia conseguirá dizer palavras, mas no próximo ciclo de tratamentos será implementado um sistema de comunicação com a criança.
Os donativos podem ser depositados na conta bancária com o NIB 001000005046022000123.
Francisco Gomes
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